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A Aplicação Prática dos Princípios Morais Védicos na Solução de Crises Ambientais

A Aplicação Prática dos Princípios Morais Védicos na Solução de Crises Ambientais

por Rosemary Rezende
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Se tiver de acontecer uma fusão da ciência com a religião, será preciso existir um genuíno desejo e uma necessidade de cooperação. E uma área onde a necessidade de cooperação entre ciência e religião é mais profundamente percebida é aquela que se preocupa com o meio ambiente.

Em 2005, eu recebi a transcrição de uma conferência sobre população, consumo e meio ambiente, patrocinada por American Association for the Advancement of Science e o Boston Theological Institute. Essa conferencia havia sido realizada 10 anos antes, mas ainda é atual. Agradeço meu amigo Michael Cremo pelo grandioso material.

Estavam reunidos na conferência cientistas, políticos, ativistas ambientais e religiosos. Eu fui convidado como autor do livro Divine nature: A Spiritual Perspective On The Environmental Crisis , que havia obtido comentário favorável de muitos, inclusive de dois ex-ministros do governo da Índia. Divine Nature vê a crise ambiental do ponto de vista dos ensinamentos védicos da Índia.

Um dos principais palestrantes na conferência sobre população, consumo e meio ambiente era Bruce Babbitt, Secretário do Interior para o governo dos Estados Unidos. Como político, Babbitt deu um extraordinário discurso. Ele falou do crescimento na cidade de Flagstaff, Arizona, da qual pode ser vista uma enorme montanha. A montanha inspirou em Babbitt um sentido de algo maravilhoso, algo divino, na natureza.

Educado na religião católica, Babbitt perguntou a um padre sobre a montanha na esperança de conseguir alguma pista para seu significado espiritual. Mas ele não recebeu uma resposta satisfatória, talvez por que o padre estivesse acostumado a pensar em Deus como algo distante da natureza. Tempos depois, Babbitt se aproximou de um amigo de sua idade. Esse amigo, que por acaso era um americano natural da tribo Hopi, levou Babbitt até a montanha e explicou-lhe sua natureza sagrada. E, desde então, Babbitt disse que desenvolveu um sentido da presença de Deus na natureza – a uma proporção que antes não havia sido possível.

Certamente, quando eu ouvi isso, eu me lembrei do Bhagavad-gita, onde o Senhor Krishna diz: “dos objetos imóveis, sou os Himalaias”, “e dos rios que correm, sou o Ganges”, “e das estações, sou a primavera florida”. Tais expressões da imanência de Deus na natureza são encontradas por todo o Gita e em outros textos espirituais indianos.

Babbitt continuou relatando que ele compreendeu que o consumo excessivo era a causa subjacente da maioria dos problemas ambientais. Havia um consenso geral na conferência que o problema real não era a superpopulação do mundo, mas o consumo excessivo, particularmente nos países desenvolvidos e progressivamente nos países em desenvolvimento.

Babbitt disse que, como político, ele não podia apresentar às pessoas um programa que realmente resolvesse o problema do meio ambiente. Isto exigiria muito sacrifício dos eleitores, tanto que eles votariam contra qualquer pessoa ou partido que dissesse para eles o que realmente seria necessário.
Então, o Secretário Babbitt se voltou aos religiosos presentes e disse apenas que eles deveriam produzir, em larga escala, necessárias mudanças de valores para reverter o processo de degradação ambiental.

Estava também palestrando na conferência o Dr. Henry Kendall, professor de física do MIT e presidente da Union of Concerned Scientists. Dr. Kendall disse que a ciência pode apontar as dimensões do problema ambiental, mas não pode resolver o problema. A ciência, afirma ele, não tem nenhuma solução genial, nenhum conserto tecnológico para a crise ambiental.

Assim como o Secretário Babbitt, ele reconheceu o consumo excessivo como a causa da degradação ambiental, e, do mesmo modo que o Secretário Babbitt, ele apelou para a religião como a única força no mundo capaz de gerar as necessárias mudanças nos valores para conter a destrutível compulsão da humanidade em produzir e consumir excessivamente.

Esta não é a primeira vez que tais sugestões têm sido feitas. Em 1990, no Fórum Global dos Líderes Espirituais e Parlamentares que ocorreu em Moscou, 32 cientistas assinaram uma declaração conjunta fazendo apelando às religiões do mundo para fazerem uso da enorme influência para preservar o meio ambiente.

Os cientistas declararam que a humanidade estava se comprometendo com “Os Crimes Contra a Criação”. Eles disseram também que “para cultivar e proteger o meio ambiente os esforços precisam ser introduzidos com uma visão do sagrado”.

Essas declarações são de algum modo irônicas, pois a própria ciência, ou digamos, um ramo particular da ciência é largamente responsável pela eliminação do sagrado na nossa visão do universo.

Entre os signatários da declaração estavam Carl Sagan e Stephen J. Gould. E eu devo dizer que foi fascinante vê-los encorajando tal linguagem como “crimes contra a criação”. Em seus escritos, ambos são geralmente muito hostis à palavra “criação” como é a mais conservadora ciência.

É interessante notar, entretanto, como a ciência e a religião tendem a adotar a terminologia uma da outra quando lhes convém, freqüentemente redefinindo os termos. Uma das missões diante de nós é encontrar uma linguagem comum para a ciência e a religião, e usá-la com imparcialidade para o diálogo construtivo
CONTINUA...
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Atualizado em 5/28/2009

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