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ZOZ Super mãe - filhos dependentes

ZOZ Super mãe - filhos dependentes

por Margareth Maria Demarchi
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Há uma condição muito forte e que tem um rótulo muito significativo que envolve um tipo de mulher muito comum. Comum e revelado das formas mais diretas. Trata-se da mulher que gosta de carregar o título de “Super Mãe”, um título que reflete a busca de um valor quase heroico. Mas atenção, não existe um herói (heroína neste nosso caso) sem que haja uma vítima ou causa a ser resgatada.

Dotada de super poderes, esta mulher não aceita estar errada e fica inconformada com as situações indesejadas, pois carrega os filhos por quase toda a vida e lida com isso de forma que os filhos fiquem dependentes dela.[1] É uma situação quase padrão, não importa se carregar os filhos signifique ou não o fato de ter ficado ao lado dele ou dela cada momento de seu crescimento, cuidando dele diariamente, ou ter estado a uma distância guardada, enquanto outras pessoas assumissem parte de suas atribuições, seja a babá ou amiga, seja a creche, seja a avó, seja a tia.

Muitos jovens hoje, sobretudo quando consideramos diferenças sociais ou de poder aquisitivo, vivem uma vida com poucas responsabilidades e deveres, seu valor é quase todo atribuído a objetos, roupas e coisas superficiais que nada têm a ver com eles mesmos como pessoas. Eles são os produtos do meio e não percebem.

A sociedade à volta dessa juventude está influenciando a educação do seu filho e sua filha com conceitos que eliminam o valor e a essência do indivíduo para fazer prevalecer um conceito de coletivo condicionado duramente aos valores e regras de um grupo que premia o individualismo. Muitas vezes o foco está em manter um padrão de beleza, ou de imagem, cultuando o corpo, o rosto, deixando a sua figura real para se apresentar com uma aparência artificial num processo paralelo de busca de garantias ilusórias, um processo fragilizado, pois logo percebem que isso não proporciona nenhuma segurança verdadeira nem tampouco duradoura.

É como se modelos vistos na TV, cinema e revistas de moda fossem o padrão real de tudo o que nos cerca.

Com tanta pressão à sua volta, com o bombardeio de mensagens, o marketing e ambientes de pura fantasia, é difícil sair desse ambiente se sentindo seguro somente pelo o que se é!

Mas as perguntas a serem feitas são:

Quando é que a mulher começa a viver essa realidade e deixa o desejo de ser super mãe? [2]

Quando é que coloca esse título de lado, passando a ser simplesmente a mãe que se junta ao filho, sem falsa aparência, encarando a verdade com ele, e a partir daí ela não tem verdades absolutas, mas sentimentos que agora partilha sem medo?

Mulher, a arte de ensinar está em se colocar sempre como aprendiz. Cada pessoa tem uma reação própria em relação a cada coisa que acontece. Ensinamos melhor quando também aprendemos com aquilo que ensinamos aos nossos filhos através de suas reações. Saber ouvir e avaliar o que se ouve e criticar sem julgar é fundamental para um bom diálogo, e igualmente, questionar para obter clareza sobre os pontos a serem abordados numa conversa. Tudo a seu tempo, com sentimento, emoção, lógica, racionalidade e sem abandonar a intuição.

Sem o medo de perder o título de Super mãe, saiba perceber que os enganos são necessários para aprender a se movimentar na vida com flexibilidade. Nesse momento, mães e filhos ganham conhecimentos.

Conheça a história de Sidney:

“Sidney, um rapaz de 17 anos, filho único, que como acontece com muitos dos rapazes de sua idade, sua mãe e seu pai trabalhavam fora de casa. O rapaz só estudava, sem obrigações e afazeres em casa, pois a mãe contratou uma empregada para executar essas funções. Com isso, o filho dispensava o tempo que quisesse ao computador ou ao celular com os amigos.

Acontece que sua mãe saiu da empresa e assim, sem um contrato de trabalho a mãe se transformou e com ela tudo mudou na casa de Sidney. Sua mãe, que antes tinha toda paciência, começou a brigar com ele e criticá-lo por não fazer outra coisa, queria que de repente ele passasse a fazer um monte de tarefas que antes não tinha que fazer.

