Carmem vivia reclamando que João trabalhava demais! Criticava a empresa, os colegas e os tantos compromissos profissionais dele. João, por sua vez, insistia em justificar, alegando que sua determinação e seu empenho garantiam a vida confortável que eles tinham.
Até que, uma dia, João foi demitido. Felizmente, logo encontrou um novo trabalho. Dessa vez, os horários eram bem mais flexíveis e as demandas bem menores. João passou a ficar mais tempo em casa.
No entanto, dentro de poucos meses, Carmem começou a reclamar do tempo que ele passava diante da tevê, do computador e do celular. João, por sua vez, dizia não entender qual era o problema, já que agora passava bem mais tempo em casa, como ela pedia antes.
Qual é a charada dessa questão? O que Carmem realmente queria? Do que ela estava de fato reclamando?
Muitos casais cometem o mesmo erro de comunicação e terminam construindo não o vínculo e a cumplicidade tão desejada entre eles, mas sim um abismo afetivo, um vazio e uma tristeza que, na maioria das vezes, conduzem a relação para o temido divórcio ou para um casamento altamente insatisfatório.
O grande problema é a falta de clareza e sensibilidade de ambos. O engano está na reclamação focada nos sintomas e não na verdadeira causa. O que realmente entristecia e incomodava Carmem não era o trabalho de João e sim a falta de presença dele. A falta de atenção, de ouvidos atentos, de coração disponível, de interesse visível na vida a dois.
Relacionamento não se resume a trabalho, filhos, contas e responsabilidades. É preciso que haja no encontro algo de namoro, de leveza, de diversão. É absolutamente necessário que haja riso e celebração, olho no olho e abraço prolongado, carinho e beijo despretensiosos. É altamente essencial que haja alegria pelo simples prazer de estarem juntos.
Fácil? Certamente, não! A rotina e as cobranças do dia a dia nos conduzem ao piloto automático, à inconsciência, à perigosa sensação de que basta manter "casa, comida e roupa lavada" que o amor estará garantido.
Não estará. Nunca estará em nenhuma circunstância, porque o amor não dá garantias. Mas quando não existe presença, a armadilha está montada e o fim é só uma questão de tempo. Como uma bomba-relógio.
O que fazer? Pequenas atitudes podem render resultados incríveis.
Um jantar a dois por semana ou quinzena.
Caminhar de mãos dadas, observando um ao outro, o ambiente, e conversando sobre amenidades.
Um piquenique em família, sem celular.
Uma vida bem menos conectada em aparelhos tecnológicos e muito, muito mais conectada ao que realmente importa.
Nunca se esqueça de que quem ama, mostra! Use o coração para encontrar o equilíbrio. Saiba que a vida pode enganar ou enviar os sinais perfeitos. Tudo depende do quanto você está atento e acordado. Por fim, o amor só cresce com presença, dedicação e interesse.
Rosana Braga é Especialista em Relacionamento e Autoestima, Autora de 9 livros sobre o tema. Psicóloga e Coach. Busca através de seus artigos, ajudar pessoas a se sentirem verdadeiramente mais seguras e atraentes, além de mostrar que é possível viver relacionamentos maduros, saudáveis e prazerosos.
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