Reconhecimento!
Atualizado dia 19/11/2012 11:00:56 em Psicologiapor Paulo Salvio Antolini
Vejamos no relacionamento entre pais e filhos. Os filhos estão tentando fazer o melhor, buscando colocar em prática tudo o que lhes foi passado pelos pais, mas do jeito deles, ainda necessitando de orientação e ajuda. Os pais, ao invés de identificarem esse esforço, notam apenas os desajustes e a crítica é contundente, feroz, agressiva. Os filhos, sentindo-se repudiados em seus esforços, passam da profunda tristeza à rebeldia, gerada pela incompreensão percebida. Não estão rejeitando a crítica, mas a falta de reconhecimento pelo esforço despendido.
O inverso também acontece, quando os pais tentam de tudo para que seus filhos recebam, dentro do possível, aquilo que eles podem dar de melhor, e estes não reconhecem tal atitude. Chegam a um ponto de total frustração de ambas as partes, mas para os pais ainda fica o sofrimento por não serem reconhecidos.
E entre os casais, então? Depois de algum tempo viram "propriedades", passam a fazer parte do "ativo imobilizado", como se fossem uma mesa de escritório. Qualquer esforço não é notado. Por mais que a mulher se esforce, que procure estar bem arrumada para quando ele chegar, com tudo pronto e com tempo para os dois, ele nem nota e ainda acha do que reclamar. Por mais que o homem se esforce para atender as solicitações de sua mulher, para ela nunca é o bastante.
Na empresa, qualquer que seja o segmento, indústria, comércio, prestação de serviços, o funcionário se empenha para atender as necessidades da empresa, esforça-se para corresponder e superar as expectativas e passa a ter uma atuação diferenciada, que muito de bom traz para a atividade e o ambiente. Os patrões sabem disso, mas não se preocupam em expressar o reconhecimento devido. Este funcionário, após um bom tempo de dedicação, tenderá a tomar duas atitudes: pedir aumento ou pedir demissão, pois encontrou outro emprego onde suas habilidades e esforços serão reconhecidos. Quando não há o reconhecimento, os patrões podem até dar o aumento, mas interpretarão a reivindicação do empregado como uma chantagem, vendo-o como oportunista. Na segunda possibilidade, considerarão o funcionário um ingrato, que "aprendeu" lá tudo o que sabe de melhor e agora foi trabalhar para um concorrente.
Funcionários também, muitas vezes não expressam o reconhecimento pela empresa que o admitiu. Por mais que recebam, vivem a se queixar e a querer mais. Não olham o todo, apenas o número. Muitas vezes mudam por muito pouco, deixando de considerar o tratamento que recebem, a solidez, a pontualidade, as garantias, enfim, que a empresa lhes propicia. Normalmente, o não expressar o sentimento de gratidão, o reconhecimento, leva ao afastamento e à perda daquele que tanto tentou mas não conseguiu. Ao que não reconhece, fica de imediato o sentimento de ingratidão do outro, o que os faz perceber muito tardiamente que "eram felizes e não sabiam".
Ao falarmos de reconhecimento, gratidão, não estamos nos referindo aos aspectos financeiros ou apenas de condições materiais de vida, mas do expressar através de palavras e ações o quanto o outro é significativo no que se refere, seja pelos esforços feitos, seja pelo buscar agradar e atender parceiros, seja pelo fazer o melhor no trabalho, ou reconhecer que o empregador está dando tudo de si.
Reconhecer é, acima de tudo, saber demonstrar que o outro existe e é importante.
Texto revisado
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