Sidney e sua mãe acabaram se magoando e se maltratando, até que ela parou e pensou no quanto estava sendo injusta nessa situação, pois havia tratado o filho o tempo todo para ser servido e não para compartilhar ou cooperar de forma espontânea.

Passadas algumas semanas, a mãe, um pouco mais calma começou a conversar com Sidney e a cada atividade que ele fazia ela o elogiava e destacava seu rápido aprendizado. Os dois passaram a administrar alguns afazeres juntos e ela percebeu o quanto isso era bom. Passaram a fazer diversas coisas em conjunto e algumas vezes isso virou um divertimento para ambos, se transformando num elo de maior amizade. Assim, aos poucos Sidney e sua mãe estavam mais unidos e ele passou a valorizar o esforço dela na execução das várias tarefas de casa. Mais do que isso, Sidney começou a avaliar certas situações pessoais, buscando a experiência da mãe através de opiniões e orientações.

Quando algo não dá certo com os nossos filhos quase sempre paramos e nos perguntamos:

- No que é que eu errei?

A pergunta certa é:

- O que eu tenho que aprender com essa situação?

É agindo desta forma que provavelmente percebe-se a importância do verdadeiro convívio e que o quanto que não se convive com os filhos. É comum afirmar que os adolescentes normalmente gostam de ficar sozinhos ou com os seus grupos e que evitam a família. Mas, os pais é que devem procurar a forma de como estimular esse convívio e esta não tem sido uma tarefa fácil ultimamente.

Hoje o cenário é que você, mulher, está sem tempo para os filhos e sabe muito particularmente que quando falta algo, tenta resolver a situação com ofertas e presentes materiais. Mas, no fundo da alma sabe o que realmente falta, e que esta atitude material não substitui o relacionamento que cria vínculos saudáveis.

A verdade está dentro de você. Reflita sobre os seus sentimentos e tente compreender que há necessidade de trabalhar atitudes novas que lhe tragam confiança. O relacionamento com base em troca de interesses é uma fachada bonita, mas com uma estrutura fragilizada. Ao menor conflito essa fachada é arrancada, porque não foi construída com alicerce no amor. Só se pode amar um filho quando amar a si mesma. Os filhos sofrem e se rebelam quando encontram os pais desanimados e inseguros diante da vida.

Seus verdadeiros amigos não são aqueles que você evitou aborrecer com seus sentimentos, pelo contrário, são aqueles que estavam sempre presentes nas mais diversas situações. Não há por que isso ser diferente com os seus filhos.

Portanto, deixe que os seus filhos participem de “tudo”, ou seja, situações em que podem participar e situações em que devem participar. Só assim você irá saber o quanto eles querem estar com você e você com eles. Esse é o melhor caminho para criar e manter o vínculo verdadeiro.

Antes, conseguíamos com facilidade ver famílias se reunindo para o café, o almoço e o jantar com os pais. Havia relacionamento com os vizinhos, que se juntavam para festas e confraternizações. Isso, sem contar quando se juntavam somente para conversar por horas seguidas...

Hoje, os companheiros mais constantes de uma multidão de pessoas são as mídias eletrônicas, quase uma regra, não importando a condição social. A televisão é uma agravante que, sem maiores detalhes e descrições, muitas mulheres que a tem como companhia, trocam o marido pela novela, maridos trocam mulheres por futebol. Na soma, filhos trocam pais e encontros com amigos, confundindo-os no emaranhado das redes sociais dos aplicativos de computadores e todos vivem sob o mesmo teto sem viver em família.

Mas o que é relevante nessa espiral de problemas é que a boa conversa sobre as coisas de cada um é substituída por fantasias e relacionamentos virtuais com assuntos que nada à tem a ver com a vida real da família.

Acontece que a mãe muitas vezes considera difícil alterar o comportamento que tem em sua vida. Esquece que viver é olhar para cada dia sempre como algo novo para se viver.

A realidade está aí, não há como negar que se deixa de lado a família para preservar a condição financeira satisfatória ignorando os cuidados que devem ser tomados para se manter a família em união.

Reflita e comece a realizar o amor na sua vida valorizando aquilo que realmente lhe faz bem, e como já vimos antes, o ser humano é gregário, ele se junta com outros seres humanos para viver melhor, para se perceber como pessoa. Viver bem com outras pessoas só pode nos fazer bem.

Não há nenhum novo conceito para a palavra união. Somente é preciso praticá-la, comece por coisas simples, por exemplo, estreitando o relacionamento organizando coisas rotineiras como um café ou lanche, o almoço e o jantar em família. Comece a compartilhar momentos, cozinhando, brincando, se emocionando, chorando ou rindo... pois, só estar na mesma casa não é sinônimo de viver em família.

Passe a reunir-se mais com seus filhos, programe atividades em conjunto. Pode até ser difícil, mas nada é impossível!

Nada mesmo. Certo dia (e este relato é importante para ilustrar bem como as possibilidades são ilimitadas), eu estava na praia com a minha família, ali todos observávamos um grupo jogando vôlei. Um grupo no qual fazia parte: a avó, o pai, a mãe, os tios, o filho e a filha adolescente e um garoto, todos jogando igualmente sem nenhum privilégio e com respeito às habilidades de cada um.

Foi o máximo!

Eu e a minha família começamos a torcer pelo grupo da avó. Ela era simplesmente demais! Participativa, animada e alegre.

Gente! Pensem que reuniões semelhantes podem acontecer também com as suas famílias, é só realizar o presente e deixar as imagens velhas no lixo. Só fazendo, se dando o direito é que você poderá saber se consegue ou não. Essa família do relato deixou a novela e a conversa improdutiva, pelo prazer da brincadeira, do riso e da diversão em família. Não saberemos quantas vezes isso acontecia com aquela família, mas a forma e o comportamento daquele grupo nos faziam crer que nada daquilo estava ao acaso naquele dia. Incomum, mas perfeitamente possível.

A Super Mãe do início deste capítulo deve saber ser a líder para reunir a família e facilitar aproximações, em todas as variedades de atividades. Com isso sentirá que as suas responsabilidades serão percebidas pelos membros da família de forma natural, facilitando o maior envolvimento e proporcionando o vínculo familiar.

Ser mãe é viver cada dia sabendo a responsabilidade que carrega em cada ação com os filhos e a importância em aprender a dar amor alinhando-se ao exercício de disciplina, no compartilhar, no persistir e no respeitar. Muitas vezes nem se afirmar o que se fala através do comportamento. Mas as atitudes, estas sim ficam registradas e são alicerces para um relacionamento duradouro e de confiança.

Tudo isso exige envolvimento, significa adaptação. Para o seu sucesso, é imprescindível lembrar que não basta dar importância só às palavras, as atitudes é que falam mais. As palavras podem ser como o vento e simplesmente passarem, podem ser como o vento agressivo que deixa rastros de destruição, podem ser como a brisa suave que refresca e aconchega com emoções que agradam ao coração e tornam durador o relacionamento.
[1] Bert Hellinger, O amor do espirito, Animus e anima, quando o filho permanece na esfera da mãe, o feminino inunda sua alma, impedindo-o de tomar a masculinidade. E quando a filha permanece na esfera do pai, o masculino inunda sua alma, impedindo-a de tomar feminilidade que vem de sua mãe.

C.G, Jung, Os arquétipos e o inconsciente coletivo, Complexo Materno, pag.97, “A sua própria personalidade também é de importância secundaria. Frequentemente, ela é mais ou menos inconsciente, pois a vida é vivida nos outros e através dos outros...”.

 
[2] Super mãe, heroína, faz parte do mito do herói, onde existe uma batalha entre o herói e o dragão. C.G, Jung, mostra esse mito como tema arquetípico do triunfo do ego sobre as tendências regressivas. “Para a maioria das pessoas o lado escuro ou negativo de sua personalidade permanece inconsciente. O herói, ao contrário, precisa convencer-se de que a sombra existe e que dela pode retirar a sua força”. Retirado do livro O homem e seus símbolos, pag. 119.

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Nota: Texto retirado do Livro ZOZ - Mulheres Libertem sua Alma
 Direitos autorais Margareth Maria Demarchi
 
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Autor: Margareth Maria Demarchi
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Atualizado em 6/11/2024

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