Muita gente continua acreditando que "ser mãe é padecer no paraíso". De certa forma, até é mesmo. Afinal, este papel exige predicados que somente quem gera um filho - seja na barriga ou no coração - e assume seu desenvolvimento, consegue sustentar.
Porém, é preciso derrubar essa ideia de que exista um lugar para as mães que não este aqui, neste planeta, com todos os ônus e bônus que isso possa significar. Porque por mais que os tempos tenham mudado, há ainda quem insista em colocar as mães num lugar irreal. Ou melhor, surreal!
Ser mãe é ganhar em muitos aspectos. Muitos mesmo! Mas é também continuar a ser gente, humana, imperfeita, em busca de alegrias e de realização. Um filho não completa todas as lacunas, como muitos adoram poetizar. E isso significa que mães são mulheres com necessidades senão iguais, muito parecidas com as daquelas que não são!
Isso inclui sentimentos que passam, sim, pela gratidão de poder exercer esse papel, mas também por desejos, carência, confusão, conflitos internos, medos, vontades, entre outros. Vontade de ser cuidada, de ser vista, de se realizar profissionalmente. De cuidar de si, de sua beleza, de seu corpo. De ser amada, de namorar e viver um grande amor, enfim.
Entretanto, muitos se esquecem desses detalhes. E pior ainda quando essas mães não se casaram ou vieram a se separar ou enviuvar. As pessoas tendem a acreditar que o papel de mãe compensa todos os outros. Não, não compensa! Pelo menos não na maioria dos casos!
E que bom que seja assim! Que bom que os filhos não precisam carregar esse peso, essa responsabilidade. Que ótimo que filhos podem ser filhos. Mães podem ser mães. E, no final das contas, todos - mães e filhos - continuam sendo, sobretudo, pessoas. Pessoas que desejam ser felizes, em todas as áreas, em todos os sentidos!
Às mães que, por quaisquer razões, sentem-se pressionadas a abdicarem de sua busca pela felicidade; ou àquelas que são literalmente proibidas por seus filhos ou outros familiares de tentar recomeçar, de arriscar novas amizades, novos relacionamentos ou novos amores, gostaria de ter o poder de oficializar o que chamaria de "carta de alforria".
Sendo assim, que neste dia das mães, todas as mulheres possam se sentir libertas de qualquer cobrança descabida. Que, sendo mães e responsáveis por este papel, possam vislumbrar um novo enredo para suas histórias, um novo amor, quem sabe...
E que possam, principalmente, ser reconhecidas como especiais, sim: mulheres que deram à luz pessoas tão pessoas quanto elas. Mas a despeito de qualquer paraíso que mereçam, que possam também errar, recomeçar, apostar mais uma vez e encontrar nos braços de seus filhos e daqueles a quem elas tanto amam, o apoio para serem apenas e, sobretudo, elas mesmas! Grandes mulheres! Almas em busca de outras almas...
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Sobre o autor
Rosana Braga é Especialista em Relacionamento e Autoestima, Autora de 9 livros sobre o tema. Psicóloga e Coach. Busca através de seus artigos, ajudar pessoas a se sentirem verdadeiramente mais seguras e atraentes, além de mostrar que é possível viver relacionamentos maduros, saudáveis e prazerosos.
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