VINGAR, PUNIR OU EDUCAR
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Autor João Carvalho Neto
Assunto PsicologiaAtualizado em 01/03/2009 18:56:12
Hoje gostaria de abordar um tema que merece toda a nossa atenção, na medida em que envolve atitudes irrefletidas e inconseqüentes que geram graves problemas na mente aprendiz.
Falo das posturas relacionais de pais e professores com seus filhos e alunos, nem sempre suficientemente maduras e conscientes para produzirem resultados positivos no processo educacional. Muito mais do que supomos, somos levados por forças inconscientes que movem nossas palavras e ações sem a racionalização que se faria necessária, e o vingar-se é uma delas.
O sentimento de vingança, que se expressa no desejo de punir alguém por atos que nos atingem, é incentivado e sustentado por arquétipos de nossa cultura multimilenar, difíceis de serem isolados.
Carl Gustav Jung, o eminente Psiquiatra que se entusiasmou com a proposta de Freud, mais tarde construindo sua própria teoria da mente humana, apresenta o conceito de um inconsciente coletivo do qual herdamos uma herança psicológica que se soma à herança biológica. Segundo ele, o inconsciente coletivo é como uma atmosfera na qual vivemos, plena de materiais de formação psíquica geral.
A estes conteúdos, Jung deu o nome de arquétipos, imagens primordiais de uma cultura mitológica, ligadas ao indivíduo através de uma verdadeira ponte de emoções.
Percebemos que, por este enfoque, recebemos a influência de alguns símbolos básicos de nossa sociedade, que regem nossos comportamentos como leitos de rios, por onde circulam nossas emoções pessoais que, ingenuamente, se imaginam livres.
Um dos arquétipos mais marcantes na história da humanidade é o do pai punitivo, construído vivamente na religião judaico-cristã que fecunda o pensamento ocidental. A Lei de Talião e a figura do Deus cruel e vingativo do Antigo Testamento são símbolos indelevelmente gravados em nosso psiquismo.
A representação viva desta expressão da história da humanidade está presente em cada gesto de punição movido pelo rancor e pela vingança.
E fazemos tudo isso sem perceber o quanto somos manipulados por estas forças arquetípicas.
Agora, convido a todos a responderem com sinceridade: quantas vezes punimos nossos filhos e alunos, com castigos e provas movidos pelo desejo de uma vingança fortemente enraizada nos moldes deste arquétipo?
E aonde fica a postura de educadores se substituímos a paciência e o amor pelo ressentimento e rancor?
Agora, mudemos de lado. Como se sente uma criança, também herdeira desse inconsciente coletivo, que se vê diante de um adulto furioso, a gritar enraivecido contra ela, enumerando medidas para poder puni-la? Talvez sinta que o próprio Deus desceu à sua frente para exorcizá-la. E não estou brincando não. A emoção vivenciada talvez seja a mesma.
Quanto medo, quanto distanciamento se estabelecem nesta relação. Em uma relação que deveria ser de apoio, incentivação e carinho.
Claro que não estamos aqui reprovando a necessária atitude de limitar comportamentos indevidos, mas sim de como o fazemos. Estabelecer limites não é uma questão de agressividade, mas sim de autoridade.
Por isso, pensemos no que nos move nestas condições. Sempre que perdemos o controle de nossas próprias emoções, favorecemos o surgimento destas forças guardadas nas profundezas da mente, assumindo comportamentos indevidos que nada contribuem para a formação de nossos jovens.
Guardemos a sobriedade e a paz interior, sem perder a necessária firmeza, mas sustentando a lucidez possível que confira às nossas palavras e atos a eficiência que educa sem ferir nem magoar.
João Carvalho Neto
Psicanalista, autor dos livros
“Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal”
www.joaocarvalho.com.br
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Psicanalista, Psicopedagogo, Terapeuta Floral, Terapeuta Regressivo, Astrólogo, Mestre em Psicanálise, autor da tese “Fatores que influenciam a aprendizagem antes da concepção”, autor da tese “Estruturação palingenésica das neuroses”, do Modelo Teórico para Psicanálise Transpessoal, dos livros “Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal" E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |