Por que meus filhos não conseguem ir para a Vida nem ser felizes?
Atualizado dia 08/09/2019 07:25:12 em Psicologiapor Roberto Debski
Essa frase nos fala sobre a segunda Ordem do Amor, enunciada pelo terapeuta alemão Bert Hellinger, criador das Constelações Familiares, que é a Hierarquia.
As Ordens do Amor são leis naturais e sistêmicas da Vida, originárias da natureza, um "manual" para uma vida com menos emaranhamentos, mais saudável, plena e feliz.
Para quem não sabia que a Vida tinha um manual de orientação, vale a pena conhecer as Constelações Familiares e suas dinâmicas relacionais.
São elas o Pertencimento, a Hierarquia e o Equilíbrio de troca nas relações interpessoais.
Outras áreas do conhecimento também trazem em seus enunciados a mesma dinâmica, dita de maneiras diversas.
O I Ching, sabedoria milenar derivada do Tao, que originou dentre outras o Tai Chi, a Medicina Chinesa e a Acupuntura, nos traz em seu Hexagrama 37, que fala da Família: "Quando os pais e os filhos estão em seu lugar adequado, a família pode ser saudável".
Cada um cumprindo sua função, a mãe exercendo a função materna, o pai exercendo a função paterna, os filhos na função de filhos, assim a família encontra sua harmonia e caminha adiante, a serviço da Vida.
A Função Materna, que deve ser exercida pela mãe, e também pelo pai no início da Vida, gera no filho vínculo saudável, sentimento de segurança, amor próprio, auto preservação e conhecimento do que é o igual.
A Função Paterna, que deve ser exercida a seguir pelo pai, mas também pela mãe, gera no filho busca da aventura, coragem, amor pelos outros, reconhecimento e validação do que é diferente, olhar para o mundo e aprender a lidar com dinheiro, sexualidade, e aprender a tornar-se adulto.
A Função do filho é passar por essas fases naturalmente, crescendo e sentindo que seu lugar é cada vez menos na casa dos pais, e cada vez mais voltados para o mundo preparando-se para ter seu próprio lar, e gerar sua própria família.
Assim a Vida continua seguindo adiante no sistema familiar.
Caso contrário, quando doente, a família pode morrer, deixando de ter descendentes.
A doença nas relações se mostra quando os filhos agem como pais, a mãe como esposa, o pai como filho, e outras disfunções nos relacionamentos, todos se encontram em posições não naturais, e assim os conflitos e emaranhamentos consequentemente se mostrarão.
Sempre que os pais posicionam seus filhos em uma função que não lhes é devida, com a tarefa de se preocupar e cuidar deles (pais) e suas carências, resolver seus problemas, no lugar de outro filho que perderam, às vezes até recebendo o mesmo nome daquele, para ficar no lugar do vazio da relação de seus pais, para levar a empresa da família adiante, ou seguir a profissão da família, ou quando os filhos vêm para a família na função de um projeto ou "sonho" não concretizado dos pais, dentre outras disfunções, esses filhos sofrerão diversas consequências, inclusive, podendo ter dificuldades em serem autônomos, independentes, afetiva e financeiramente.
Manter-se-ão "grudados" e emaranhados à família de origem não conseguindo seguir para a Vida e podem até adoecer de depressão e viver dinâmicas de suicídio, pois não aguentam o “peso” que lhes foi designado, e querem matar esse "projeto" que não lhes fala à própria alma!
Os pais têm como tarefa sagrada educar e criar os filhos dando o que esses necessitam, o que pode ser muito diferente do que eles querem, e também é geralmente muito diverso do que os pais querem para seus filhos.
Eles devem, durante o crescimento e desenvolvimento de seus filhos, se tornarem cada vez mais desnecessários.
Isso significa que estão cumprindo sua função como pais, levando os filhos a vivenciar a função materna e paterna, dando exemplos de como viver, delegando tarefas, impondo limites, cobrando responsabilidades, vivendo o amor em ordem e saudável, preparando esses filhos para que tomem as rédeas da sua Vida em suas mãos.
Só assim, os filhos aprenderão como a vida funciona saudavelmente, e poderão cumprir sua missão e serem felizes, levando a Vida da família adiante.
Devemos ser atentos enquanto pais, também devemos aprender a sermos cada vez mais saudáveis.
O que acreditamos e fazemos pode ser sentido como o "normal", por ser a norma em nossas famílias, mas nem sempre é o saudável que leva para a Vida.
Por vezes, o normal pode levar os filhos e a família para a Morte.
As leis sistêmicas da Vida, Pertencimento, Hierarquia e Equilíbrio de troca nas relações, são claras, naturais e devem ser observadas e vividas amorosamente, para o bem do sistema.
Os pais são uma função temporária. Quando cumprem suas funções adequadamente, autorizam e abençoam seus filhos a irem para a Vida, e quando eles vão, os pais continuam (ou devem voltar) a ser um casal, com projetos pessoais e de parceria, alegres por terem cumprido o que deviam fazer, e agora poderão viver outras funções, como ser avós, aproveitar a vida de outras maneiras.
O natural sempre é simples, mas como estamos falando do humano, com suas crenças, valores, aprendizados e regras, nem sempre o simples é fácil.
Que possamos retornar ao simples, viver o natural, deixar a Vida fluir saudavelmente no sistema, e cumprir nossa missão com plenitude, propósito e sentido.
Roberto Debski
Médico CRM SP 58806
Especialista em Acupuntura e Homeopatia pela Associação Médica Brasileira
Psicólogo CRP/06 84803
Facilitador em Constelações Familiares Sistêmicas
Avaliação: 5 | Votos: 27
O Dr. Roberto é médico (CRM SP 58806) especialista em Acupuntura, Homeopatia e tem formação em Medicina Ortomolecular. Também é psicólogo (CRP 06/84803), Coach e Master Trainer em Programação Neuro-Linguistica. Formador e facilitador em Constelações Familiares Sistêmicas Acompanhe nossos próximos eventos! https://www.facebook.com/debskiroberto/ E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |