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Você vê quem diz que ama?

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Autor Alex Possato

Assunto Psicologia
Atualizado em 5/3/2013 4:18:59 PM


seeing you



 

A verdade é como o sol. Ela permite-nos ver tudo, mas não deixa que a olhemos.
Victor Hugo

Um dos primeiros movimentos da dinâmica dentro da constelação familiar sistêmica que me “pegou” foi a questão do “olhar”. É um tal de pai não olhar para o filho. Mulher não olhar para o marido. Marido não olhar para a mãe. Mãe não olhar para o pai. Descendentes não olharem para antepassados. Antepassados não olharem para as terras de origem. Meus primeiros contatos com a constelação familiar sistêmica se deu como cliente. Estava com o casamento em crise, a vida de ponta cabeça, desmotivado com o que fazia, gastando toda a grana e um pouco mais... E logo descobri que eu não via ninguém ao meu lado. Porque estava preso a (acho que muitas!) dores do passado. Minha vida não era ruim, mas eu me achava um trapo. Minha mulher da época, eu a via como minha mãe e avó. Tudo que ela falava, eu achava que era cobrança. Neste jogo, ela me via como outro alguém, mas também não me via. Eu também não via meus filhos. Educava-os, estava o tempo junto, minha família era muito grudada, mas havia muitas emoções escondidas, muitas mágoas não reveladas. E estas mágoas não tinham nada a ver com a nossa vida da época, afinal, não houve grandes traumas, grandes brigas, nada disso. Simplesmente eu carregava pesos do passado. Todos carregavam.  

Honramos algum excluído do passado familiar

 

O sofrimento é o melhor remédio para acordar o espírito. Émile Zola

O coração do homem é um órgão poderoso, feito para amar. Porém, durante um bom tempo, amamos de forma inconsequente, pois nos identificamos com dores que já se foram, e inconscientemente, achamos que estamos honrando as tristezas e perdas com o nosso sofrimento. Aceitamos, involuntariamente, sofrer. Para ocorrer a cura, tive que ir acessando as emoções escondidas. Uma a uma, perceber os meus medos, minhas raivas, minha inveja, minha infantilidade, meus jogos de vitimismo e agressão. E quanto mais acessava, todo o meu sistema emocional, racional e físico “entendia” que aquilo não tinha mais sentido. A energia emocional distorcida se dissolvia. E então comecei a enxergar. A mulher (hoje ex), meus filhos, mas, principalmente, meus pais. Enxerguei  eles como crianças emocionais que eram incapazes de dar o “chão” que eu achava tão necessário. E também enxerguei meus pais como adultos em muitas áreas da vida, que me passaram valores que até hoje respeito, sigo e honro.  

Enxergar é ver o outro como ele é, com os olhos da razão e da emoção

A verdadeira compaixão não consiste em sofrer pelo outro. Se ajudamos uma pessoa que sofre e nos deixamos invadir por seu sofrimento, é que somos ineficazes e estamos tão somente reforçando nosso ego.
Dalai Lama


Recebo muitos clientes. Alguns dizem horrores dos pais, e muitas vezes, com razão. Outros, dizem que tiveram família maravilhosas, quase angelicais. Sei que, tanto num caso, quanto no outro, essa não é a verdade completa – não existe verdade com um lado da moeda somente. E isso é normal, porque ver o outro é uma das coisas mais difíceis que existe. Ver não é um exercício mental, mas, principalmente, emocional. É acessar lá longe, talvez os primeiros meses de vida ou mesmo antes, e sentir algumas emoções que foram esquecidas completamente: medo, rejeição, raiva... Emoções básicas, que qualquer animal possui, mas que nós, como seres humanos civilizados, fingimos não ter. E estas emoções são muito intensas principalmente contra nossos pais. Amamos os pais. E odiamos igualmente, quanto mais sentimos que não fomos vistos por eles. E então, fazemos de tudo, tudo mesmo, para sermos reconhecidos, elogiados, aprovados por eles. E então crescemos, e transferimos esta necessidade infantil de aceitação para o parceiro no casamento, para os filhos, para o patrão, para os clientes... Porém, papai e mamãe, também presos às dores do passado, não conseguiram nos ver totalmente. Isso é  fato. Para nos libertarmos desse ciclo vicioso de sofrimento, é importante acessar a dor. Não há outra forma. Vivenciar inteiramente a dor da rejeição. E com a mente consciente, adulta, entender, por mais que isso seja difícil, que nunca seremos admirados, elogiados, reconhecidos da forma e intensidade que nossa mente infantil desejou. E deseja!

Exercitando olhar o outro

Nossa tarefa deveria ser nos libertarmos ... aumentando o nosso círculo de compaixão para envolver todas as criaturas viventes, toda a natureza e sua beleza



 

Albert Einstein

Tudo o que ocorre numa relação, entre você e alguém, ocorre no seu interior. É seu cérebro, suas crenças, suas emoções e suas sensações sendo atingidas nesta interação. Às vezes de forma agradável, às vezes, de forma dolorosa. Olhar o outro é permitir que as coisas sejam como elas são. É perceber que o outro desperta em você boas e más sensações. Só isso. Ele nem está sabendo disso, e nunca irá entender. Mesmo que você explique, a sua sensação é somente sua. E a dele, é somente dele. Por outro lado, você também pode ouvir do outro as sensações que ele tem. Aceitar que você também provoca nele boas sensações e más sensações. E que tanto as boas, como as más sensações do outro, é devido à vivência, ao conteúdo interno que o outro tem. Não tem nada a ver com você. Não há ninguém para aprovar você. Não há nada que você possa fazer para ser melhor ou pior, mais agradável ou menos. Assim como não há nada que o outro possa fazer para ser melhor ou pior. Olhar o outro é estabelecer uma conexão coração-coração, banda larga. É transcender os conceitos de bom e mau, e também transcender as sensações de bem estar e mal estar. Treinando, é possível chegar à verdade que tanto você, como outro, são somente uma coisa: amor. Qualquer um é amor. Tudo é amor. E é possível ver o amor no outro e em tudo. Mesmo que você veja o outro somente uma vez na vida. Mesmo que o outro não mude seu comportamento. Mesmo que emoções distorcidas continuem passando pelo seu sistema, e pelo dele. Centrando-se, você vê perfeitamente: somos amor. Isso é o “ver”. O resto, é cegueira... Renuncie às tentativas de mudar o outro, e a si mesmo...  renuncie às cobranças internas, somente um segundo... e então, você verá que o outro, e você... são a mesma pessoa!    

Alex Possato é terapeuta sistêmico, conduz cursos de Formação em Constelação Familiar, e coordena a Casa Amor em Movimento


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
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