Regressão de memória: um caminho para a libertação
Atualizado dia 9/16/2015 9:28:46 AM em Vidas Passadaspor Flávio Bastos
Neste vasto âmbito de pesquisa, a história, que significa "conhecimento advindo da investigação", é a ciência que estuda o homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no passado. A história se encontra em todas as áreas do conhecimento, pois é através do que já é conhecido que ampliamos o nosso conhecimento pela perseverança na investigação e na pesquisa. Portanto, a história acompanha a trajetória humana, e a investigação é uma ferramenta utilizada na construção de uma base sólida que nos impulsiona para novas descobertas.
Nesta lógica funciona o autoconhecimento, onde o passado torna-se uma inesgotável fonte que pode ser acessada através das memórias cerebral e extracerebral. No entanto, o passado de uma pessoa é muito mais profundo que o histórico de uma vida. Desconhecimento que limita o avanço das ciências do comportamento humano que não admitem em suas práxis terapêuticas a investigação além da vida intrauterina.
No caso que será abordado a seguir, veremos a impressionante relação existente entre presente e passado, sendo que no primeiro momento da sessão regressiva, a pessoa acessa a infância da vida atual através da memória cerebral, e nos momentos que seguem, acessa vidas passadas através da memória extracerebral.
As conexões entre vida atual e vidas pregressas, geralmente ocorrem pela sintonia de sentimentos que independem do tempo, à medida que levamos conosco um padrão emocional que caracteriza um comportamento construído durante as muitas vivências na dimensão física.
No caso, a pessoa tem um histórico de depressão alimentada por sentimentos negativos experienciados na infância da vida atual. Traumas psíquicos que geraram sentimentos de rejeição, abandono, culpa, perda, solidão, incapacidade e insatisfação, além de um traço marcante de personalidade: a submissão. É o que veremos na abordagem de sua experiência regressiva.
VIDA ATUAL, SENTIMENTO PREDOMINANTE: ABANDONO
"Me vejo pequena, estou no escuro, sozinha e chorando. Por que estou aqui? Por que me deixaram neste lugar? Estou na casa de meus avós maternos, mas não tem ninguém aqui. Agora vejo uma porta e saio para o pátio. Chegam os meus irmãos, eles brincam e eu fico sentada, olhando eles brincarem. Estou triste porque o meu lugar não é aqui, é na minha casa com a minha mãe".
VIDA PASSADA, SENTIMENTOS PREDOMINANTES: SOLIDÃO, AMARGURA, CULPA, INCAPACIDADE E INSATISFAÇÃO. TRAÇO: SUBMISSÃO
"Estou num lugar onde tem muitas árvores. É uma casa mal cuidada. Agora eu atravesso uma lavoura de trigo e passo as mãos nas plantas que ondulam com o vento. Sinto-me feliz porque vou encontrar alguém que gosto. Estou com um bonito vestido e tenho 19 anos. Tá escurecendo e a pessoa não aparece, por isso estou voltando para casa onde moro com uma tia. Ela está na porta de entrada com uma cara feia. Agora chego e ela diz: "Fugiu de novo, Adriana?" Ela sempre me põe pra baixo, me desvaloriza e me usa. Eu sou tão bonita, não merecia isso!"
O tempo passa: "A tia envelheceu, sou a sua cuidadora. Agora me acho feia, nenhum homem vai me querer. Odeio ter me colocado nesta situação, eu deveria ter fugido. Odeio esta vida".
O tempo passa: "Vivo sozinha na mesma casa, a minha tia morreu e eu me vejo uma velha gorda e doente".
VIDA PASSADA, SENTIMENTOS PREDOMINANTES: REJEIÇÃO E PERDA
"Sou criança e estou numa casa pequena com jardim bem cuidado. Ando de pés descalços na terra.. Sou um menino e estou na casa de um amigo. Venho aqui quase todos os dias, mas a mãe dele não gosta de mim. Ele é um pouco mais novo que eu. Tem um açude perto e a gente gosta de jogar pedra na água. Eu gosto dele, me sinto responsável por ele".
O tempo passa: "Somos ainda jovens e ele está se despedindo de mim. Nos abraçamos e ele segue sozinho caminhando pela estrada. Estou feliz por ele mas triste por mim".
O tempo passa: "Estou muito doente, não consigo respirar direito. Tenho 41 anos, minha esposa cuida de mim. Não temos filhos".
COMENTÁRIO
Ao investigarmos o histórico da pessoa do sexo feminino, o "caminho" inicia na vida atual e aprofunda-se no passado longínquo, estabelecendo perfeita sintonia (sincronicidade) de sentimentos entre as vivências, o que prova que a vida presente é uma consequência de vidas passadas, cujo padrão emocional-comportamental se mantém praticamente inalterado.
Como sugerimos no título deste artigo, o autoconhecimento associado às informações que emergem através da regressão de memória, pode alterar este velho paradigma. Mas para tal, são imprescindíveis as interpretações do psicoterapeuta e as reflexões e elaborações por parte da pessoa para que o processo terapêutico alcance o objetivo desejado, ou seja, a gradual libertação de um "estado de coisas" que caracteriza um ciclo vicioso existencial e que mantém o indivíduo prisioneiro das circunstâncias da vida.
Somos o que sintonizamos, e se não nos libertarmos da sintonia negativa que nos prende ao passado, permanecemos alienados de um conhecimento que pode alterar significativamente o rumo de nossa trajetória existencial.
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |