Seja honesta. Com você!
Autor Andrea Pavlo
Assunto PsicologiaAtualizado em 2/22/2008 12:34:24 PM
Os noticiários estão lotados deles. As capas de jornais, de revistas semanais. Toda semana tem um escândalo, um mensalão, um não-sei-que-duto e mais um monte de engravatados dizendo que a culpa não é deles. Então, um monte de repórteres sai as ruas fazendo o famoso “boca de urna” com os eleitores, perguntando o que eles acham dos políticos desonestos e do último escândalo em Brasília. E todo mundo responde aquele papo da pouca-vergonha, alguém tem que mudar esse país e mais um monte de bla bla bla.
Sim, virou um bla bla bla. Virou clichê! Falar de político e desonestidade na mesma frase é aquilo que todo mundo faz o tempo todo. Não que só existam políticos corruptos e que não existam boas notícias para serem dadas sobre os governos. Mas quem compra a revista do cara que aprovou uma lei liberando uma verba maior para educação? Ninguém. E só se fala na danada da honestidade!
Afinal de contas, o que é ser honesto? Pelo senso comum é ser uma pessoa verdadeira, que não mente, que não inventa coisas e que não faz coisas consideradas erradas, do tipo roubar e matar. A expressão “sou pobre, mas sou honesta” é dita a torto e a direto por todo mundo (até os que nem são tão pobres assim). Mas, será que todo mundo é honesto mesmo, cem por cento do tempo?
Você deve agora estar de boca aberta olhando para este texto e dizendo “que calúnia”. Pode até ser que você nunca tenha roubado, nem matado. Será? Será que você nunca roubou uma idéia boa de uma colega de faculdade, de trabalho? Será que você nunca pegou uma coisa emprestada e “esqueceu” de devolver? Sabemos que isso é comum e se formos realmente honestos vamos perceber que nem tudo o que se fala sobre a honestidade é honesto.
Afinal de contas, somos humanos e encarnados. Ou seja, cometemos erros. Ok, você pode realmente nunca ter feito nenhuma dessas coisas por muitas razões. Uma educação super rígida, um senso natural de respeito ao próximo, qualquer coisa. Mas olhe para a sua vida agora. Pare por 5 minutos e se faça essa pergunta. Você é 100% honesta com você?
Lembra quando o cara não ligou no dia seguinte e você pensou “Ah, mas deve ter acontecido alguma coisa, aposto como o carro dele quebrou, furou o pneu” ou pior , quando você acreditou quando ele falou isso? Você estava sendo honesta com você naquele momento? No fundo, aposto que tinha uma partezinha sua te dizendo a verdade. Que, na verdade, ele não ligou porque não quis. Mas e para aceitar isso? E para encarar essa verdade depois de ter conhecido o homem que você jura que será o pai dos seus filhos?
No fundo, não somos honestos conosco. Não somos honestos quando nos perguntam se está tudo realmente indo bem. Não somos honestos quando fingimos, para nós mesmos, que aquele cara não mexe mais com você. Não somos honestos até quando dizemos que não estamos assim tão gordas, vai! Tem um monte de situações em que simplesmente não estamos prontas e não estamos a fim de encarar a realidade. Encarar que aquela pessoa que você ama tanto, não te ama. Encarar que aquele emprego não é o que você quer pro resto da sua vida. Isso porque encarar a verdade vai exigir de você mudanças que, nem sempre, estamos dispostas a fazer. Despedidas que não estamos a fim de encarar. E dores, muitas dores, porque só escondemos da gente aquilo que pode nos machucar.
E não vou dizer que será um exercício fácil, mas vou propó-lo mesmo assim. Que tal tirar um dia só pra falar a verdade? É como naquele filme “O mentiroso”, sabe? Um dia inteiro em que você vai falar a verdade para você em todas as oportunidades. Porque sim, na sociedade, algumas vezes, é necessário mentir. Mas quando mentimos para gente estamos adiando e criando mais e mais sofrimentos. Coma aquela bomba de chocolate sabendo que vai estar com uns 200 gramas a mais no dia seguinte. Compre aquele vestindo pensando que vai acabar de ferrar o seu cartão de crédito. Simplesmente assuma. E imagine que delícia, chegar a fatura do cartão sem você ter um desmaio repentino. Engordar 200 gramas com a certeza que eles não são de inchaço. Parar de inventar desculpas e encarar a verdade. E aceitar você, como você é. Assim, meio doida, meio comilona, meio gastona mesmo. É isso que nós somos não é? Então, qual é o problema.
Aposto como, depois desse exercício, você vai pensar muito melhor sobre os políticos desonestos e, aí sim, falar deles com conhecimento de causa: sendo honesta, de verdade!
Avaliação: 5 | Votos: 8
Psicoterapeuta, taróloga e numeróloga, comecei minhas explorações sobre espiritualidade e autoconhecimento aos 11 anos. Estudei psicologia, publicidade, artes, coaching e várias outras áreas que passam pelo desenvolvimento humano, usando várias técnicas para ajudar as mulheres a se amarem e alcançarem uma vida de deusa. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |
