Quando o orgulho vira obsessão
Atualizado dia 13/08/2011 08:51:01 em Vidas Passadaspor Flávio Bastos
No entanto, quando o orgulho, ou seja, o elevado conceito de si mesmo extrapola a necessidade de valorização pessoal, vira "soberba" que é o orgulho exagerado, presunção.
Historicamente, o orgulho exagerado acompanha o homem desde tempos imemoriais, quando o poder associou-se a pessoas de caráter duvidoso. A partir de então, a soberba fez escola no mundo dos orgulhosos que governavam a ferro e fogo, segundo interesses de dominação e poder.
Portanto, o orgulhoso exagerado não é uma condição comportamental originada na infância, como muitos pensam, mas um traço psicológico adquirido -e reforçado- durante muitas vivências de ligação com o poder, o mando e o autoritarismo, ou seja, o traço psicológico não se apaga com a morte do corpo físico e permanece latente na nova encarnação, embora sofra ação da lei do esquecimento do passado.
Há pouco tempo atrás, uma paciente em regressão de memória sintonizou uma cena do passado que trouxe-lhe respostas sobre a complicada relação que mantinha com o seu pai desde a infância. Nessa vida ele fora uma pessoa poderosa e extremamente orgulhosa, que mantinha a sua família sob o jugo de suas ordens. Dominador, não admitia contrariedades vindas de subalternos, inclusive familiares.
Na vida atual, ele não é o "todo-poderoso" daquela vida, mas ainda conserva o marcante traço psicológico do orgulho, que, provavelmente, o acompanha há muito tempo.
Naquela vida, a paciente fora uma das filhas, que apesar de revoltada com o autoritarismo do pai, não o contrariava para não ser execrada da família e do lar. Na vida atual, apesar da lei do esquecimento ter apagado de sua memória essas lembranças, algo impedia com que ela se aproximasse de seu pai com naturalidade.
Hoje, a soberba do remoto passado já arrefeceu, possivelmente como resultante de aprendizados adquiridos durante as experiências vitais que se sucederam. Porém, conforme observação de sua própria filha, o "traço" permanece latente em seu inconsciente e manifestando-se em seu comportamento de uma forma menos incisiva na comparação com o distante pretérito...
O orgulho na medida certa faz bem ao ego e às pessoas de convívio íntimo. Sentir-se orgulhoso com a conquista de um filho ou de outro familiar, faz parte das expectativas de crescimento de pessoas que compõem um núcleo familiar saudável sob o ponto de vista psíquico-espiritual.
O problema é o orgulho de traço obsessivo que leva o indivíduo à soberba, à presunção, ao autoritarismo e à autoconfiança exagerada. Obsessão, a princípio anímica, mas que pode tornar-se anímico-espiritual, ou seja, originada pelo livre-arbítrio da pessoa e combinado com a sintonia pela mesma faixa vibratória de um espírito obsessor.
Nas reuniões mediúnicas espíritas, ocorrem muitos casos de atendimento a espíritos obsediados pela condição de luxo, riqueza material e poder que experenciaram em uma vivência na Terra. Durante muito tempo eles sentem-se ligados às ilusões da realidade física. Foram figuras influentes da nobreza medieval, da Igreja ou da política, onde, invariavelmente, exerceram a autoridade e conviveram íntimamente com o poder.
Quando estes espíritos reencarnam na riqueza ou na pobreza, o traço do orgulho permanece marcante na inconsciência, prestes a revelar-se se a pessoa não alterar o seu padrão comportamental ou frequência vibratória através da educação responsável dos pais ou por intermédio dos benefícios da espiritualização ou do autoconhecimento. É o caso do dito popular: "Sou pobre mas orgulhoso".
O orgulho, pai do egoísmo e mãe do egocentrismo existencial que tem espalhado a infelicidade entre os povos da Terra, é a chaga que permanece provocando sofrimento a indivíduos que trazem consigo a marca do orgulho associado ao poder.
Vemos muitos deles espalhados por aí, exercendo cargos nas mais diversas áreas de atuação profissional, política e religiosa. Inclusive eu, você, podemos ser um deles em potencial, à espera de uma oportunidade para que a "velha" soberba se revele...
Contudo, trazemos internalizados no inconsciente, as leis da vida em equilíbrio, que é a referência máxima para o sentido de felicidade a partir das nossas livres escolhas. Repetir o passado é perder tempo precioso na senda que nos leva ao progresso espiritual. Ignorar o presente como uma oportunidade de renovação e de crescimento integral, é iludir-se com as armadilhas preparadas pelo ego de traço obsessivo.
Portanto, cuidado com o orgulho, pois essa energia em desequilíbrio pode significar a nossa prisão em vida, seja na experiência da riqueza ou da pobreza material.
flaviobastos
Texto revisado
Avaliação: 5 | Votos: 21
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |