Uma segunda chance no amor
Atualizado dia 19/02/2015 12:30:15 em Vidas Passadaspor Maria Silvia Orlovas
Uma vez ouvi de uma pessoa querida que amigos não são perfeitos e confesso que, no momento que ouvi esta colocação, surpreendi-me com a simplicidade do pensamento e, ao mesmo tempo, com o quanto me soou correto.
Sim, não devemos exigir demais de nós mesmos e nem das pessoas, correndo o risco de ficarmos sozinhos, caso desejemos encontrar pessoas muito perfeitas.
Claro que temos nossos sonhos, nossos padrões de comportamento e o sentimento de pertencimento, por que precisamos entender onde estamos pisando, como o outro funciona. E isso é ainda mais forte quando conhecemos alguém, encontramos um novo namorado, ou um novo amigo. Nessa hora, começa um desafio para conhecer o outro de verdade. Porém, quando será que conhecemos alguém?
Não há um tempo definido, nem há uma pessoa que se mostrará totalmente correta ou perfeita do nosso jeito. Relacionamento é troca, inclusive, de incertezas e desafios. E se aceitarmos olhar o outro como ele de fato é, tudo facilita.
Nely veio me procurar muito perturbada porque, após dez anos de casamento, apaixonou-se por outra pessoa e largou tudo. Estabilidade, conforto, bom relacionamento familiar, pois ela me disse que se tornou a melhor amiga do marido, e que, de repente, quando conheceu Ricardo, no ambiente de trabalho o chão lhe faltou, o mundo literalmente ruiu, por que assim que ficou claro para ela que estava apaixonada pelo colega, resolveu terminar o casamento e seguir seu rumo. Entregou-se de corpo e alma para o novo amor que durou um ano.
Enquanto ela me contava o drama da situação, chorava feito criança. E estava mesmo desconsolada e sem rumo. Queria entender quem foi Ricardo na sua vida passada, por que ela se achava racional demais, correta demais para ter se iludido. Mas foi o que aconteceu.
Na sessão que fizemos, apareceram vidas sem muita expressão, não mostravam o Ricardo, e sim, ela mesma em situações de profundo abandono. Alguém que perdeu os pais na guerra e teve que sobreviver sozinha; numa outra existência, uma mulher que criou os filhos, depois que o marido morreu, sem nunca pensar em reconstruir sua vida. Enfim, vidas com muitas características que se encaixavam perfeitamente no perfil de Nely, mas que não explicavam o passo “em falso”.
Para minha surpresa, Nely não reclamou de não ter aparecido sua história de amor mal resolvida, ela estava mais leve quando me disse:
Maria Silvia o que essas histórias mostram é a minha vida hoje... Sou exatamente essa pessoa assim, faço tudo por minha conta, trabalho desde cedo, sempre ajudei a sustentar a família, sempre fiz tudo pelos outros e apesar do carinho na minha casa, não me sentia acolhida, amada. Sempre houve um grande vazio dentro de mim. O Ricardo foi um chamado para o meu despertar, não tinha falado, mas me sentia velha exatamente como aquela mulher que criou os filhos sozinha falou... Aliás, eu falei, por que esse é o meu sentimento.
O Ricardo era lindo, um cara bacana, mas não sei dizer se o que senti foi amor ou desejo de viver a juventude.
Fiquei feliz por ela, por que muita gente procura saber de vidas passadas, ou mesmo de outras terapias, porque deseja respostas e encontrar alívio para sentimentos de culpa, estresse, depressão e tantas outras situações de ansiedade, mas procuram entender os outros, e não a si mesmo.
Compreendo que os outros nos irritam, nos perturbam, e muitas vezes nos relacionamos mesmo com pessoas difíceis que nos exigem grande sabedoria, mas na maioria das vezes, o nosso comportamento e sentimentos guardados potencializam o drama.
Como ensinam os mentores, não somos o drama, podemos estar vivendo algo meio dramático, mas somos mais que aquela pessoa que sofre. Temos nossa luz e nosso caminho de cura.
Nely compreendeu que tinha que se acolher, amar-se mais, e não ter tanta pressa de voltar para o marido que perdoou a sua fuga, como ela mesma disse. Conversamos bastante nesse sentido, justamente para tentar clarear a natureza desse perdão, pois Nely intuía que ele queria que tudo voltasse exatamente no mesmo lugar, e ela não sabia se poderia viver do jeito que vivia antes desse despertar.
Quando nos despedimos, a vida da Nely não estava resolvida, por que nada se resolve assim de repente, tudo faz parte de um processo de amadurecimento e evolução, mas minha cliente já se sentia mais leve e confiante que o destino poderia ser mais feliz do que ela imaginava. Estava mais livre para pensar se daria ou não uma segunda chance para o casamento e justamente por seu pensamento mais aberto, talvez pudesse funcionar...
Uma Segunda Chance
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Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores. Me acompanhe no Twitter e Visite meu blog E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Vidas Passadas clicando aqui. |