RELAÇÃO ADICTIVA E SUBSTITUIÇÃO
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Autor Vana Comissoli
Assunto PsicologiaAtualizado em 8/6/2009 12:11:19 PM
Tendo a personalidade adictiva maturado e sobrepujado o Eu verdadeiro este tenderá a diminuir, nos casos fatais, a desaparecer e a relação adictiva se estabelece.
Quando um adicto não aceita sua condição de dependente que o levará a desenvolver seu Eu verdadeiro, aceitará um "vício", achando que este solucionado tudo ficará bem.
A doença da Dependência é mais séria, mais mesquinha e trágica do que isso.
Um adicto que se conscientiza do mal que o objeto de adicção está lhe provocando poderá fazer grande esforço para reduzi-lo a níveis aceitáveis, ainda assim a doença se manterá intocada uma vez que trabalhou apenas o externo. É nessa condição que a Substituição se estabelece.
Os caminhos são de substituir o objeto de adicção, por exemplo, o álcool, por jogo, comida, etc. O mesmo acontece com as drogas onde o usuário ficará pulando de uma para outra em busca do entorpecimento. Fuga dos problemas ou situações psíquicas que não consegue administrar.
É comum que um adicto encontre um parceiro. Juntos usarão sua droga de preferência. Essa convivência simbiótica pode se romper se houver um usuário mais vintenso e com isso dará ao outro a noção de perigo que atravessam. O mais lúcido diminuirá sua cota de uso , mas não se livrará da doença e seu objeto de adicção passará a ser o parceiro.
É comum que não o ame e nem se apiede realmente, mas não rompe a relação. É como se estivesse na frente de um copo ou de uma dose: sabe aonde chegará, mas se mantém fiel. A compulsão impede que haja real rompimento uma vez que não trata a doença.
A compulsão é a ferramenta mestra da Dependência, é ela que mantém o adicto aprisionado.
Só chegando às raízes de sua personalidade adictiva adquirida na primeira infância é que consegue controlá-la. Isso é conquistado pela consciência da dependência e por psicoterapia. Os remédios auxiliares aliviarão a pressão para que haja movimento da parte do adicto em direção à recuperação, mas OS REMÉDIOS NÃO CURAM.
A situação de co-dependência estabelecida dentro deste tipo de relação permite que o usuário mais agudo continue seu uso, livre do controle imposto pelas famílias. As etapas de comportamento reativo das famílias inexistem. O parceiro não estimula a recuperação para não perder seu próprio objeto de adicção que é o outro.
Antes de mais nada é importante analisar o script de vida do adicto.
Normalmente desenvolveu a adicção para escapar da dor de se sentir deslocado, imprestável para o mundo que o cerca. É o que podemos chamar de desvalidação. É a total anulação da capacidade de se desenvolver enquanto ser humano e, principalmente a incapacidade de concorrer com seus iguais. Provavelmente, na infância, foi substituído por alguém que considerou melhor ou mais capacitado para usufruir o amor dos pais.
Ao se estabelecer a dependência sobre um adicto sob a aparente forma de salvação do mesmo, necessita que este se mantenha adicto. Procura nessa fonte degradante uma validação para si mesmo.
Sente-se melhor porque existe alguém mais deteriorado do que ele próprio. É a mudança de humor ansiada para alívio de suas próprias tensões internas.
Como toda a adicção também aumentará com o tempo e o uso, se podemos chamar assim.
Na verdade, usar pessoas é mais corriqueiro do que desejaríamos que fosse. Então os malefícios da adicção crescem e a relação se torna quase insuportável, assim como o álcool e a droga destroem o usuário, a convivência destrói o adicto emocional. Ainda assim não abandonará o parceiro e, inclusive, é possível que tente ajudá-lo sabendo que não conseguirá. Se conseguir, o jogo se romperá e ele perderá sua "droga" de preferência.
O processo acontece em cima dessas premissas:
"O outro igual a mim é confortável, pois não me julga ou condena. Me aceita, e, muitas vezes, me favorece momentos em que posso me mostrar sem nenhuma máscara ou cuidado social."
"Manter a co-dependência me livra de ME VER, me perceber. Se esse elo for cortado, terei que enxergar uma corrente muito maior, com implicações profundas e dolorosas. O outro, igual a mim, me alimenta. Não preciso me ver e muito menos me superar. Isso não é esperado de mim."
"Eu desejo que o outro permaneça como está. Desta forma seguimos em "tribo". Tribo dos desvalidos, dos não amados, dos frágeis e outros componentes destrutivos deste quilate que revelam minhas incapacidades.
Se o processo for estabelecido dentro da família, são grandes as chances que todos os seus membros desenvolvam a mesma patologia comportamental com algumas variantes, dentro da visão de resposta individual. É uma situação difícil de ser rompida a menos que um dos componentes imploda o jogo e estabeleça bases mais sadias.
Desmontar a relação estabelecida incluirá mudar o rumo de sua vida ou encontrar outro adicto disposto a partilhar com ele o processo destrutivo. As duas coisas são difíceis e amedrontadoras.
O que existe de trágico nessa dependência é que ela possui justificativas válidas para o status quo. Como largar a pobre criatura adicta à própria sorte? Se for casal e tiverem filhos, como abandoná-los a essa vivência? Ao mesmo tempo em que essas justificativas o salvam da decisão de mudança, fazem com que se sinta bem aos próprios olhos: está tentando, o outro é que não colabora mantendo-se na adicção.
É uma terrível forma de adicção, pois é maquiada por solidariedade com o adicto ativo, preocupação pelas pessoas dele dependentes e não têm nenhum estímulo adictivo químico (se tiver, estará sob razoável controle), ou seja, é invisível. E as saídas da situação terão, aparentemente, ingredientes de crueldade, uma vez que será preciso afastar-se do adicto, romper vínculos, estabelecer novas metas, pelo menos até recuperar a si próprio para poder socorrer o parceiro.
Quanto à questão de ajudar um adicto por mais que tenhamos conhecimento de sua doença, quem tem que adquirir essa certeza é o próprio adicto. Ele é quem definirá sua posição diante da recuperação.
O máximo possível é acompanhá-lo pelos caminhos que trilhará. Caminhos em princípio de sofrimento até que a consciência da libertação se faça. Uma vida de aprisionamento vale mil vezes, os poucos meses de indignação consigo mesmo.
Consciência e admissão da doença é a única forma de achar o caminho da recuperação. Caminho que exige coragem, humildade e determinação. Oferece em troca, tranqüilidade, alegria, crescimento emocional e psíquico.
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