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O êxtase

Publicado por Elisabeth Cavalcante em Espiritualidade

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O conceito de êxtase espiritual que costumamos enxergar como algo grandioso, transcendente e acessível apenas aos iluminados é, na verdade, algo bastante simples.

Ele se resume a um sentimento interior de preenchimento, de plenitude, a sensação de que nada falta em nossa vida, tudo está exatamente onde deveria estar e como deveria ser.

Esta sensação de total harmonia com o Todo, com o fluir da existência, só pode ser vivenciada por aqueles que alcançaram algum grau de consciência. E, alcançá-la não requer nenhum requisito excepcional. Consiste em apenas viver em harmonia com o seu coração, com os princípios e valores nos quais você acredita, e aceitar os movimentos da vida sem resistência, buscando, acima de tudo, a total sintonia com o Universo.

Só enxerga a vida como um caos aquele que o vivencia em si, o que infelizmente ainda é a realidade da maior parte dos seres humanos. Mas, na medida em que se aprofunda em si mesmo e descobre que o obstáculo maior para vivenciar o êxtase é o seu ego, a identidade que lhe foi emprestada, aos poucos é possível descobrir uma nova visão.

Ela se revela repentinamente, quando todas as defesas são abandonadas e a entrega ao momento presente é total. Nisto consiste a verdadeira libertação.

..."Precisamos ser ousados, corajosos. Precisamos dar um passo para o desconhecido. Por um certo tempo, todos os limites ficarão perdidos. Por um certo tempo, você vai se sentir atordoado.
Por um certo tempo, você vai se sentir muito amedrontado e abalado, como se tivesse havido um terremoto. Mas se você for corajoso e não voltar para trás, se você não voltar a cair no ego, mas for sempre em frente, existe um centro oculto dentro de você, um centro que você tem carregado por muitas vidas.
Esse centro é a sua alma, o eu.
Uma vez que você se aproxime dele, tudo muda, tudo volta a se assentar novamente. Mas agora esse assentamento não é feito pela sociedade. Agora, tudo se torna um cosmos e não um caos, nasce uma nova ordem. Mas essa não é a ordem da sociedade - essa é a própria ordem da existência.
É o que Buda chama de Dhamma, Lao Tzu chama de Tao, Heráclito chama de Logos. Não é feita pelo homem. É a própria ordem da existência. Então, de repente, tudo volta a ficar belo, e pela primeira vez, realmente belo, porque as coisas feitas pelo homem não podem ser belas. No máximo, você pode esconder a feiúra delas, isso é tudo. Você pode enfeitá-las, mas elas nunca podem ser belas...

...O ego tem uma certa qualidade: a de que ele está morto. Ele é de plástico. E é muito fácil obtê-lo, porque os outros o dão a você. Você não precisa procurar por ele; a busca não é necessária. Por isso, a menos que você se torne um buscador à procura do desconhecido, você ainda não terá se tornado um indivíduo. Você é simplesmente mais um na multidão. Você é apenas uma turba. Se você não tem um centro autêntico, como pode ser um indivíduo?
O ego não é individual. O ego é um fenômeno social - ele é a sociedade, não é você. Mas ele lhe dá um papel na sociedade, uma posição na sociedade. E se você ficar satisfeito com ele, você perderá toda a oportunidade de encontrar o eu. E por isso você é tão infeliz. Como você pode ser feliz com uma vida de plástico? Como você pode estar em êxtase ser bem-aventurado com uma vida falsa?

...Todo o caminho em direção ao divino, ao supremo, tem que passar através desse território do ego. O falso tem que ser entendido como falso. A origem da miséria tem que ser entendida como a origem da miséria - então, ela simplesmente desaparece. Quando você sabe que ele é o veneno, ele desaparece. Quando você sabe que ele é o fogo, ele desaparece. Quando você sabe que esse é o inferno, ele desaparece....

...Não tenha pressa em abandoná-lo, simplesmente o observe. Quanto mais você observa, mais capaz você se torna. De repente, um dia, você simplesmente percebe que ele desapareceu. E quando ele desaparece por si mesmo, somente então, ele realmente desaparece. Porque não existe outra maneira. Você não pode abandoná-lo antes do tempo. Ele cai exatamente como uma folha seca....

...um dia você simplesmente vê a folha seca caindo... e então o verdadeiro centro surge. E esse centro verdadeiro é a alma, o eu, o deus, a verdade, ou como quiser chamá-lo. Você pode lhe dar qualquer nome, aquele que preferir".

Osho, Além das Fronteiras da Mente.


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Sobre o autor
elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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