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Reconhecer aquilo que sente – soluções para crises de relacionamento

Atualizado dia 4/6/2009 11:05:08 AM em Psicologia
por Alex Possato


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Por que acontece de encontrarmos alguém, seja numa relação heterossexual, seja numa relação homossexual, com quem criamos afinidade a ponto de estabelecermos um vínculo afetivo? Qual a magia que faz pessoas diferentes se encontrarem em situações inusitadas ou corriqueiras, e se apaixonarem?

A sensação de completude é a resposta. Atraímos alguém que, inconscientemente, julgamos que irá preencher nossas necessidades emocionais - e simultaneamente, o outro é atraído por mim por acreditar na mesma coisa. Somos levados a conhecer alguém que irá deixar bem claro as nossas necessidades, e vive-e-versa. E isso pode ser muito bom, afinal, é a oportunidade de nos conhecermos melhor e curarmos nossas necessidades emocionais... ou pode ser muito ruim,  à medida que me recuso a ver as coisas que me fazem falta...

E do que sentimos falta? Ah..., isso é uma outra questão!

Sentimos falta de dinheiro e segurança, de força e coragem, de carinho e carícia, de palavras e compreensão. Sentimos falta do papai e da mamãe, quer dizer, daquilo que gostaríamos que eles fossem... e não foram... Quase todos nós carregamos o sentimento de que os pais não foram o suficientemente caridosos, presentes, companheiros, amistosos, compreensivos... E isso é uma realidade dura de se admitir, porque socialmente, criou-se a idéia do "endeusamento" do papel dos pais. Por outro lado, desde Freud, a psicologia escolheu os pais, mas principalmente o papel da mãe, como culpa para todos os males da humanidade.

Nem endeusamento e nem culpa. A constelação familiar sistêmica demonstra que os pais não estiveram mais presentes na educação dos filhos porque herdam, dos pais deles, e assim sucessivamente, questões emocionais que desviam o olhar, a atenção para dores e problemas. Não fazem melhor porque não sabem e não conseguem.

E o que acontece conosco, aqui e agora? Temos a tendência de repetir os mesmos problemas dos nossos pais. Algumas pessoas conscientes disso, negam a forma de relacionamento dos pais e querem fazer algo completamente diferente. Mas... não conseguem... E negar os pais não funciona, porque ao negar os pais, negamos a nós mesmos, afinal, somos parte deles. Filhinhos de peixe...



E então, encontramos o príncipe ou princesa. Tudo vai bem no começo, afinal, o sexo é instintivo e prazeroso, e não tem exigências além do prazer. Porém, relacionamentos que se estabelecem além do sexo, exigem. Lembram-se do que falei no começo? Queremos que o outro nos preencha aquilo que sentimos falta. Se sinto falta de segurança, quero que o outro me dê segurança. Se sinto falta de carinho, quero que o outro seja carinhoso. Falta de grana? Que o outro me dê grana ou condições de adquirir o meu patrimônio...

É necessário tirar esta idéia de "amor hollywoodiano" da cabeça. Isso não existe. Amor de novela só existe em novela. Qualquer pessoa que já ultrapassou um par de anos vivendo junto com uma outra pessoa, sabe que o amor existe além desta sensação de necessidade. Na realidade, esta sensação de necessidade provoca apenas desgaste na relação. Tanto um parceiro como o outro sente-se cobrado em dar segurança, carinho, palavras, conforto, amizade... afinal, o outro também procura o mesmo em nós... Uma relação assim se desgasta, a não ser que ambos os lados se acomodem e aceitem viver uma vida medíocre e infeliz. 

A solução  

A solução é reconhecer aquilo que sinto falta, e buscar por mim mesmo preencher. É assumir minhas necessidades plenamente e não delegar a ninguém a resolução dos meus problemas. Um parceiro não é responsável pelas minhas necessidades. E nem eu sou responsável pela necessidade do outro. E mesmo que fosse, é impossível dar soluções emocionais a quem quer que seja. Cada um deve procurar por si mesmo. E descobrir que já possui em si todas as soluções.

Um não pode e não deve exigir do outro determinados comportamentos: você tem que me ouvir! Você devia ser mais carinhoso! Vá trabalhar, cabeça de bagre! Seja mais responsável, mulher! Tudo isso, no fundo, são cobranças internas, que despejamos no outro... São coisas que sinto falta, e gostaria que o outro suprisse. Mas o outro também sente falta de coisas parecidas, e quer que eu forneça para ele.

A crise começa na exigência mútua. A solução começa no reconhecimento das próprias necessidades. A perceber que os dois tem necessidades semelhantes, estabelece-se um novo vínculo. Percebe-se que a falta que vemos no outro não é proposital, mas também gerada por uma carência. E o outro vê que também nós não o completamos por estarmos presos a necessidades particulares. E assim, algo novo pode surgir desta compreensão. Se assim o permitirmos. 


Alex Possato é professor de constelação familiar sistêmica e terapeuta sistêmico. Clique aqui e saiba mais

Texto revisado por: Cris


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Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
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