Por seu futuro melhor
Atualizado dia 01/08/2013 21:01:53 em Psicologiapor Heloísa Capelas
Tenho observado que muitas pessoas cultivam o imediatismo em suas vidas e acabam frustradas diante dos desejos não realizados. Comecei a refletir profundamente sobre esse assunto justamente num momento em que estou concretizando uma antiga vontade e, por isso, gostaria de compartilhar essa reflexão. Afinal, somos imediatistas por natureza ou a velocidade imposta pela modernidade nos trouxe até aqui? Como e por que essa tendência pode atrapalhar nosso caminho?
É inegável que a evolução da tecnologia e a consequente agilidade na troca de informações têm contribuído imensamente para acelerar nossos anseios. De 1950 para cá, esse novo padrão comportamental ganhou força em todas as partes do mundo. Munidos das vontades imediatas, começamos a acreditar que cada uma delas deve, pode e precisa ser concretizada agora, já, no exato momento em que brotam de nós.
Esse pensamento é perigoso. Ao cultivá-lo, ignoramos o tempo, a persistência e o planejamento necessários para transformarmos um desejo em realidade. O tempo intelectual e presente, no qual manifestamos nossa vontade, não corresponde ao tempo psíquico - ou seja, ao momento em que estamos de fato prontos para receber aquilo que desejamos. Mais que isso, devemos ter em mente que nosso comportamento, no intervalo entre um e outro momento, determinará se e quando alcançaremos o sucesso.
Costumo dizer que nosso tempo psíquico -ou tempo da alma ou, ainda, pertencimento ao universo- é tão perfeito que cada um de nós só recebe e conquista aquilo que deseja quando realmente está pronto para tal feito. Mesmo porque, se nossas vontades se dessem de forma imediata, correríamos o risco de perdê-las, afinal, estaríamos ainda inaptos a reconhecê-las ou mesmo a usufruí-las. Em suma, as nossas vontades nem sempre se dão da forma como esperávamos ou no momento em que desejávamos. E há boas razões para que isso seja assim.
Movimento da alma
Gostaria de compartilhar com vocês a história que estou vivenciando neste exato instante em que escrevo. Por mais de uma década, tenho nutrido um grande desejo: tornar-me fluente na língua inglesa. Assim como qualquer pessoa que cultive a mesma vontade, fui atrás desse objetivo. Matriculei-me em escolas de inglês, mas, por diversos motivos evezes, interrompi o curso. Procurei professores particulares e, também, não consegui dar continuidade ao aprendizado. Estudei sozinha e, então, percebi que somente uma imersão no idioma permitiria que esse antigo sonho se transformasse em realidade.
Foi assim que vim parar na Inglaterra, de onde escrevo agora, cerca de 12 anos depois de identificar e manifestar o meu desejo inicial. Ao longo de todos esses anos, não apenas o nutri, como, principalmente, planejei-me para que pudesse realizá-lo. No início de 2013, percebi que estava na hora de dar um passo importante nesse sentido e adquiri as passagens. Tempos depois, fiz a matrícula no curso e encontrei a hospedagem ideal.
Às vésperas do embarque, cheguei a pensar se poderia, mesmo, partir para essa missão - o que significava, também, ter a confiança e a segurança de que minha ausência no Brasil não traria resultados negativos à minha empresa ou minha família. E conclui que, enfim, estava pronta para alcançar meu sonho.
Esse processo, como disse, foi lento - ou melhor, não foi imediato. Em algum momento no passado eu desejei estar aqui. Depois, quis, planejei e, enfim, pude buscar meu sonho e concretizá-lo de forma saudável.
A reflexão a que me propus quando compreendi essa trajetória foi a de que, assim como eu, todas as pessoas têm planos, sonhos, desejos e vontades. Mas, quantas realmente compreendem a necessidade de trabalhar para realizá-los? E quantas observam o movimento da alma, ou seja, os comportamentos, pensamentos e ações necessários à concretização de cada vontade?
Teimosia ou persistência?
A sensação de frustração decorrente dos sonhos não realizados surge da não aceitação do esforço e tempo a serem conjugados naquela direção. E, ainda, da incapacidade de avaliar quais comportamentos devem ser modificados até que se esteja, de fato, pronto a alcançar tal realização.
Com frequência, a busca pela concretização de uma meta esbarra em obstáculos e, diante deles, cabe a cada um de nós avaliar o que deu certo e o que deu errado. Essa trajetória, por vezes, nos proporciona aprendizados únicos, ainda que não nos leve diretamente ao objetivo esperado. Sendo assim, a verdadeira questão é: o que você aprendeu com isso? Se esse caminho não deu certo, qual outro pode percorrer em direção ao seu real desejo?
Observe que essa é a diferença entre a teimosia e a persistência. A primeira fará com que repita as mesmas ações incessantemente em busca do seu objetivo; a segunda o levará a encontrar meios e possibilidades diferentes para alcançá-lo.
Lembre-se que, consciente ou inconscientemente, cada pessoa planeja a própria trajetória. O que você vive hoje é fruto das decisões que tomou no passado. Da mesma forma, as escolhas que fizer no momento presente determinarão como será seu futuro. Onde, como e com quem você deseja estar em alguns anos?
O autoconhecimento pode ajudá-lo a se livrar da sensação de frustração que o impede de seguir em frente e permitirá que encontre essas respostas. A partir dele, poderá identificar com clareza quais ações e pensamentos o ajudarão a caminhar com plenitude em direção às suas verdadeiras vontades.
Se quiser começar essa jornada, aproveito para lhe fazer um convite. Preparei um Curso de Autoconhecimento Online e gratuito dividido em quatro vídeo-aulas. Participe e me conte o que achou! Basta acessar o site www.cursodeautoconhecimento.com.br.Te espero por lá!
Texto revisado
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Heloísa Capelas é especialista em desenvolvimento humano por meio do autoconhecimento e da competência emocional. Autora de "O mapa da felicidade" e "Perdão: a revolução que falta". Ministra a metodologia Hoffman no Brasil. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |