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Pesquisa indica que ansiedade na adolescência tem relação com os pais

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Autor Karin Veronica Teixeira da Silva

Assunto Psicologia
Atualizado em 24/11/2013 16:57:29


Pesquisa indica que ansiedade na adolescência tem relação com os pais
Uma pesquisa feita com adolescentes estudou a maneira com que eles se relacionam com os pais. O resultado foi surpreendente.
O olhar é inquieto, as mãos são agitadas e o sorriso não é o que se pode chamar de totalmente natural. A adolescência vem carregada de mudanças e, muitas vezes, as novidades agravam os sinais que o jovem carrega desde a infância. A ansiedade é um das características desta fase da vida, e poucos escapam dos medos que povoam essas cabecinhas.

É difícil encontrar um adolescente que não se preocupe com a escola, com a família e com a aparência, porque essa é, naturalmente, uma fase de intensidade. O problema é quando a preocupação é exagerada, que chama a atenção por causar transtornos e por limitar a vida do jovem. É quando a ansiedade deixa de ser leve para se tornar um tormento pesado.

Será que a ansiedade herdada pelos adolescentes vem só daqueles pais que também são ansiosos? Uma pesquisa feita com adolescentes estudou a maneira com que eles se relacionam com os pais. O resultado foi surpreendente.
A psicóloga Lídia Weber, da UFPR, coordenou a pesquisa com 250 adolescentes de 12 e 13 anos. Um em cada quatro apresentou sinais de ansiedade. No cruzamento com o perfil dos pais, o resultado mostrou que apenas 5% dos adolescentes com sinais de ansiedade disseram ter pais participativos.
Pais muito bonzinhos ou rigorosos demais provocam insegurança nos filhos, de acordo com a pesquisa. Ao todo, 22% dos entrevistados tinham pais com esse tipo de perfil.
“O que às vezes os pais fazem é não escutarem os filhos. Então vem a menina e diz que na festa de ontem tinha champanhe. A mãe já começa a brigar. Proíbe a filha de voltar à festa. Mas a menina nem falou nada. Só falou que tinha champanhe”, exemplifica a psicóloga.
Os pais chamados de negligentes, aqueles que ao mesmo tempo não dão regras e também não demonstram afeto, são de longe os que mais deixam os filhos ansiosos. Foram citados por 73% dos jovens com ansiedade.
“O mundo moderno exige demais de nós, informação de tudo que é lado. Nós temos que estar conectados, ligados, informados em todas as mídias possíveis. Então, isso gera ansiedade em todo mundo. No adolescente também”, acrescenta Lídia.
Essa semelhança de comportamentos entre pais e filhos é estudada no laboratório da PUC do Rio. Cientistas observam cobaias e constatam: as ratas ansiosas não são carinhosas com seus filhotes. São poucas lambidas e pouco aconchego. O resultado é que os ratinhos também crescem com ansiedade. Outra experiência foi colocar os filhotes mais tensos para conviver com as mães mais calmas.
“Esses animais são ansiosos porque nasceram assim ou se tornaram assim?”, pondera J. Landeira-Fernandez, professor da PUC-RJ e UNESA. “Os filhotes dessas mães ansiosas agora vão ser criados por mães que não são ansiosas e aí vamos ver que tipo de resultado vamos observar na idade adulta.”
Será que o resultado desse teste ajudará a entender o comportamento humano? O que já se sabe é que carinho e atenção são excelentes remédios - e sem efeito colateral.
“Eu acho que os pais e os profissionais precisam parar e reaprender a olhar e escutar as crianças, o que eles estão dizendo, por que ela está ansiosa, qual o conflito que ele está sofrendo. É isso que a gente tem que identificar, e ajudar a criança a enfrentar e resolver esse conflito, e não simplesmente sedar com a droga”, resume Maria Aparecida.


Aadolescência é um período de transformação, em que múltiplas mudanças físicas, psíquicas, afetivas e sociais têm lugar. No centro destas mudanças está a metamorfose do corpo
de criança para o de adulto sexuado. Na criança, o corpo é conhecido, seguro, a relação com os pais é de dependência e proteção que são aceites. Ao entrar na puberdade as alterações hormonais e morfológicas impõem-se, assim como a emergência de novas capacidades de sentir, pensar e agir. O adolescente vai enfrentar a necessidade de se redefinirem relação ao seu corpo sexuado, à sua identidade psíquica e ao seu meio, em especial em relação aos seus pais.
A ligação que estabeleceu com os pais, desde os primeiros momentos de vida, que contribuiu para a construção da segurança básica em si e nos outros, a estima de si próprio, a confiança nas suas capacidades, vai ser determinante para enfrentar as profundas mudanças com que se confronta.
O adolescente coloca a questão: quem sou eu? Segundo Évelyne Kestemberg1 «os adolescentes são e consideram-se em função do que são os adultos e da forma como os adultos os consideram». A qualidade da relação que os adultos (pais, professores, amigos), estabelecem com o adolescente, a atenção que lhe dão, são decisivas para a edificação da identidade do adolescente.
A ANSIEDADE
As profundas transformações vividas pelo adolescente provocam nele um sentimento de inquietação, de estranheza em relação a si próprio. As atividades desportivas ou artísticas que ele tinha anteriormente e de que retirava grande prazer começam a ser postas de lado. Ele sente-se desajeitado, sem controlo sobre o seu corpo e a sua sexualidade. Torna-se crítico, rebela-se à
mínima contrariedade, afasta-se. Agir, é nesta fase, uma forma de descarregar a ansiedade:
discutir, ter maus resultados escolares, fugir. 2
A ansiedade é uma emoção frequente, sinal de alarme perante uma situação que pode constituir uma ameaça.
O adolescente sente-se ameaçado pelas grandes alterações que lhe estão a acontecer: no seu corpo, que não controla, na relação com os pais, em que os conflitos de dependência/autonomia são constantes, nos receios que sente em relação às suas competências sociais, escolares e na relação com os pares.
Identificação dos sintomas
É frequente apresentarem sintomas físicos, que os fazem entrar em contacto com o Clínico Geral/Médico de Família: dores abdominais, musculares, nos membros, nas costas, cefaleias, fadiga. Podem ter uma sudação excessiva, tremer, sentir tonturas e «desmaios».
O médico deve tentar estabelecer uma relação de interesse e empatia com o jovem, para que este consiga expressar as suas emoções e sentir-se mais seguro.
A ansiedade pode interferir com a aprendizagem e com a inserção escolar, comprometer a relação com o grupo de pares, acentuar os conflitos com a família e conduzir ao isolamento do adolescente.
O adolescente pode desenvolver ataques de pânico ou fobias. Apresentar comportamentos de risco, consumindo álcool e drogas ou ter um comportamento sexual impulsivo, como tentativas para negar os seus medos.


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Karin Veronica Teixeira da Silva   
Karin Veronica é especialista em Neuropsicologia, trabalhando com Transtorno Afetivo Bipolar, Transtorno de Ansiedade, TOC,PÂNICO,TDAH,PSICOONCOLOGIA,STRESS. Trabalha com grupos semanais, trabalhando no stress através de técnicas de relaxamentos e hipnose. Trabalha com grupos de adolescentes. Orientação Profissional. Gerontologia
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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