Pagar o preço!
Atualizado dia 6/2/2013 7:36:52 PM em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Em nosso dia a dia, estabelecemos um sem-número de decisões a serem tomadas, sem nem nos darmos conta disso. E em um determinado momento, nossa decisão, mesmo não percebida conscientemente, se apresentará através de algum resultado e conseqüência: é o preço.
Muitos acham que as conseqüências são apenas para os que têm menor poder, ou seja, os poderosos saem imunes, qualquer que seja a ação. Ledo engano! As conseqüências podem não ser as descritas em leis e regras, mas ocorrem naturalmente, como resposta aos atos praticados. E elas se apresentam das formas mais inusitadas e inesperadas.
As conseqüências podem ser positivas ou negativas, boas ou más. Quando se faz tudo dentro do que se deve, mesmo que haja complicações, no final, há também o alívio da ação bem feita. O inverso também é verdadeiro. Querem ver? Um dos componentes do grupo age com interesses egoístas e canaliza sua ação de forma a garantir privilégio para si próprio, mesmo que os demais não se beneficiem. Isso acaba ocorrendo, ou seja, ele consegue o que quer, em detrimento do grupo. Mas o que ele não pensava é que em determinado momento sua ação se revelaria, ficando claro e exposto aos demais. Ele recebeu o prêmio, mas não mais desfruta da companhia do grupo, que com toda razão, afastou-se dele.
Num primeiro momento, ele pensa: "Danem-se". Com o passar do tempo, no entanto, ele vai percebendo a importância que aquelas pessoas tinham em sua vida. Alguns têm a humildade de reconhecer seus erros e pedir desculpa, e destes, nem todos são perdoados e aceitos novamente. Outros, não admitem que a causa do próprio sofrimento esteja nesse afastamento e continuam tentando se convencer de que o que conquistaram é que era mesmo importante.
Nossa cultura nos ensina que o homem, como provedor que é, deve priorizar o trabalho acima de tudo e isso está tão enraizado nas pessoas que elas não param nem para refletir sobre o que estão fazendo com suas próprias vidas e a de seus familiares. Lembro-me de ter usado a seguinte analogia com um profissional que levava trabalho, praticamente todos os fins de semana, para casa. "Você faz com seu fim-de-semana o que a maioria das pessoas faz com o limite do cheque especial: incorpora-o ao salário, fazendo com que se forme uma grande bola de neve, que um dia passará arrasando tudo e todos. Preencher todos os sábados e domingos com trabalho só fará com que a vida lhe apresente os juros devedores". Alguns pagam com a perda da própria família e o afastamento dos entes queridos. Já não possuem amigos e pronto, agora só resta "pagar o preço".
Como eu disse no início, são inúmeras as tomadas de decisão que fazemos. A importância de refletirmos em nossas ações e agirmos de forma equilibrada fará com que nossa mente não nos "pregue peças", pois realmente, de boas intenções o inferno está cheio.
A dificuldade das pessoas assumirem suas responsabilidades sobre o que ocorre em suas vidas é por acharem que suas mentes não lhes "pregam peças". Amargo engano.
Quantos relacionamentos que poderiam ter dado certo e serem duradouros não acabaram por ações não conscientes e, mesmo depois, por orgulho de se reconhecer o ato praticado? Quantas perdas financeiras aconteceram, desde domésticas até em grandes empresas, apenas porque as decisões foram tomadas sem as ponderações necessárias.
Saibam que quando queremos algo, nossa mente "nos ajuda" no boicote à realidade. Em outras palavras, só refletimos nos aspectos positivos de nossa escolha, e nossa mente nos ajuda, diminuindo a intensidade da percepção das possibilidades inversas. Portanto, não pensem que estão sendo pessimistas quando buscam refletir nos aspectos contrários ao que estão desejando.
"Comprem sabendo o que vão levar e paguem o valor justo pelo que adquirirem!".
Texto revisado
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