QUEM CARREGA SUA CRUZ?




Autor Cássia Marina Moreira
Assunto PsicologiaAtualizado em 09/07/2012 22:14:08
É isso mesmo quando você esta um caco e suas forças foram embora de vez?
Simão de Cirene, pouco ou nada ilustre, na verdade um desconhecido, que como muitos
outros, estava bem ali, em meio a multidão para assistir a passagem de Jesus em
sua "via crucis" até o Gólgota, segundo o pouco que se escreveu sobre
ele nas escrituras o relato diz apenas que era mais um homem em meio à multidão
de curiosos que juntos formava um corredor por todo o percurso em que o homem a
ser crucificado passava.
Mais nada!
Este Simão nascido em Cirene
pode-se dizer que o foi para Jesus, o homem certo, na hora certa. Mas para si mesmo
já não se pode dizer isso, talvez seja mais correto dizer que foi o homem
errado na hora errada.
Simão, não era apóstolo, nem
ao menos frequentava as reuniões secretas para discutir a nova "ordem
religiosa". Nada, nada! Pouco se sabe deste "homem comum" que
teve um papel tão importante na história do calvário.
Um homem simples do campo,
talvez agricultor, que estava de passagem pela cidade, pai de dois filhos,
Alexandre e Rufo; e que com tantos se espremia em uma das ruelas junto ao
cordão de pessoas que nelas formavam o corredor humano para ver o Rei dos Reis
passar rumo à crucificação.
Apenas estava lá em meio ao
povo ávido de por algum tipo de acontecimento bombástico como a crucificação de
um ser que diziam abalaria as estruturas do império de Roma tal seu poder na
terra.
E só por isso coube-lhe
ajudar a carregar a cruz de Jesus, quando este estava em situação tão alarmante
de dor, sofrimento e cansaço que o centurião responsável achou por bem,
escolher alguém "ao acaso" na multidão de curiosos um que pudesse carregar
a cruz por um trecho do caminho enquanto o condenado, digamos "tomava um
fôlego.
E lá estava ele, um entre
tantos, apontado quase sem sequer para assumir a cruz do outro por um tempo.
Afinal naquela altura dos acontecimentos com tantos ferimentos infringidos ao
condenado e com as quedas já sofridas no trajeto o centurião responsável pelos
soldados destacados para acompanhá-lo, temeu que o nazareno não chegasse com
vida ate onde deveria. Com medo que isto pudesse significar sua própria
crucificação, rapidamente chamou alguém para assumir o posto, para ceder suas
costas e carregar a cruz.
Na verdade contei um pouco desta
história é para fazer pensar sobre uma das coisas mais importantes de nossa
vida, que nem sempre nos damos conta quantos Simãos já estiveram ao nosso
lado e nem notamos?
Quantas pessoas "ao
acaso" estavam lá para ajudar em pequenas coisas e nas pequenas causas...
que nem nos damos conta na hora, mas que se colocaram no papel de Simão - e
desta vez sem a voz de comando de um centurião responsável, simplesmente um
outro ser humano disposto e disponível a prestar auxilio a outro que carrega
mais peso que suas costas parecem aguentar?
Já encontrei muitas, pessoas que como
ele pela vida afora - quando menos esperava "apareceram do nada" me
ajudaram a carregar a mala, o pacote, sacolinhas, abriram
porta de elevador, cederam passagem, ofereceram o lenço de papel, o
ombro certa vez, até mesmo a caixa de papel, algumas mais atentas
ouviram, são pequenas gentilezas, dando a mão e outras colaborações que
suavizam e facilitaram a vida a diária.
Pessoas que são amigáveis
por serem amigáveis nada mais, aquelas que estão ali, lugar certo hora certa!
Pessoas gentis por opção, porque escolhem ser gentis a cada momento. Com ou sem
nome, que às vezes simplesmente surgem num piscar de olhos, outras que
permanecem por um tempo ou por anos, outras são como cometas que passam velozes
depois de prestar-nos auxílio, estender a mão!
Uma cliente me disse que a profissão
de psicóloga é especial em prestar ajuda a pessoas que precisam de alguém com
quem possam dividir o peso das de suas cruzes. Nem tanto, o mais correto será
dizer que ajudamos a redistribuir o peso. Ver de perto se a cruz que carregamos
não foi sendo amealhando varia outras "cruzinhas" aqui e ali, que nem mesmo em
parte, nem o total dela fazem da nossa história quanto mais da nossa própria
cruz, se é que temos que ter uma em nossas costas sempre.
O que vale observar pela vida é o
número do Simão`s que estão por aí bem ao nosso lado, e nós em nosso estado
de crianças mimadas não somos capazes de valorizar e por vezes retribuir.
Uma ideia me ocorre, o primeiro Simão,
o que a Bíblia fala, pode bem ter vindo para nos mostrar que existir gente pode
exercer este papel, e agora espontaneamente. Simplesmente por escolha e prazer,
por ternura e compaixão àqueles que sofrem e precisam de uma mão amiga.









Cássia Marina Moreira Psicóloga / Terapeuta Floral - Vibracional Pesquisadora do Sistema das Essências Vibracionais D´Água E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |