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Autoconhecimento
Canção da Despedida
por Ceissamorim - Buddhayan
Uma velha senhora olhando para o teto, dependente de todos para sobreviver, não faz mais nada sozinha. Não come se não levam o alimento à sua boca. Sempre perguntamos a ela: quem eu sou? E numa profusão de nomes, às vezes, vem o reconhecimento...
Essa velha senhora é minha avó. Está com 94 anos, é cuidada por minha mãe e visitada por netos e bisnetos. Não é mais a matriarca de pulso forte que conduzia a todos. Parece ausente, distante. Tem o corpo franzino deitado, já não ouve direito, nem enxerga tão bem.
O
medo da morte, talvez, tenha feito com que ela, quase inerte, perceba que todos devemos morrer e ter a morte como algo verdadeiramente bom, pois é a tradução da sonhada liberdade.
Em breve teremos lágrimas nos olhos. No entanto, creio que ela sorrirá, pois sentirá cumprida sua missão e estará livre para novas escolhas de aprendizados e de ensinamentos.
Obrigada pelo pulso firme, pela rédea curta e pelas chineladas que nunca doeram.
Texto revisado por Cris
Atualizado em 5/9/2005
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