Qual é o seu limite?

   

Autor Claudete Loth

         Sinto que esta é uma palavra que nos desafia.

Limite! Até onde vai o seu?

         Todas as pessoas passam por situações na vida, em que são desafiadas, testadas, para ver até onde suportam determinados fatos. Muitos, são tremendamente intolerantes e, esse limite chega logo ao seu final. Outros, suportam mais, há ainda os que suportam até a exaustão, até provocarem doenças em seus corpos físicos.

         Até onde uma pessoa pode ir até dizer "chega"? Fico me perguntando isso, lembrando de fatos que já aconteceram comigo e, vendo as situações diárias que acontecem com conhecidos, amigos, familiares, pessoas desconhecidas (através de notícias de jornal).

         Quando o assunto é dor  física, precisa de doses de remédios ou outros cuidados médicos. Mas dor emocional, essa é muito mais difícil. Parece que suportamos mais, que vamos sempre um pouco além daquilo que pensamos ser possível. O pior, é que essa dor, não cura tão facilmente, leva tempo, muito tempo... às vezes, anos.

         Mas, voltando ao assunto limite, isso é algo que me intriga. O que determina o limite de cada um, em relação a algo que lhe faz mal? As pessoas que estão de fora, geralmente enxergam as coisas de forma diferente do que a pessoa envolvida na questão. Para quem está de fora, é tão fácil ver a solução! Mas para quem está envolvido emocionalmente, é muito mais complicado.

A razão diz uma coisa, mas o coração diz outra. Será que é o coração? Ou seria hábito, insegurança, comodismo, medo, enfim, algo que paralisa a pessoa, não deixando que tome uma decisão que lhe fará sair do sofrimento.

Para a pessoa envolvida, às vezes, tudo parece muito claro, mas em outras, a cabeça fica confusa e não se sabe o que fazer. Muitas vezes, pensamos ter chegado a um final, a uma solução, então, situações se repetem e novamente, nos vemos repetindo atitudes, voltando ao velho funcionamento e em conseqüência, ao estado de sofrimento.

Como sair deste círculo vicioso? Como conseguir agir?

Penso que o melhor, sempre, é procurar ajuda externa. Falar, conversar, expor o que está sentindo. Seja com um amigo de confiança ou com um profissional. O importante é se ouvir. Geralmente quando falamos em voz alta com alguém, nos escutamos e já durante a conversa, nos damos conta do que estamos dizendo e, vislumbramos soluções. Mas nem sempre isto acontece tão rápido assim. Muitas vezes é preciso muito tempo, muitas conversas, trazer a questão à tona. É como se faz com uma ferida no corpo físico, tem que abrir, limpar, muitas vezes, deixar exposta, para que o tempo, possa curá-la.

Desta forma, podemos nos perceber, nos conhecer, ver qual é nosso limite e, dar um basta, naquilo que não está mais nos fazendo bem.

Há o outro tipo de limite! Aquele que nos desafia a ir além, a nos superarmos. Esse é saudável e só nos faz crescer. Surge geralmente quando estamos em crise. Quando não queremos mais ficar no comum e temos aspirações maiores.

Aí é hora de superar os limites que nós mesmos colocamos. Também, através do auto-conhecimento, nos desafiarmos a buscar mais, tentar mais, arriscar mais. Saber que tudo aquilo que realmente quisermos, é possível, pois o limite... esse é a gente mesmo que se impõe.

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