A verdade se esconde sob muitos disfarces e, ao contrário do que imaginamos, encontrá-la não acontece através de esforço nem de luta.
Somente quando conseguimos nos despojar da ânsia por realização, do impulso pelo fazer e do desejo de ter o controle sobre a realidade, é que podemos nos aproximar de nossa verdadeira essência.
Para muitos, descobrir a verdade se assemelha a uma experiência de laboratório, onde as variáveis são pré-determinadas e as condições controladas.
Entretanto, a vida é muito mais rica, multiforme e cheia de nuances e possibilidades do que podemos imaginar. Exatamente por isto, entrar no terreno do mistério exige de nós um total despojamento, uma confiança absoluta e uma entrega sem reservas.
Confiança, aliás, é algo que a mente sempre tenta bloquear, visto que um de seus principais objetivos é semear a dúvida e a desconfiança dentro de nós.
Por essa razão, olhamos com reserva tudo o que não pode ser cientifica e racionalmente comprovado.
Adentrar na dimensão do mistério e contatar a natureza divina de nosso ser, não requer nada a não ser abandonar todas as crenças pré-estabelecidas e os condicionamentos a que fomos submetidos ao longo de nossa vida.
É isto a que Jesus se referia quando afirmou: "venham a mim os pequeninos". As crianças representam a metáfora mais perfeita da inocência com que todos adentramos à vida. E é exatamente este estado original que precisamos recuperar, para conhecer a natureza budica que existe em cada um de nós.
"Sabedoria não é conhecimento, mas eles são parecidos. Conhecimento somente pretende ser sabedoria, é exatamente o oposto da sabedoria. O conhecimento é sempre emprestado, e porque ele é emprestado, é basicamente falso.
A sabedoria nasce em você - é o seu florescimento, é a sua fragrância. É auto-compreensão, auto-conhecimento. Você se torna luminoso; você alcança uma presença sólida. Você tem um centro, você se sente enraizado, integrado, você não é mais fragmentado...
Sabedoria é uma revolução em seu ser: o conhecimento é apenas lixo. Você pode recolhê-lo dos outros, mas não muda você, você permanece o mesmo. É claro que você se torna muito decorado, você ganha muitas belas máscaras, mas o seu próprio rosto continua o mesmo.
Você vai acumulando conhecimento, sua memória se torna mais e mais rica, mas seu ser permanece tão pobre como sempre. Mas o conhecimento pode simular ser sabedoria, ambos usam a mesma linguagem..
Se você está simplesmente repetindo as experiências de outras pessoas, isto é argúcia, é conhecimento - morto, sem sentido, nada mais que tagarelice. Você pode decorar-se com ele, você pode fortalecer seu ego através dele, mas você não vai conhecer a verdade."
OSHO - Philosophia perennis