Será que sou neurótico ???
Autor Renato Liberman
Assunto PsicologiaAtualizado em 10/15/2008 12:24:34 AM
Existem pessoas que, ao enfrentar situações perturbadoras, sofrem de tensões excessivas, porém temporárias, retornando ao equilíbrio após um dado período, geralmente quando a situação se resolve. Estes são os indivíduos chamados de “normais”. Há outro grupo de pessoas que, diante de tais situações sentem grande angústia e passam a empregar padrões neuróticos e patológicos de defesa. A resposta neurótica pode se apresentar de várias formas como ataques de angústia (o que hoje chamamos de pânico), fobias e obsessões. Isso torna o indivíduo neurótico uma pessoa infeliz, insatisfeita com sua própria vida, angustiados e ineficientes em seus projetos e relacionamentos, muitas vezes agressivos, rancorosos etc.
São pessoas como nós, isto é, o neurótico não é um indivíduo que não possa viver em sociedade, não precisa de “internação” mas com certeza, necessita de ajuda psicológica.
Talvez eu, talvez nós possamos nos enquadrar como indivíduos neuróticos. Na realidade, na sociedade moderna na qual estamos inseridos, vivemos o tempo inteiro sob tensão e muitas vezes se torna difícil sair ileso de algumas situações.
Ficamos angustiados, infelizes, nos sentimos impotentes e ineficientes. Ao deitarmos, nossos pensamentos podem remoer os problemas do dia, sonhamos com problemas, temos sonhos carregados de ansiedade, acordamos apressados para mais um dia de batalha.
Assim como as pessoas chamadas de “normais”, os neuróticos possuem algumas características sintomáticas. Porém, nesses últimos, tais sintomas são em maior grau.
Algumas dessas características são:
• Sentimento de inadequação: procura sempre o apoio de alguém próximo (pais, cônjuges etc.) para sentir-se mais seguro;
• Angústia e medos: sente-se ameaçado a maior parte do tempo criando diversas formas de defesas para reduzir a angústia. É comum que essas ameaçadas sejam simbolizadas por medo de doenças, acidentes, morte etc.;
• Irritabilidade: por estar sempre esperando algo “ruim” isso gera reações extremas diante de pequenos acontecimentos, aparentemente nada importantes para outras pessoas;
• Somatizações: tensão, fadiga, dores de cabeça, palpitações, insônia, impotência problemas de memória e atenção etc.;
• Fobias;
• Pensamentos e atitudes obsessivas e/ou compulsivas;
• Desânimo excessivos, depressão.
O neurótico sempre está consciente de si próprio, alias em excesso, chegando a ser egocêntrico, pois está sempre preocupado com seus sentimentos, emoções, ambições e esperanças. Projeta no outro seus problemas ou as causas destes, isto é, não enxerga que ele e somente ele é responsável pela situação na qual se encontra.
A terapia é essencial, às vezes a medicação é necessária, mas o importante é reconhecer que nem sempre resolvemos nossos conflitos sozinhos ou num bate papo informal. Apagar um incêndio é imprescindível para não se queimar, mas é preciso encontrar a brasa para não incendiar novamente.
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