Os mestres iluminados têm insistido ao longo dos séculos, na necessidade do ser humano viver plenamente o agora. O momento presente, afirmam, é a única realidade que existe.
Entretanto, a mente nos leva a viver muito mais no passado e no futuro do que no agora. Angustiamo-nos pelo que já se foi e ansiamos o tempo todo pelo que virá.
E, nesta gangorra emocional, deixamos a vida passar sem usufruir plenamente do que a vida nos oferece hoje. Aprender a desligar-se do que não pode ser mudado, visto que já está definitivamente para trás e, entender que o futuro só pode ser construído a partir de nossas escolhas e atitudes presentes, é nosso grande desafio.
A resposta espontânea a cada circunstância da vida deveria ser algo natural, se vivêssemos plenamente conectados com nossa essência. Ela não ocorre porque, sempre que um problema se apresenta, buscamos solucioná-lo com velhas atitudes, que podem já não servir mais.
Tentar o novo, arriscar-se numa resposta inusitada, enche-nos de medo, pois ainda não nos acostumamos a confiar em nossos próprios insights, preferindo, muitas vezes, por insegurança, seguir diretrizes alheias.
Mas a vida nos chama a um novo caminho, onde seremos nós, e apenas nós, os mestres, os guias, que a cada momento encontrarão dentro de si a resposta para qualquer decisão ou escolha que se faça necessária.
A confiança nessa sabedoria, - que não nasce do conhecimento intelectual -, é a chave para que comecemos a jornada rumo à liberdade. Ela nos torna capazes de viver plenamente o presente, e responder de forma criativa a cada desafio que ele nos traga.
"A disciplina tem sido mal interpretada. As pessoas têm dito aos outros para disciplinar sua vida - para fazer isso, para não fazer aquilo. Milhares de deve e não- deve foram impostos ao homem. E quando um homem vive com milhares de deve e não-deve, ele não pode ser criativo. Ele é um prisioneiro, em todos os lugares que ele vai se depara com uma parede.
A pessoa criativa tem que dissolver todos os deves e não-deves. Ela precisa de liberdade e espaço, amplo espaço. Ela precisa de todo o céu e todas as estrelas. Só então sua espontaneidade interior pode começar a crescer.
Então, lembre-se, o meu sentido de disciplina não é dos Dez Mandamentos, eu não estou lhe dando qualquer disciplina, eu estou simplesmente dando-lhe uma visão de como permanecer em aprendizagem e nunca se tornar experiente.
Sua disciplina tem que vir de seu coração, ela tem que ser sua- e há uma grande diferença. Quando alguém lhe dá a disciplina, ela nunca pode caber-lhe, será como vestir roupas de outra pessoa. Ou elas serão muito soltas ou muito apertadas, e você sempre vai se sentir um pouco bobo nelas.
...A disciplina é um fenômeno individual, sempre que você pegar emprestado, você começa a viver de acordo com princípios, definir princípios mortos. E a vida nunca morre, a vida está constantemente mudando a cada momento. A vida é um fluxo.
Heráclito está certo: você não pode pisar no mesmo rio duas vezes. Na verdade, eu gostaria de dizer: você não pode pisar no mesmo rio sequer uma vez, o rio é tão veloz! Tem que estar alerta, atento, a cada situação e suas nuances. E tem que responder à situação conforme o momento, não de acordo com as respostas prontas dadas por outros.
Eu lhe ensino o momento e a liberdade do momento e a responsabilidade do momento. Uma coisa pode ser certa neste exato momento e pode se tornar errada no momento seguinte.
Não tente ser consistente, senão você vai estar morto. Somente as pessoas mortas são consistentes. Tente ser vivo, com todas as suas contradições. E viver cada momento, sem qualquer referência ao passado, sem qualquer referência para o futuro também. Viva o momento no contexto do momento, e sua resposta será total. E essa totalidade, tem beleza e essa totalidade é criatividade. Então, o que quer que você faça, terá uma beleza própria".