Ser altamente sensível e dizer não – Parte II
Atualizado dia 30/07/2016 09:24:08 em Psicologiapor Rosalira dos Santos
O não saber (ou não poder) dizer não foi fundamental para que eu trilhasse este caminho de autonegação. Na verdade, eu poderia dizer que cada sim dito quando queria dizer não foi mais uma pedra pavilhando esse caminho. Com isso, aprendi que muitas vezes ao dizermos sim aos outros é a nós mesmos que estamos dizendo não.
A força para dizer não
Porém, saber disso não é suficiente. É necessário algo mais para que possamos honesta e conscientemente dizer não. Penso que este algo mais tem a ver com nosso centro. Encontrar o próprio centro tem a ver com autoconhecimento. “Conhece-te a ti mesmo” estava escrito no pátio do tempo de Apolo em Delfos. Você realmente conhece a si mesmo? Sabe quais são seus valores, suas aspirações, sua definição pessoal de sucesso e de felicidade? Há muitos caminhos para buscar as respostas. Um deles é fazer silêncio. Dar um tempo no constante falatório interno e externo e simplesmente ouvir a sua alma. Outro passo importante é a prática do não julgamento. Quando deliberada e conscientemente nos afastamos do mundo dos julgamentos e deixamos de rotular as outras pessoas, começamos a perder o medo de sermos julgados. Simplesmente saímos dessa dança e vamos nos transportando a um modo diferente de ver o mundo e a nós mesmos.Mas encontrar o próprio centro não é suficiente, é necessário dar um passo além e decidir viver de acordo com ele. Reverenciar o próprio centro como a presença do divino dentro de cada um de nós implica em assumir o compromisso de viver de maneira coerente com nosso eu verdadeiro. E nessa caminhada não há espaço para aceitar (ou praticar) manipulações, chantagens, birras e outras formas de coerção.
É difícil? Muito. E ainda mais difícil para nós PAS pelas razões que falamos no artigo anterior (e muitas outras mais). Mas é ainda mais necessário para nós também. Sendo parte de uma minoria de pessoas que possuem um limiar de saturação e de tolerância a estímulos mais baixo que a maioria, é imperativo que saibamos defender nossa sensibilidade recusando-nos a ir além dos nossos limites (físicos, mentais e energéticos). Portanto, enquanto avançamos na busca do nosso centro, podemos usar algumas estratégias para tornar menos doloroso o ato de dizer não.
Como dizer não?
Antes de tudo, tenha bem claro que dizer não é seu direito. Afinal é do seu tempo, energia, recursos de que se trata. Não há necessidade de se desculpar. Por isso tente falar com tranquilidade e naturalidade. Da próxima vez que for confrontado a um pedido ao qual queria responder não, experimente uma dessas frases:- “Não posso me comprometer com isso, tenho outras prioridades neste momento”.
- “Não é uma boa hora, estou no meio de uma atividade. Podemos conversar mais tarde?”
- “Adoraria fazer isso, mas…”
- “Preciso pensar primeiro. Depois te digo alguma coisa”.
- “Não sou a melhor pessoa para ajudar com isso. Porque não fala com fulano?”
- “Lamento, mas, não posso”.
Por fim, quero acrescentar uma coisa: a dificuldade de dizer não está também ligada à dificuldade em ouvir um não. Nossa tendência a nos magoar com facilidade pode nos levar a nos sentirmos ofendidos quando nos deparamos com uma recusa aos nossos pedidos. Para poder dizer não livremente é imperativo reconhecer e respeitar a liberdade do outro, aceitando-o como legítimo outro, sem chantagens, pressões ou cobranças. Duro aprendizado, por isso mesmo, vital.
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Life Coach, especializada em Pessoas Altamente Sensíveis (PAS). Criadora do "Programa Ame sua Sensibilidade". Apaixonada por mitologia, religiões antigas, gatos, florais e fotografia. Mas, acima de tudo uma PAS, como você. Para saber mais sobre a alta sensibilidade, visite meu site: www.amesuasensibilidade.com.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |