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Quando falta o amor original

Atualizado dia 7/2/2012 3:42:28 PM em Vidas Passadas
por Flávio Bastos


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Na infância saudável, vivemos dos cuidados dispensados pelas figuras parentais ou substitutos, em forma de atenção, participação e amor ministrado em "doses homeopáticas", ou seja, sem demasia e com equilíbrio.

Se ocorre a ausência parental nos primeiros anos de vida do indivíduo, ou se a presença torna-se marcante no sentido negativo, o futuro adulto ficará privado do amor original como insubstituível experiência em seus relacionamentos afetivos.

Quando falta o amor original, iremos, inconscientemente, buscá-lo nas referências afetivas de importância secundária em nossas vidas, que são as parcerias que escolhemos para os relacionamentos no âmbito do amor.

Em certos casos, de uma forma desesperada e sofrida vamos em busca do suprimento afetivo que compense a carência do amor parental. Em outros casos, buscamos o suprimento de uma forma mais equilibrada através de uma relação afetiva menos dependente.

Portanto, quando o indivíduo experencia em sequência, relações tumultuadas, envolvidas em conflitos que deixam as suas marcas quando terminam, significa que o suprimento de amor não foi suficiente para preencher o vazio que ficou do amor original.

Por outro lado, quando os relacionamentos são mais estáveis e duradouros, significa que a pessoa consegue na interação com o outrem, compensar o amor que faltou na relação parental.

Nos casos mais graves, ou seja, na dependência psico-afetiva que trás consigo os ingredientes da raiva e da agressividade, o suprimento afetivo encontra-se associado a um comportamento de traço obsessivo-compulsivo que não tolera a perda do objeto amado, que no âmbito da inconsciência, representa uma transferência do objeto original (pai, mãe) que negou-lhe amor. Relações que são influenciadas pela experiência negativa que tivemos com as figuras mais importantes da infância.

Quando falta na referência parental a principal energia que é o amor, a lacuna torna-se responsável pelos desequilíbrios psíquicos e pela decorrente desarmonia entre os casais. Esta situação é gerada, principalmente, pela imaturidade emocional de um ou de ambos, que mantém a sintonia do desamor ligada à infância, onde sentimentos negativos projetam-se para a fase adulta em forma de carência e dependência.

Sendo o amor o alimento psíquico-espiritual do equilíbrio e do bem-estar nas relações afetivas, quando ele falta, torna-se necessária a ajuda psicoterapêutica que busca no histórico do indivíduo, as razões de seu conflito interior que se expressa em forma de crise relacional.

Neste sentido, a psicoterapia poderá auxiliar através da terapia individual ou de casal, com o objetivo de trazer para a luz da consciência o material psíquico que encontrava-se "escondido" pelas sombras da inconsciência.

Muitos indivíduos perambulam pelos caminhos da existência em inconsciente busca pelo amor original que ficou perdido no labirinto do passado. No entanto, esta busca será parcialmente alcançada se melhorar o nível de autoconhecimento em relação à própria experência original, quando poderá obter gratificação e até compensação através de novos relacionamentos, mas que nunca será  igual -em importância- ao alimento que faltou na relação parental.

O amor gratificante das relações afetivas secundárias ao amor original, exige equilíbrio relacional para que os envolvidos aprendam e cresçam com a convivência saudável. Nesta direção, o aprendizado do amor proporciona bem-estar, estabiliza e amadurece emocionalmente o casal, e cria um ambiente favorável para que os filhos cresçam alimentados pelo amor original dos pais.

A energia do amor é a vertente que alimenta as grandes realizações humanas focadas no bem comum. É a vertente que supre o vazio à medida que o indivíduo pacifica o seu interior e encontra a referência afetiva secundária de sua vida.

Na situação de carência de amor original, teremos sempre uma nova oportunidade de compensá-la em nossas relações amorosas. Se não conseguimos é porque falta-nos o foco que orienta a qualidade da experiência afetiva: o conhecimento de si mesmo.



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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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