A vítima e o carrasco
Autor Aurora de Luz
Assunto Vidas PassadasAtualizado em 13/01/2010 16:52:38
Uma coisa eu aprendi nesses longos tempos de resgate de almas não existem pobres vitimas isentas de qualquer culpa. Tendemos naturalmente a ver coisas como dois extremos opostos: a da pobre vitima indefesa e inocente e o do carrasco, vilão maléfico dono de toda a maldade.
A relação de vítima-carrasco é quase que uma relação amor-ódio onde um alimenta o outro. Aonde ambos tem, geralmente, um grande histórico de culpas. E, muitas vezes, aquele se encontra no papel de vítima hoje, foi, no passado, um grande vilão, gerando muita culpa e medo no inconsciente da pessoa. E o vilão de hoje, em muitos casos, foi uma pessoa grandemente magoada no passado.
E assim, ficam estas pessoas, séculos atrás de séculos, na roda viva das reencarnaçãoes, trocando os papéis de vítima-vilão, até que, algum dia, algum deles resolve quebrar este ciclo. Porém a quebra deste ciclo normalmente se dá através de muita luta e dor, pois para quebrar um padrão já tão profundamente enraizado nas mentes de ambos é necessária muita energia. Afinal os laços que unem estas pessoas são como pesadas cordas muito difíceis de se arrebentar.
Muitas pessoas de fora tentam ajudar, porém o par vítima-vilão geralmente está num transe aonde tudo o que vê são os tristes fatos desencadeadores da situação. E, por mais que se ajude, ou tente esclarecê-los, simplesmente não conseguem visualizar nada além daqueles fatos, vivenciando-os pela eternidade, desencadeando assim, mais tristes fatos, engrossando a corrente que une ambos. Isso acontece tanto com encarnados como com desencarnados.
É notório verificar que, muitas vezes, os erros cometidos são facilmente contornáveis vendo-se a situação de fora, porém para as pessoas envolvidas é difícil escapar dos recorrentes erros, afinal estão presos aos fatos do passado e isso lhes turva a visão, sejam eles encarnados ou desencarnados.
Por isso disse que não existem pobres vítimas nem terríveis vilões. A visão da situação atual nos engana, assim como enganoso é dar o peixe a cada vez que uma dessas vítimas solicita, necessário é ensinar-lhes a pescar.
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