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Revolução do Amor

Atualizado dia 4/9/2015 5:00:31 PM em Psicologia
por Verônica Dutenkefer


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Sinto-me profundamente envergonhada por perceber que não consigo nem ao menos, ter um esboço de um mundo onde não exista tantas dualidades injustas.
Uma sociedade onde verdadeiramente todos os indivíduos tivessem o mesmo acesso aos recursos econômicos e culturais.
Conhecedora de minha atual ignorância e impotência, tento buscar alternativas de contribuir, de alguma forma, para um mundo melhor. Então, percebo que eu escolho fazer uma rebelião através do amor.
Essa revolução amorosa se inicia com o mais próximo a mim. E quem é esse ser que está mais próximo a mim?
Sou eu mesmo.
Se o oposto do amor não é o ódio e sim a indiferença, então eu tenho de olhar para meu ser e não mais me ignorar.
“Conheça-te a ti mesmo!”.

E nesse universo interior vou tentando levar paz, onde existem guerras. Levar gratidão onde há angústia; alimentar a fé onde há medo e criar lucidez onde há alienação.
E desses pequenos gestos vou tocando lentamente as feridas que me tornaram tão “má”. E nesse toque vou conhecendo meu verdadeiro poder de amar.
Amando-me, vou compreendendo e perdoando meus erros e fracassos. Vou me envergonhando cada vez menos não tendo, portanto, a necessidade urgente de me esconder ou de ser perfeita.
Olhando amorosamente minhas imperfeições, vou ensinando a mim mesma uma forma diferente de ser.
Transformando-me, vou ampliando meu universo, conseguindo ter mais sabedoria e força para começar a tocar também outras pessoas.
Porque agora não preciso mais me esconder.

Lentamente, minhas defesas que se erguiam como muralhas tão injustas vão se desintegrando.
Sem máscaras, sem leis e sem dogmas, vou me mostrando cada vez mais amorosa.
Sim... encontrarei em meu caminho muitos que não compreenderão, nem aceitarão meu amor. E apesar disso ser extremamente doloroso, saberei que eles têm esse direito. Mas jamais permitirei novamente me envergonhar do meu amor!
Minha rebelião terá como decreto principal não mais confundir amor com fraqueza e sofrimento.
Tentarei, como a metáfora do colibri que traz pequeninas quantidades de água em seu bico para apagar o incêndio na floresta, fazer com que meus gestos e palavras contribuam, de alguma forma, na diminuição das injustiças que me separam de meus irmãos.

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