Vocação profissional: o caminho do coração.
Autor ANA PAULA DE JESUS
Assunto PsicologiaAtualizado em 4/17/2019 7:41:45 PM
Gosto de contar histórias de amigos. Dessa vez, vou falar algo que uma queridíssima amiga e colega de profissão (também psicóloga) me disse certa vez. Ela me confidenciou um pensamento numa de nossas conversas, o qual resumo aqui dessa forma:
“Ana, nós que deveríamos pagar para atender a nossos pacientes, pois aprendemos tanto com cada um deles, com suas histórias de vida e situação, que eu sinto que devo a eles e não o contrário”.Tenho pactuado com esse entendimento desde então. De fato, atender pessoas é uma grande oportunidade de avaliar a si mesmo. Ao mesmo tempo que creio ser uma missão, um sacerdócio, para o qual nos dedicamos de corpo e alma.
Acredito que todas as profissões deveriam ser exercidas somente por pessoas vocacionadas a ela, porém, para o (a) Psicólogo (a) essa máxima deveria ser levada em conta em maior grau de importância.
Pois, não é possível você “tocar outra alma humana” como disse Jung, sem que exista uma entrega inerente a isso, compatível a quem tem a vocação para trabalhar com vidas e suas dores de alma.
Não quero dizer com isso que é desnecessária a técnica ou estudo, muito pelo contrário. Quanto maior a vocação, maior a tendência do profissional de se especializar em sua área com prazer e esmero.
No entanto, se houvesse a necessidade de uma seleção entre MELHOR TÉCNICA X MAIOR VOCAÇÃO, eu ficaria com o profissional mais vocacionado. Qual o motivo? Simples: a vocação é algo que o coração guia. Ele diz que é isso que deve ser feito e no fundo do seu ser você tem certeza que é isso.
Todos os grandes que se aventuraram a descobrir ou criar novas teorias e técnicas seguiram suas vocações, escutaram suas intuições e deram importância ao que seus corações diziam a respeito.
Steven Jobs num de seus discursos, salvo engano no que fez aos formandos de Harvard, disse que não sabia ao certo o motivo de ter que fazer o curso de caligrafia, mas sabia que precisava ser feito, tempos depois ele afirma que todas as fontes que temos hoje disponíveis em nossos computadores foram criadas a partir daquelas aulas que ele fez na faculdade, de forma livre e desordenada, que aparentemente não fazia sentido de ser feita (para os outros), mas ele seguiu sua intuição e usou isso no momento oportuno e sua decisão influencia as nossas vidas de certa forma, pois hoje usufruímos de suas consequências.Resumindo: siga sua intuição, ouça o seu coração e faça aquilo que sente vocação. Pode parecer clichê falar isso, pois é uma ideia “batida” e repetitiva, mas faça aquilo que você quer e o dinheiro será consequência do seu trabalho. Se optar pelo dinheiro em detrimento da vocação pode ser que o tenha, mas não irá sentir prosperidade, já que essa advém de um estado de espírito e não somente do tamanho de sua conta bancária.
Posso dizer a você leitor, com certeza, que relato aqui uma escolha própria, que me fez optar por cursar uma segunda graduação e ir atrás de minha vocação. É por isso que hoje sou advogada e psicóloga e nada me dá mais prazer do que atender e acolher pessoas.
Para isso, precisei fazer uma escolha: mais cinco anos de outra graduação, que me custou dias de estudos, horas a mais de sacrifício em estágios, um esforço para poder investir noutra carreira, começando do zero etc, etc, etc.
Quer saber se valeu a pena? Sim! Muito! Pois fazer aquilo que você foi chamado a fazer, aquilo que faz o seu coração se alegrar, não tem preço que pague (e não tem mesmo). Por isso, repito: ouça o seu coração! O que ele pede, grita, clama para você fazer?
Nada vem sem esforço e atitude. Pense nisso e boa sorte! E lembre-se: não escolher já é uma escolha.
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Escritora e Poeta, Advogada, Psicóloga, Mediadora e A.T. (acompanhante terapêutica). E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Psicologia clicando aqui. |
