Perdas necessárias
Atualizado dia 7/3/2010 2:38:17 PM em Psicologiapor Andrea Pavlo
A grande verdade é que a dor da perda é mais a dor do apego do que do amor. Pensem em alguém que você amava e que morreu, por exemplo. O amor foi com a pessoa? Você deixou de amar porque a pessoa morreu? Você pode ter perdido a pessoa, a situação, mas o amor por ela não morre junto. Sobrevive.
Então porque dói tanto? Justamente porque com a pessoa vai o nosso apego. Vai a nossa necessidade de estar perto, junto. Vai a rotina que existia, vai a vida como ela era. A chegada de qualquer coisa muda as nossas vidas e a ida também. Mas deixar ir é tão mais complicado do que deixar entrar.
E aqui aparece outra questão. Como coisas novas entram se não deixarmos as velhas saírem? É a famosa lei do vácuo. O Universo não suporta o vácuo e, quando temos um vazio, temos uma necessidade enorme de preencher aquele pedaço. Pergunte isso pra minha estante do consultório. Quando comprei a estante jurei que não a encheria de quinquilharias. Mas aí ganhei um pequeno Buda fofo da minha paciente, e mais um aromatizante de outra, e achei bolinhas antiestress na feira da Benedito Calixto e agora a estante está lotada. Ver os espaços vazios nos faz ir atrás de coisas novas.
E esta é a parte boa. Depois da perda. O durante é doloroso, é desespero. Remete-nos a todas as nossas perdas anteriores. Uma separação, por mais que seja a gente que quer, dói. É muita história pra deixar pra trás, pra desapegar. É luto também como qualquer outra coisa.
Ontem, pensando nisso, assisti o filme "Sob o sol da Toscana". A moça se separa e sofre muito até se redescobrir. Acredito que todos já passaram por estes momentos de transformações embaraçosas e complicadas. E todo mundo sempre se refaz. Por mais que você esteja agora sofrendo por isso, saiba que vai passar, é a única certeza que temos.
São as perdas. E são, sim, muito necessárias. Aprender a desapegar e deixar a vida fluir é abrir caminho pra que o Universo se manifeste em você. Perceba qual é a sua maneira de deixar a dor sair. Vale chorar, vale sofrer, gritar, entrar em pânico. Mas sabendo que no final, tudo vai acabar bem. Porque sempre acaba bem.
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 49
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |