Terapias de Vidas Passadas acreditam que eventos originados em outros tempos e em outras dimensões de realidade podem estar interferindo em nosso Agora.
No processo de cura emocional, dependendo da crença do paciente, seus psiquismos podem avançar para muito além dos conceitos lineares como concebemos indo para tempos e lugares distantes onde supostamente tudo começou e, assim, os assuntos atuais são redimensionados e resolvidos. Isso costuma ocorrer em dimensões onde já se teve uma vida, onde se coexiste ou em algum local do futuro. Para muitos é difícil de se conceber essa ideia, mas para outros funciona como uma excelente ferramenta de acesso para que a cura emocional ocorra.
É certo que a nossa mente é mestra em criar cenários simbólicos seja em qual realidade for, material, sonho ou imaginação. E, na verdade, dentro desta ampla caminhada, nomear e mesmo julgar o tipo de mensagem que vem, é o que menos importa em sessões de terapia. A ideia é a de que possamos despertar de qualquer imagem que nos mantenha em estado de sonambulismo crônico a ponto de nos impedir de termos uma vida mais lucida, plena e com mais autonomia sobre as nossas escolhas.
Assim como ocorre nos sonhos, tudo na vida também é simbolizado pela mente. E esta, ininterruptamente, busca reprocessar os conteúdos emocionais que ficaram mal compreendidos e, portanto, mal resolvidos. A terapia visa o despertamento de tais situações reprocessando-as a ponto de que uma ressignificação importante aconteça.
No tipo de terapia de reprocessamento cerebral que aplico como EMDR, brainspotting e outras, o paciente não necessita acreditar em vidas passadas, mas é interessante que participe do processo sem julgar o que poderá vir, concebendo que tudo fará parte de uma fantástica jornada de autoconhecimento e cura.
Particularmente, não utilizo o termo Terapia de Vidas Passadas porque cada pessoa que chega ao meu consultório tem uma crença pessoal acerca da realidade; alguns acreditam em espíritos, outros em vidas passadas, outros em sonhos e outros na existência atual e pronto. Para todos, sempre falo das imagens que nos compõem, da busca de si mesmo e do despertamento. Explico que podem aparecer cenas inusitadas e até incomuns, mas que isso não é a regra e ainda falo aos pacientes que desejo que eles se surpreendam com os seus processos e que eu possa me surpreender com eles. Somos únicos, totalmente singulares.
Se pensarmos em estados da mente, sabemos que as imagens acessadas podem ajudar nos processos terapêuticos, como simbolismos manifestos. Afinal, todos nós vivemos em meio a inúmeras situações que disparam sentimentos e sensações de difícil compreensão.
Por intermédio dessa abordagem, acessamos muitos dos cenários existenciais/ emocionais que vivemos, porém, com uma compreensão muito maior. A questão maior será decodificar os simbolismos dos supostos cenários reprocessando-os no intuito de libertar-se de uma constante e perturbadora clausura emocional. Lembrando que estes cenários também podem ser somatizações no corpo. A partir daí, pouco importa se o acesso para a cura destes cenários perturbadores aparecem na terapia por intermédio das supostas vidas passadas, ou por algum sonho importante ou mesmo por meio de um cenário concreto de vida, posto que absolutamente todos estes se apresentam como formas vivas para a auto-superação nos conflitos.
A magia da transformação pessoal ocorre no descortinamento das cenas, no advento da autoconsciência e no reprocessamento de tudo aquilo que em algum momento nos provocou alguma sensação, pensamentos e sentimentos disfuncionais sobre nós mesmos e da realidade que nos cerca.
Quanto mais despertos, melhor!
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Sobre o autor
Silvia Malamud é colaboradora do Site desde 2000. Psicóloga Clínica, Terapias Breves, Terapeuta Certificada em EMDR pelo EMDR Institute/EUA e Terapeuta em Brainspotting - David Grand PhD/EUA.
Terapia de Abordagem direta a memórias do inconsciente.
Tel. (11) 99938.3142 - deixar recado.
Autora dos Livros: Sequestradores de almas - Guia de Sobrevivência e Projeto Secreto Universos
Publicado por Silvia Malamud
em Psicologia
