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O que fazer com a minha mediunidade?

Atualizado dia 30/06/2015 16:27:17 em Vidas Passadas
por Flávio Bastos


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"E para bem dizer não foi só a tristeza que senti, não, em um lapso de tempo pude absorver suas alegrias e aspirações, todos os seus sonhos realizados e também todas as frustrações. Foi como nos tornássemos íntimos de longa data". (Autoria desconhecida)

A seguir transcrevo um e-mail de uma jovem leitora do STUM, que relatou o seu drama mantido em sigilo até o momento do envio de sua mensagem.

"Estava lendo um texto seu sobre mediunidade e vi seu e-mail, por isso o contato. Há sete anos eu tive uma experiência pela qual nunca corri atrás para tentar entender o que é. Estava sentada na frente do meu computador e, de repente, comecei a escrever o que parecia ser uma carta de um homem que faleceu e queria dizer para a sua esposa que desejava vê-la feliz, para ela seguir em frente, mas aquilo não fazia sentido para mim, eu nem conhecia alguém que havia falecido recentemente. Fiquei assustada a princípio e procurei um centro espiritual, mas não conversei com ninguém a respeito do ocorrido.

Nesta época, ainda frequentava a Igreja Católica e fui para a missa. Eu fazia parte do dízimo, por isso sempre estava próxima da caneta e do papel. Mas eu não conseguia mais prestar atenção na missa e comecei a escrever bilhetes pra mim mesmo, nos quais escrevia "siga o seu dom". Porém, eu nunca segui por medo.

Outro acontecimento, há sete anos, quando eu era ainda uma criança e entrei no meu quarto, vi um espírito, mas foi estranho porque foi como se eu tivesse entrado no quarto e visto onde o espírito estava. Era outro ambiente, eu via um fundo com bastante natureza e um homem de sobretudo e chapéu que sorria pra mim. Até hoje me pergunto se isso foi real, se é possível ou foi imaginação.

Eu não entendo muito dessas coisas e, muitas vezes, quero me aprofundar e conhecer. Ontem estava no meu quarto e vi um rosto me vendo dormir (isso foi quando acordei). Sinceramente, não sei se são sinais, se devo procurar ajuda".

Em relação às mensagens psicografadas de Francisco Cândido Xavier, referência mundial no que se refere ao exercício da mediunidade, em 1990, o criminologista e grafocopista Carlos Augusto publicou no periódico científico da Universidade Estadual de Londrina, estudo comparando um bilhete de Ilda Mascaro Saullo, falecida em 1977, com uma mensagem psicografada por Chico Xavier no ano seguinte. Suas conclusões são categóricas: "A mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, em 22 de julho de 1978, atribuída a Ilda Mascaro Saullo, contém, conforme demonstração fotográfica, em número e em qualidade, consideráveis e irrefutáveis características de gênese gráfica suficientes para a revelação e identificação de Ilda Mascaro Saullo como autora da mensagem questionada".

Em maio de 1976, na cidade de Goiânia, uma mensagem psicografada por Chico Xavier, assinada por uma pessoa morta, foi utilizada pela primeira vez como prova para inocentar um réu, fato que ficou marcado na história jurídica do país.

No livro "Chico Xavier - Uma Vida de Amor", de Ubiratan Machado, Chico Xavier descreve a sua primeira experiência psicográfica em um centro espírita: "Na noite de 8 de julho de 1927, como acontecia todas as sextas-feiras, houve reunião no Centro Espírita Luis Gonzaga. Tudo transcorria normalmente, quando Dona Carmen Perácio, que presidia os trabalhos, comunicou que um espírito gostaria de se comunicar comigo. Obedeci ao conselho e, de imediato, um amigo espiritual escreveu 17 páginas, usando a minha mão, com grande surpresa de minha parte, conquanto registrasse fenômenos mediúnicos em minha experiência pessoal desde a infância".

E segue Ubiratan Machado com seu comentário sobre a primeira experiência mediúnica de Chico em um centro espírita: "Todo aprendizado é um exercício de paciência e humildade. Chico sentiu isso quando as mensagens psicografadas começaram a se amiudar. O exercício era extenuante. O médium tinha de se amoldar, digamos, às mãos dos espíritos. Chico sentia como se um cinto de ferro fosse lhe comprimindo a cabeça aos poucos. O braço parecia se mineralizar, virar barra de ferro, pesado, mas arrastado por uma força muito grande. Ficava extenuado. O estado psicológico oscilava entre extremos de bom ou mau humor. Haveria intervenção do médium nas mensagens recebidas? É possível. Tanto assim que, durante os quatro anos que durou a aprendizagem, os espíritos não assinavam as mensagens. Durante estes anos, Chico trabalhou firme no Centro Luis Gonzaga, então localizado na casa de seu irmão, José Cândido.

Comentário/em>

A palavra medo provém do termo latim "metus". Trata-se de uma perturbação angustiosa perante um risco ou uma ameaça real ou imaginária. É uma emoção que se caracteriza por um intenso sentimento habitualmente desagradável, provocado pela percepção de um perigo, seja ele presente ou futuro, real ou suposto.

Portanto, ter medo de assumir aquilo que se desconhece, ou seja, a mediunidade, é perfeitamente compreensível se considerarmos que somos influenciados a vida inteira por uma cultura que nos leva a acreditar em algo tendo como referência o "teste de São Tomé", ou seja, "ver para crer", mas com os olhos da materialidade.

Sobre a mediunidade, a médium Zibia Gasparetto registrou: "A mediunidade é um presente, uma ferramenta a mais para o progresso do homem". Neste sentido, o centro espírita kardecista é referência no que diz respeito ao aprofundamento e estudo do fenômeno mediúnico, no qual existe extensa bibliografia científica a respeito, mas  também a experimentação prática, que ensina o iniciante a lidar com as energias e situações que o envolvem, promovendo equilíbrio e busca de harmonização.

Quem sente as sensações pré-mediúnicas necessita desses conhecimentos. Se você deseja compreender o que acontece consigo e equilibrar-se, é momento de superar o medo ou deixar de lado qualquer preconceito religioso e buscar conhecer a verdade dos fatos, que só aparecerá através da experiência. 

Portanto, caso seja este o desejo da pessoa portadora de sensibilidade aberta, muito ela tem a fazer, a começar pelo aprofundamento dos estudos para que o exercício da mediunidade consciente seja um fator de equilíbrio e de evolução na sua caminhada existencial.



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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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