Espíritos que vagam
Atualizado dia 12/04/2014 17:22:54 em Vidas Passadaspor Flávio Bastos
O apego relacionado a bens materiais, ao sentimento de vingança ou de vítima, e a todo tipo de dependência química gerada pelo livre-arbítrio da pessoa, estão entre as principais causas que mantém, após o desencarne, o espírito cativo das emanações da dimensão física.
Nestes casos, o que muda é apenas a desmaterialização do indivíduo, pois os motivos que geraram o seu desequilíbrio ou processo obsessivo, continuam os mesmos, ou seja, o sentimento de posse, o vício, a vitimização e o sentimento de vingança não desaparecem com a morte do corpo físico.
Desta forma, muitos espíritos permanecem vagando pelos espaços físicos dos encarnados, obsediados pela própria energia psíquica que criaram no processo vital. Geralmente, desorientados ou à procura de ambientes familiares ou outros afins aos seus interesses mais imediatos.
Neste sentido, a índole de cada indivíduo aponta o rumo daquilo que procura: o vingativo, pela via da obsessão espiritual, será o algoz de sua vítima. O avarento ou egoísta, continuará "agarrado" ao dinheiro ou a bens materiais. O sofredor, que sentiu-se vítima das circunstâncias da vida sem reagir à sua síndrome de vitimização, continuará por tempo indeterminado, com o mesmo sentimento fixado em sua consciência. O dependente químico permanecerá, desesperadamente, à procura de ambientes de energia tóxica, densa, ocupados por usuários encarnados para satisfazer-se através das emanações fluídicas que estes emitem ao fazerem uso das drogas.
Desde tempos remotos, o homem convive com relatos e histórias de fantasmas, assombrações, aparições ou almas penadas que fixam-se em um local ou que são vistos vagando em ambientes isolados da civilização, ou andando normalmente entre habitantes de uma cidade.
Na verdade, um comportamento que em nada diferencia do que as pessoas fazem em vida, isto é, embora desmaterializados, estes espíritos continuam apegados à matéria, cativos daquilo que construíram na dimensão física, como se ainda estivessem vivos entre nós.
A mediunidade da vidência (ver espíritos) e a mediunidade da psicofonia (comunicar-se com espíritos) representam os elos da percepção suprasensorial que ligam os médiuns aos indivíduos desencarnados. São os portadores de uma sensibilidade especial que capta as entidades em seus espaços físicos.
Muitos médiuns conseguem contatar telepaticamente e transmitir o que eles comunicam, como é o caso de uma jovem mulher, dotada de uma sensibilidade incomum na interação com as dimensões extrafísicas. No entanto, na condição de jovem, conviver com estas experiências e, ao mesmo tempo, ter que focar na direção dos estudos e nas necessidades exigidas pelo cotidiano da vida, pode desencadear confusão ou perturbação na pessoa, cuja mediunidade é percebida pelos espíritos por ser um canal de contato interdimensional.
Por isso, faz aproximadamente dois anos que venho acompanhando o caso e orientando a jovem no sentido dela aprender a lidar com o seu potencial mediúnico em situações que antes cusavam-lhe temor ou pânico no contato com os espíritos.
Atualmente, ela consegue administrar as situações de vidência ou psicofonia, sem deixar-se envolver emocionalmente com o fato. Aprendeu com a prática, a encarar o contato espiritual com naturalidade, tanto no sentido da orientação como no sentido da necessária indiferença em alguns casos.
A natureza humana, com toda a sua complexidade, se mostra a mesma na dimensão física ou na dimensão extrafísica. Inclusive, a índole seguida da intenção e do interesse que comandam a vontade individual na realização do ato.
Se o espírito desgarrado da Luz sente falta do ambiente doméstico, ele se aproxima e tenta compartilhar momentos que lhe eram prazeirosos, como se ainda estivesse materializado entre os seus familiares. Um fato que ocorreu recentemente, relatado pela jovem médium, é um exemplo do que acontece no âmbito interdimensional da natureza humana: um tio que desencarnou há cerca de quatorze meses, foi visto por ela rondando o pátio de sua casa. Quando os "olhares" se encontraram, ele comunicou que veio porque sentiu saudades, mas que não tinha permissão de entrar na residência.
Outra situação relatada pela médium é o "encontro" de dependentes químicos encarnados e desencarnados que ela visualiza quase todas as noites, pois o local fica próximo ao prédio do curso que frequenta regularmente.
E assim, ela tem relatado outras situações de contato espiritual, que associam-se ao que acontece nas reuniões mediúnicas dos centros espíritas, quando as entidades que são trazidas ao local, costumam relatar as suas experiências da vivência mundana, repletas de dúvidas, ressentimentos, ódio e desamor. Muitas delas, abordadas nas ruas e convidadas ou encaminhadas pelas equipes espirituais às reuniões mediúnicas que tem o objetivo da orientação e ajuda fraterna.
Portanto, os espíritos que vagam não se diferenciam dos vivos que passam a vida à procura de algo que não encontram: a verdade de si mesmos. Algo que tem uma profunda ligação com a alma e com uma energia que pouco conhecemos ou praticamos no palco da vida: o amor, que pacifica corações, cura feridas, expande consciências e estimula o progresso entre os seres espirituais do universo.
Texto revisado
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |