QUEM SOU EU?
Autor Iole Maria Bonetti
Assunto PsicologiaAtualizado em 2/1/2011 8:17:43 PM
Essa é uma pergunta que me faço, e acredito que muitas pessoas devem se perguntar, mas, até hoje não encontrei uma resposta que me satisfizesse ou me convencesse. É muito difícil, e creio mesmo que seja impossível, definir realmente quem sou eu.
Eu não sou meu nome; eu não sou minha profissão; eu não sou meu corpo, nem a cor de minha pele; eu não sou a filha, ou a mãe, ou a esposa, ou a bonita, ou a morena.
O nosso nome é uma forma de nos identificar, mas ele, por si só, não explica ou esclarece quem sou. Eu preciso de outras referências para dizer quem sou, como: filho de tal, amigo, japonês, alto, meigo, ruivo, etc.
Ter um nome nos é muito útil - ele permite que saibamos que a certidão de nascimento é nossa, como tendo nascido em determinado lugar e hora, filho de tais pais - mas, ao mesmo tempo, se torna uma limitação.
E na maior parte do tempo nós nos vivenciamos através destas limitações. Nos fixamos em determinados nomes, que se tornam rótulos em nossa vida: Pedro freqüenta tal escola, é loiro, desajeitado, travesso, inteligente, amável, etc.
Essas designações ou nomes vão constituir a identidade de Pedro. Interessante é que essa identidade ocorre num crescente e em constante mudança, pois Pedro vai se tornando o "Pedro tal", onde algumas características continuam, outras se modificam e outras ainda desaparecem.
O que percebo em meu trabalho é que algumas pessoas se fixam em determinadas designações e se agarram a elas como expressão de uma verdade absoluta, principalmente quando dizem: "eu sou assim".
Esses fatos são enganadores, limitadores, pois eu sou uma infinidade de aspectos, de adjetivos, de características, de papéis, de personagens.
Gosto muito da imagem e da idéia de pensar o "eu sou" como um ator ou atriz do filme ou novela de nossas próprias vidas. E com a certeza de que escolho como vou atuar a todo momento: se no papel principal, coadjuvante, vilã, mocinha, de bem com a vida, de mau humor, rígida, amável, feia, autêntica, etc.
Eu sou o montante de papéis que decido atuar, mas esses papéis também não definem quem realmente sou. Eu sou sempre mais do que esses papéis que atuo, pois "posso" vivenciar e experimentar novos personagens.
Ressalto o "posso", pois essa questão é muito singular, é de cada um: sou eu que me "permito ou não" atuar e escolher os personagens que quero vivenciar.
Mesmo que às vezes essa escolha não seja tão livre - como no caso de ser mãe sem ter planejado, um trabalho que dependemos para sobreviver, um familiar que precisa de cuidados - ainda assim, podemos escolher "como" desempenharemos esse papel.
O tempo todo estamos atuando na vida; portanto, desempenhar um único personagem me parece repetitivo, pobre e limitante.
Acredito que se propor a experimentar novos papéis e escolher o tipo de atuação - comédia, drama, musical - talvez sejam formas de expandir nosso mundo, nossos conceitos.
Confesso que fico feliz de chegar ao final deste artigo sem uma definição de "quem sou eu", simplesmente: eu sou...
Que tal você preencher ... com os papéis e personagens que deseja?
O autor e escritor Deepak Chopra, em seu livro O Caminho do Mago, nos contempla com a pergunta e a resposta a questão: Quem sou eu?
"É a única pergunta que vale a pena ser feita e a única que jamais é respondida".
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