Aprender a confiar é um dos maiores desafios a que estamos expostos em nossa jornada no planeta. O sentido do verbo aqui tem uma amplitude muito maior do que aquele a que normalmente nos acostumamos.
Em geral, associamos confiança a um sentimento que nutrimos por nós próprios, pela consciência de nosso valor, ou que é direcionado a outro ser humano, no qual acreditamos e depositamos nossa boa fé.
E, neste caso, ela sempre traz em si o risco da decepção. Quando isto acontece, a consequência mais comum é nos tornarmos fechados e defensivos, pelo receio de novas decepções.
Entretanto, a verdadeira confiança tem uma conotação existencial. Ela se torna um guia, uma bússola a nos direcionar nas circunstâncias mais desafiadoras da vida.
E aprender este segredo exige uma disposição interior, que tem como ponto de partida a entrega. Isto significa que deixamos de querer controlar todas as variáveis da vida e simplesmente nos entregamos ao seu fluxo, de modo tranquilo e relaxado, na certeza de que no momento certo nos será concedido tudo aquilo de que necessitamos.
Esta é uma experiência que só pode acontecer a partir do coração, pois a mente sempre nos levará a duvidar, temer, desistir. Enquanto não aprendermos a estar plenamente enraizados neste canal, serão necessárias muitas e muitas experiências em que a vida nos dará provas do seu amor e nós, novamente, cairemos na armadilha do medo e da desconfiança.
Mas, se seguirmos firmes neste aprendizado, finalmente alcançaremos o estágio em que a confiança se tornará a nossa única forma de viver.
"O coração está integrado com o seu sim; essa é a verdadeira crença, confiança... Não é um pensamento, mas um sentimento, e, essencialmente, nem mesmo um sentimento, mas um estado de ser.
No início, a confiança é um sentimento; em seu florescimento final, é um estado de Ser". Osho em "Mojud, o homem com a vida inexplicável".