O mistério e a riqueza dos sonhos
Atualizado dia 8/4/2023 11:31:47 PM em Vidas Passadaspor Flávio Bastos
Os sonhos são formados por um complexo conjunto de fatores que ainda não foram totalmente desvendados, mas que sempre farão parte da vida do ser humano. Os sonhos revelam um outro mundo, um outro "eu".
Segundo Freud, a elaboração de um sonho ocorre porque "existe algo que não quer conferir paz à mente. Um sonho, pois, é a forma com que a mente reage a estímulos que a atingem no estado de sono". Alguns estímulos dos quais Freud menciona são restos diurnos, sensações fisiológicas e pensamentos ocultos, inconscientes, formados por desejos antigos, recalcados pela censura do superego.
Jung defende uma visão diferente do inconsciente humano. Para ele, embora exista um inconsciente pessoal, fundamentado nos conteúdos recalcados, há também um inconsciente coletivo de "padrões genéticos comuns a toda humanidade" que acumularam a experiência psíquica de milhões de anos de evolução humana. Enquanto a consciência é responsável por nossos sentimentos de identidade e o inconsciente é o lar dos complexos (grupo organizado de experiências), o inconsciente coletivo alicerça toda a personalidade do sujeito. Os arquétipos são as imagens recorrentes do inconsciente coletivo e que se manifestam constantemente na vida de qualquer um de nós, inclusive nos sonhos.
No que diz respeito à interpretação dos sonhos, divergências teóricas separaram os dois estudiosos da psique humana, pois Jung não aceitava a ênfase da psicanálise nas questões de natureza sexual e Freud não admitia o interesse de Jung em questões espirituais e místicas como método de estudo válido.
Para Freud, o ser humano é um ser errante em um mundo vazio de sentido em busca de um objeto que lhe dê completude.
Para Jung, o ser humano é um ser espiritual em um processo de expansão de consciência.
No entanto, apesar dos pontos de vista divergentes, encontramos na frase de Freud: "O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente", e na frase de Jung: "Dentro de cada um de nós há um outro que não conhecemos. Ele fala conosco por meio dos sonhos", uma pista em comum para que os estudos sobre os significados dos sonhos avance pelo inconsciente profundo.
Portanto, os sonhos não são restritos aos acontecimentos da vida atual. Afirmação que nos estimula a identificar os sonhos diferentes dentre as inúmeras experiências oníricas que ocorrem em nossas vidas. E para que isto aconteça devemos estar focados na vontade de nos conhecermos cada vez mais, seja pelas religiões de fé raciocinada, pela meditação ou através das psicoterapias de orientação interdimensional, pois a persistência no autoconhecimento abre portas para que as informações necessárias cheguem até nós.
Nesta direção, o processo de descoberta de si mesmo cumpre etapas e a atividade onírica, relacionada a vidas passadas, é uma experiência que pode trazer do inconsciente profundo informações valiosas como a índole do indivíduo, tendências ou vícios comportamentais e padrão emocional, entre outras.
As regressões de memória espontâneas ou através de uma técnica meditativa ou psicoterapêutica, se bem aproveitadas, servem para mostrar à pessoa, traços de seu perfil psíquico-espiritual. Neste sentido, uma experiência regressiva espontânea através de sonho nunca ocorre por acaso, e tem o significado de uma peça que encaixa no "jogo" de quebra-cabeças do currículo existencial de cada indivíduo.
Sobre os sonhos, o psicoterapeuta e cientista psiquiátrico Dr. Brian Weiss, revelou recentemente, que "os sonhos metapsíquicos e premonições são exemplos particularmente comuns de uma capacidade que todos nós temos e continuamos a desenvolver. As revelações em sonhos de acontecimentos futuros não apenas são frequentes como bastante reais. Estou consciente disto, não apenas a partir da minha recente pesquisa sobre fenômenos metapsíquicos, mas por mais de vinte anos como pesquisador do sono e do sonho".
Segundo Sri Aurobindo, o grande renovador da ioga e fundador de uma escola filosófica, durante o sono manifesta-se uma consciência onírica mais ampla, diferenciada que dedica-se a novas atividades interiores. Quanto mais cultivamos o ser interior, mais os sonhos ganham realidade e significado.
Para Stephen Laberge, psicofisiologista e líder no estudo científico sobre sonho lúcido, quem sonha lucidamente, ao mesmo tempo que está completamente fora do contato sensorial com o mundo exterior, portanto totalmente adormecido para o mundo, tem perfeita consciência de todos os sonhos e está tão (ou quase) de posse das faculdades mentais como quando está acordado. Por isso, pode-se considerar que quem tem sonhos lúcidos está completamente acordado para o mundo interior de seus sonhos.
COMENTÁRIO
Como expressão simbólica do processo vital -e existencial-, o sonho tem implicações profundas e elevadas para o físico e o espiritual, para o corpo e a psique. Ele pode ser um aliado valioso para a compreensão destas interligações. Pode nos fornecer o mapa para a compreensão dos sintomas psicossomáticos e, por vezes, de sua resolução.
Pode constituir, assim, uma chance preciosa para nosso autoconhecimento e bem-estar. É evidente, portanto, o leque de possibilidades que abre na direção dos sonhos. Mecanismo que revela o passado, presente e futuro do indivíduo e da humanidade, ou seja, uma inesgotável fonte de informações a serviço da ciência e do autoconhecimento.
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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |
