Pelo que podemos ser gratos?

   

Autor Cássia Marina Moreira

  Hoje em especial posso dizer que estou grata por muito mais coisas do que normalmente acontece.

        Tenho consciência das inúmeras possibilidades de gratidão e contentamento que todos os dias me são dadas pelo fato de estar com todos os cinco sentidos em ordem.

        Mas existem coisas no dia a dia que acontecem que transformam o que já está bom em algo ainda melhor. Pode ate mesmo ser uma porção extra de espuma densa e cremosa sobre o café, uma gentileza no trânsito da manhã, mas sempre pode existir algo que fará aquela certa diferença.

       Desta vez foi a confirmação de um dito popular muito utilizado há alguns anos atrás: - "Quem não, chora não mama". Vou contar o que aconteceu. Vez por outra almoço numa big padaria próxima de casa. Destas modernas - eficientes. Como é perto pelo menos para um café com leite e espuma sempre entro para tomar. Então conheço vários dos funcionários de lá, todos sempre gentis e atenciosos sejam as meninas dos caixas, que não consigo guardar seus nomes, os garçons - que estão sempre de crachá:- como um rapaz chamado Saraiva; o Milton, Wilson ou Fernando este é um especialista em servir o café especial de cada um dos seus clientes.

        No salão de almoço as apressadas repositoras de travessas nos ajudam a entender que especialidade é aquela que esta fumegando no balcão, ao mesmo tempo em que entram e saem da cozinha com mais travessas cheias para que nada falte para quem precisa fazer as refeições fora de casa.

        Me queixei para uma delas que há muito tempo não serviam moussaka um prato delicioso da cozinha grega que é feito a base de berinjelas e carne moída e queijo. A receita deste prato está descrita na internet - vale conferir, porque é muito fácil fazer; poxa acabei de procurar a foto no Google descobri que a origem deste prato é turca e não da cozinha grega; cá para nós isso não altera em nada esta delicia.  

          Foi interessante o jeito com que a mocinha me olhou e muito séria me disse, é verdade faz tempo que não sirvo este prato em especial. Vou falar com a cozinheira para ela fazer. Imediatamente retruquei para a moça, mas então pede para ela fazer na sexta-feira, pois assim me programo para voltar e almoçar aqui novamente. Como disse: - Quem não chora não mama!

          Não pude deixar de me planejar para voltar na sexta-feira, fui olhar e fiquei realmente com a boca aberta e com o coração mais feliz e agradecido. Não só porque o prato estava lá, mas pelo que às vezes ou quase sempre erroneamente se pensa de uma cidade grande como é São Paulo. Na correria do vai e vem ninguém conhece ninguém, ninguém liga para ninguém, e só o que conta é o indivíduo e seu dourado umbigo.

          Todavia quando olhamos melhor, por baixo do frenético véu que acoberta as relações humanas desta megalópole, ela ainda é e tomara continue sendo uma grande cidade constituída de gente como eu e talvez como você, que também veio de cidades bem menores, mas que guardam e podem vez por outra reproduzir esta camaradagem existente entre os conhecidos do mesmo quarteirão.

         Tenho a nítida impressão que poderia ser qualquer outro prato, embora não tenha a certeza de conhecer a cozinheira pessoalmente, como disse nem todos andam de crachá todo o tempo, especificando o posto de cada um, mas a cozinheira desta big padaria com certeza atenderia a um pedido de cliente se estivesse ao seu alcance fazê-lo, como o fez comigo.

           Obrigada, a todos da Big Padaria da esquina por fazer com que esta cidade seja mais gentil e aconchegante.

Avaliação: 5 | Votos: 3

     

Conteúdo desenvolvido pelo Autor Cássia Marina Moreira    Cássia Marina Moreira Psicóloga / Terapeuta Floral - Vibracional Pesquisadora do Sistema das Essências Vibracionais D´Água E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui.