Saindo do ovo
Atualizado dia 20/04/2011 14:41:26 em Psicologiapor Andrea Pavlo
Hoje eu acordei bem. Acordei livre. Livre da minha ex-péssima mania de "não incomodar". Fui criada para não incomodar. Não fale alto, não chute a cadeira, não brinque com as coisas espalhadas pelo chão, vá pro seu cantinho e faço o menor estardalhaço possível. Pois é, eu cresci assim, e assim fiquei. Nunca entendi as pessoas no trânsito que simplesmente param no meio de uma avenida, atrapalhando todo mundo. Um monte de gente passa, buzina, xinga e ele lá, belo e formoso. Eu tinha ódio disso, até hoje pela manhã.
Pessoas assim não têm medo de encher o saco, de incomodar. Não acham que são um estorvo social (apesar de, neste momento do trânsito estarem sendo, sim, e muito desrespeitosas) simplesmente amam a sua condição. Acham que o mundo está lá, então, use. E eu fiquei mesmo me perguntando, hoje pela manhã, se elas não estarão certas.
Muitas vezes eu deixei de fazer coisas na minha vida por medo disso. Por vergonha, ou seja, por vaidade. Sempre titubiei em ligar pra um cliente em potencial pensando "será que eu não vou atrapalhar"? Será que eu não serei incoveniente, ligando pra pessoa e conversando com ela?
Não, maluquice, não vai. As pessoas interagem e se um cliente não quiser uma coisa simplesmente diz: não, não quero! Por que, então, me sentia tão culpada?
Por medo, por vaidade. Como assim "eeeeeeeeeuuuuuu" sendo incoveniente? Eu ligando numa hora errada, eu, eu, eu... mergulhada no meu ego que nem um pinto no ovo, só vendo o meu pedaço da vida. Chega disso, coisa mais chata!
Pior do que chata. Trava completamente a sua vida. As coisas não se resolvem, as pessoas não têm a menor obrigação de resolver as coisas por você e muitas vezes, se você não ficar em cima, não vai resolver mesmo. A situação que dependa que qualquer outra pessoa precisa, primeiro, de você deixar claro o que é necessário para resolver. E se a pessoa achar que você está "enchendo demais o saco", então, resolva logo o problema, ué!
E qual não foi a minha surpresa quando começo a fazer isso e as coisas começam a se resolver. Assim, sozinhas, fluindo como um rio em direção ao mar. As soluções estão todas aí, ao nosso redor. E se Páscoa é renovação, eu já sei no que eu consegui me renovar.
Morte à envergonhada que incomoda o mundo. Renascimento para uma mulher de atitude, que vai atrás do que precisa sem medo e sem vergonha na cara. É tão bom ser sem vergonha nessa hora (não que em outros momentos não seja, veja bem)! O mundo fica mais colorido e muito mais fácil deste jeito e eu nem vou precisar encher a cara de chocolate pra matar as minhas frustrações. Mas, claro, um pedaço de ovo será bem-vindo!
Texto revisado
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Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |