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Seja fiel a si

Atualizado dia 14/11/2012 16:20:40 em Psicologia
por Andrea Pavlo


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Vou começar o texto com uma pergunta instigadora: quem é você? Não, não estou falando do seu nome, nem endereço, nem do nome dos seus pais. Não estou perguntando se você é casado ou solteiro, alto ou baixo, magro ou gordo. Estou perguntando quem é você lá dentro, para você mesmo? Pergunta difícil. Eu sei, porque num primeiro momento não dá nem pra entender o que diabos eu estou perguntando. Estamos tão acostumados a nos identificarmos com o nosso ego, com as coisas que estão fora de nós que nem entendemos que existem outras coisas. Eu, não sou psicóloga, nem médium e nem nada disso, eu sou só eu. E quando estamos sós, eu e eu, estamos bem, felizes, tranquilos.

Procuramos a felicidade e a paz de espírito fora. Lá fora, no vizinho, nos amigos. Lá nos relacionamentos (quantas vezes eu já ouvi "quero alguém pra ser feliz" como se a responsabilidade fosse mesmo do outro). Lá naquele lugar distante, naquela terra dourada. Naquele pai ou mãe que deveriam ser assim ou assado. No país que não deveria ter mensalão, no trânsito que não deveria ser congestionado, nas crianças que não deveriam morrer de câncer. Sempre uma causa externa a nós. Sempre algo quase incontrolável que monitora, na verdade, o seu nível de felicidade.

Ser fiel. Você é fiel? Você é aquele cara ou aquela mulher que nem olha para ninguém na rua? Que finge que seu desejo por outras pessoas ficou lá no altar, no dia em que você jurou amor eterno? Sim, você finge! E sim, você pode até nunca ter saído com mais ninguém depois que encontrou a "sua pessoa", mas sentir, isso você sente.

Somos bichos. Temos desejos e fantasias, mas ainda assim temos um corpo e um instinto. Podemos, pelo racional, escolher ser monogâmico, amar alguém de verdade e não querer ver aquela pessoa magoada, mas, isso também é cultural. Isso explica porque, em algumas costuras, ter mais de uma esposa e marido é perfeitamente normal. Isso explica porque algumas pessoas casadas fingem que não percebem as "traições" do marido ou da esposa. Porque, de fato, isso não tem importância.

A grande sacada é que não, não gostamos muito de estar sozinhos. E estamos muito acostumados a ter um relacionamento arrumado. Não, não arrumado pelos nossos pais (como acontece na Índia ou em países árabes), mas arrumados pela gente mesmo. Já ouvi histórias de pessoas que queriam uma pessoa, mas ficaram com outra. E aí perguntei "mas por quê?". Ah, porque socialmente aquela é melhor. É mais rica (ou mais pobre), mais magra (ou mais gorda), tem uma personalidade mais fácil de lidar. Arrumamos namorado como quem compra um novo par de calças. Não é mais relação, é item para se ticar na checklist do dia.

E onde está a fidelidade nestes casos? Se passarmos a escolher pessoas pelo currículo e não pelo fato de gostar ou não dela. Se usarmos a relação para trair a nós mesmo. Outro dia ouvi uma frase muito interessante "Casei e perdi um pouco a personalidade". E eu me pergunto por quê? O que o casamento tem a ver com o fato de perder a personalidade? Nada.

Não é que perdemos por conta do outro ou por conta das novas "exigências matrimoniais", mas perdemos porque assumimos um papel. Passamos de nós mesmos para uma coisa que achamos que o outro quer que sejamos. Isso é a maior traição que um ser humano pode fazer a si mesmo. Você abandonar as coisas que você gosta, quem você é, os seus amigos, seus parentes, para ser "feliz" com uma pessoa que, meu bem, não garante nada. Esquecer-se de tudo o que cultivou até então por medo. Medo da solidão. Medo de ser o solteirão ou a solteirona. Medo da sociedade. De novo.

Amar é ótimo. Como é bom! Como é bom ter alguém em quem pensar ter alguém que participe dos seus planos com você. Alguém com quem você possa conversar horas à fio sobre assunto que só vocês entendem! Ter alguém pra tocar e ser tocado, para fazer amor, pra criar uma família. Essa é uma parte importante e maravilhosa das nossas vidas, mas precisamos repensar o preço que estamos pagando deixando de sermos nós mesmos. Um dia, a vida cobra a fatura e aí a coisa costuma ser bastante complicada. Afinal de contas, o outro sempre se apaixona pela pessoa que você era quando ele te conheceu e não pela cópia mal feita dele mesmo. Quem quer uma cópia, vai numa copiadora e não procurar um relacionamento.

Relacionamento é troca. Eu aprendo com você, você aprende comigo. Somos dois seres inteiros trocando informações e sendo fieis a nós mesmos e aos nossos gostos e particularidades. Isso é ser inteiro e, de fato, isso é ser feliz. Afinal de contas, como podemos ser realmente felizes quando nos falta um pedaço? E ainda mais, quando este pedaço é a gente mesmo.

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Conteúdo desenvolvido por: Andrea Pavlo   
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa.
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