Eu realmente concordo que ter um relacionamento bacana é ótimo e que é no encontro com o outro que a gente tem uma oportunidade incrível e diferenciada de se conhecer, amadurecer e evoluir. Afinal, numa relação tão íntima, alinhada com a convivência, tanto os nossos maiores potenciais quanto nossas piores limitações ficam expostas e latentes.
Sem contar que é mesmo muito bom ter uma companhia para conversar, namorar, viajar e compartilhar a vida. Por isso, indiscutível que o exercício do amor é fantástico. Porém, é preciso tomar um grande cuidado!
Passar a vida acreditando e apostando que um relacionamento é a tábua de salvação para todas as suas tristezas ou que o outro é o portador de toda felicidade que você pode experimentar é como atirar nos próprios pés e desejar continuar caminhando leve e tranquila pela vida a fora.
A possibilidade de ser feliz num relacionamento é mais ou menos como convidar um desconhecido muito interessante para um piquenique. Imagine a cena: você está vivendo sua rotina e de repente vê uma pessoa que faz seu coração bater mais forte ou que desperte seu desejo por qualquer motivo.
Você quer se aproximar e, mais importante do que tudo, quer que seus melhores sentimentos por essa pessoa sejam recíprocos. Que ela corresponda a tudo de bom que você está sentindo e querendo viver com ela, certo?
Para isso, você deveria abrir sua bela cesta de piquenique, desdobrar e estender sua linda toalha no lugar mais florido e sombreado que encontrar e, de dentro da certa, você deveria tirar duas taças, uma champanhe geladinha, frutas, petiscos e água fresca.
Em seguida, poderia sorrir e sugerir que o tal pretendente lhe fizesse companhia. Caso ele aceitasse, seria maravilhoso. Caso não aceitasse, ou você desfrutaria de tudo de bom que tem com todo o prazer a que já está acostumada em sua própria companhia, ou convidaria um amigo ou ainda seria surpreendida com a chegada de alguém a quem ainda nem tinha notado, oferecendo-se para acompanhá-la.
Mas como? Como isso pode acontecer e dar certo se você tem vivido ansiosa, carente, triste e um tanto quanto desesperada para encontrar alguém que a tire dessa situação? Porque o que vai acontecer, diante desse cenário que você tem vivido, é o seguinte: por melhor vestida que esteja, por mais sorridente que chegue, a mensagem que vai transmitir, inconsciente e subliminarmente, será como um pedido de socorro.
Suas atitudes serão traduzidas como: "pelo amor de Deus, me salve de mim mesma! Me tire dessa vida chata e solitária que eu tenho levado! Faça alguma coisa para que eu, enfim, acredite que você é a pessoa que vai me trazer tudo o que eu sempre quis viver".
E a sua cesta de piquenique? Está vazia ou a comida está vencida. Você se esqueceu de cuidar dela. Foi para o piquenique do amor sem recursos. Sem você. Sem saber o que você tem de bom para compartilhar!
Será mesmo que você precisa de um relacionamento agora? Será que o seu foco não deveria ser você mesma neste momento? Cuidar de si, da sua autoestima, da sua alegria? Não seria momento de investir em autoconhecimento, amor próprio e reconhecimento de tudo de bom que você já tem e já é?
Sim, encontrar um amor pode ser tudo de bom. Mas, para ser, você precisa estar inteira, segura, vivendo como a dona da sua história. E não refém de um desejo desesperado de ser salva por alguém que simplesmente não a pode salvar. Só você pode!
Prepare-se para o delicioso piquenique da vida. Mas jamais vá com sua cesta vazia e nem aposte em alguém que chega querendo devorar a sua. O amor se trata de compartilhar. Nem de sugar o outro e nem de dar tudo o que é seu. Compartilhar. Porque ainda que você não tenha uma suculenta maçã, pode levar uma flor para enfeitar a mesa do outro. E vice-versa!
Rosana Braga é Especialista em Relacionamento e Autoestima, Autora de 9 livros sobre o tema. Psicóloga e Coach. Busca através de seus artigos, ajudar pessoas a se sentirem verdadeiramente mais seguras e atraentes, além de mostrar que é possível viver relacionamentos maduros, saudáveis e prazerosos.
Acesse rosanabraga.com.br para mais conteúdos exclusivos! Email: [email protected] Visite o Site do Autor