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Perder a razão

Atualizado dia 5/24/2012 4:26:17 PM em Vidas Passadas
por Maria Silvia Orlovas


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Janio veio me procurar para ajudar a compreender seus caminhos fechados. Jovem, saudável, reclamou que não conseguia se manter no emprego e nem cultivar seus relacionamentos. Queria compreender melhor por que sempre as coisas começavam bem e terminavam mal. Saia dos empregos sem manter contato com ninguém e nos relacionamentos sobrava apenas raiva e sentimento de traição mútua. Um quadro pesado que ele queria mudar, pois se sentia sozinho e desmotivado, sem dinheiro e sem estímulo para concluir seu curso superior, pois também na faculdade se sentia isolado.

A sessão de vidas passadas mostrou um guerreiro, pessoa muito dedicada, que sempre superou todos os obstáculos e fez muitos sacrifícios, porém, não se manteve junto da família, nem se sentiu recompensado por seus esforços, apesar de conquistar um lugar de destaque na sua função. Em determinado momento de sua vida, sentia-se isolado e com medo, pois tinha rompido com amigos e familiares. Olhava para si mesmo com dó. Sentia-se vítima porque todos se afastaram, e ao mesmo tempo sentia raiva, porque não esperava isso. Queria a amizade e o reconhecimento das pessoas, pois sabia do tamanho do seu sacrifício.

Quando terminamos essa parte da sessão, ele me disse que tudo se repetia. De novo, ele se sacrificava pela família, para alcançar um bom lugar no trabalho e as pessoas não reconheciam. Mas quando lhe perguntei se ele era exigente e se suas atitudes poderiam estar magoando os outros, ele ficou quieto, pensando.

Sua resposta foi cheia de dor, explicando que como se sacrificava tanto para ajudar em casa e no trabalho para sempre acertar e fazer o seu melhor, não entendia como ainda era criticado, demitido e isolado das conversas amenas da família.

Não entendo por que sou tratado assim, disse ele revoltado.

Continuamos nossa conversa, abordando o excesso de exigência. Expliquei para ele que não adiantava tentar ser perfeito e exigir do outro perfeição. Era preciso desenvolver a paciência, a tolerância. Foi quando ele me disse que de fato não tinha muita paciência com as pessoas e que freqüentemente acabava gritando, cobrando atitudes e as pessoas ficavam só olhando, o que despertava ainda mais raiva nele.

Disse-me, então:
Sabe, é uma seqüência de coisas que me acontecem. Primeiro, faço tudo certinho, me esforço muito e na hora do resultado ninguém me agradece, depois me irrito, porque quase sempre sou cobrado além do limite e, nesse momento, perco a razão porque respondo impulsivamente e quase sempre sinto raiva. Então, minhas respostas são pesadas. Será que tem um obsessor me impulsionando a agir assim e perder a razão?

Expliquei que poderia, sim, ter uma energia intrusa, dando força para esse comportamento impulsivo que ele apresentava. Mas que se existia um obsessor, havia também uma forma dele agir que estava nessa sintonia da cobrança e da raiva, porque de fato não é fácil conviver com as pessoas. Na verdade, estar com os outros exige uma grande lapidação no nosso caráter. Os Mestres dizem que a vida não vem pronta, que os relacionamentos não vem prontos. Cada história exige um olhar, uma atenção, pois cada pessoa é diferente, e que precisamos aprender a conviver com os outros colocando nossos limites, mas também tentando entender o outro, suas razões e atitudes.

Espiritualmente, a raiva é uma energia de baixa freqüência e costuma impulsionar outros sentimentos negativos, como autopiedade, desejo de fazer justiça com as próprias mãos e, nessa sintonia, sempre perderemos a razão.

Claro que não é fácil administrar a raiva, e não é aconselhável guardar tudo dentro de nós. Porque se a raiva é negativa fora, também é negativa guardada em nossos sentimentos... e uma hora ou outra o corpo responderá a este impulso ruim. Assim é um exercício constante cuidar das emoções e com muita paciência e força de vontade ir aprendendo a administrar os impulsos, pois é fundamental para se libertar dessas energias primitivas, Estamos aqui para crescer, aprender, evoluir.

Janio saiu do nosso encontro pensativo e com uma importante lição de casa que é olhar com mais atenção para suas atitudes e observar o que está nascendo dentro de si para aprisioná-lo nesta condição infeliz.

Mudar não é fácil, mas é preciso e tudo começa em nós.

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Conteúdo desenvolvido por: Maria Silvia Orlovas   
Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores.
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