Você acha que já estamos na Era do Aquário? Mas o que são na realidade essas eras Precessionais? Como elas se sucedem e o que ela causam? Como elas modificam a evolução da humanidade? Vamos ver o que nos ensina a astrologia. Antes de mais nada, quero lembrar que estamos falando de astrologia e não de astronomia. Existe uma diferença entre as Constelações e os Signos e esse é um argumento usado contra a astrologia. Explico: quando um astrólogo afirma que quem nasceu no dia 30 de março tem o Sol a 10º de Áries, na realidade, em 30 de março, o Sol está fixado no céu na constelação de Peixes. O astrólogo sabe disso! Eles não vivem 'no mundo da lua' e muitos deles (nem todos) conhecem astronomia! De fato, ambas as afirmações acima estão corretas. Em 30 de março, o Sol está no signo zodiacal de Áries e ao mesmo tempo na estrela fixa da constelação de Peixes. Existem duas diferenças básicas: apesar da astrologia tratar de interpretar a posição dos planetas, para fazer esse estudo ela usa o zodíaco que é baseado em arquétipos que não se modificou ao longo dos séculos a não ser pelo acréscimo de alguns planetas e asteroides não conhecidos na antiguidade.
As constelações são grupos de estrelas fixas (aparentemente) no céu. Desde a antiguidade, os humanos tentaram conectar esses grupos de estrelas entre si, talvez para lembrar melhor de sua posição, ou por simples fantasia. Sobre essa abóbada celeste que contorna a Terra como um grande globo transparente parece que as estrelas se fixam se as olharmos do ponto de vista em que nos encontramos na Terra. Foi desse ponto de vista que foram desenhados animais, seres humanos, seres mitológicos em toda a abóbada para juntarem entre si os grupos de estrela vizinhas. Alguns desses grupos, eram atravessados pelo Sol em seu movimento aparente em torno do planeta Terra. Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão, Virgem, Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário e Peixes são as doze constelações que são percorridas pelo Sol em seu caminho anual aparente. Essas constelações são diferentes em tamanho e nas quantidade de estrelas com as quais são compostas. Como os desenhos formados podem ser interpretados de maneiras diferentes, parece impossível dizer onde termina Capricórnio e onde inicia Aquário, por exemplo, e é nessa zona do céu, na esfera celeste, que se projeta o círculo - chamado de eclíptica - que para um observador da Terra marca a aparente órbita do Sol. A eclíptica permanece praticamente estável contra o 'pano de fundo' das estrelas fixas.
No sistema de coordenadas da eclíptica, a locação de um planeta é dada fornecendo dois números: a longitude é conseguida medindo a direção no sentido anti-horário do ponto zero da eclíptica, e a latitude é dada medindo o desvio do planeta do círculo. Ambas as leituras são fornecidas em graus. A longitude da eclíptica é medida de 0 º a 360º. Mas, onde encontramos o ponto zero da eclíptica? O ponto zero é 'arbitrário', ou seja, depende da definição fornecida. Para as coordenadas geográficas da Terra, por exemplo, o ponto zero da longitude é fixada a partir do observatório astronômico de Greenwich, em Londres. O ponto zero da eclíptica foi estabelecido usando o ponto vernal de equinócio no hemisfério norte, entre 20 e 21 de março, quando o dia e a noite tem duração igual no inteiro planeta.
Esse ponto foi definido matematicamente usando o ponto de interseção entre o equador terrestre e a órbita da Terra em torno do Sol, ou seja, da eclíptica, sendo que o equador celeste é dado pela projeção no céu do equador terrestre. Portanto, se o eixo da Terra permanecesse estável o Ponto Vernal equinocial seria sempre no mesmo dia. Na época helênica o ponto vernal acontecia exatamente na borda entre as estrelas fixas que compunham a constelação de Peixes e a constelação de Áries. Naquela época os astrólogos dividiram o céu em 12 Signos de igual tamanho, cada uma com 30º, e por causa disso alguma constelações astronômicas não se sobrepunham adequadamente aos signos astrológicos cujos desenhos eram de tamanhos desiguais. Portanto, signos e constelações nem sempre combinam.
Além disso, o eixo da Terra não é estável, primeiro porque a Terra não é uma esfera perfeita (ela é achatada nos pólos e mais gorda no equador), depois porque ela, em sua rotação e em sua eclíptica, reage à força gravitacional seja do Sol que da Lua que distorce, de uma certa forma, a sua rotação, num efeito oscilatório. Isso causa aquilo que é chamado de 'Precessão dos Equinócios', o que significa que a Terra vai mudando o seu eixo de rotação a cada 26000 anos aproximadamente.
Do mesmo modo, o equador celeste desloca o seu ponto de intersecção na eclíptica mudando o ponto vernal que se move na direção oeste ao longo do circulo da eclíptica, na direção oposta no zodíaco. Portanto, para que o eixo da Terra atravesse um inteiro signo zodiacal vai levar um dozeavo desse tempo, ou seja, 2.160 anos. Portanto podemos dizer que a cada 2.160 anos acontece uma nova ERA PRECESSIONAL. Consequentemente, se 2.160 anos atrás o eixo da Precessão do Equinócio se encontrava entre os signos de Áries e de Peixes, podemos dizer que atualmente o ponto vernal do Equinócio se encontra atualmente entre os signos de Peixes e o signo de Aquário, e se movendo na direção de Aquário, pois seu movimento acontece para trás no zodíaco.
Por essa razão, quando falamos em Era de Aquário não podemos definir com precisão o momento de seu inicio. Nenhum astrólogo ousaria definir com exatidão essa data. Talvez isso aconteça mais perto do ano 2.160. Porém podemos fazer uma analogia: sabemos que mesmo algumas horas antes do Sol nascer na linha do horizonte, sentimos os efeitos de seus raios à medida que o dia vai clareando e a noite vai sumindo. O nascer do Sol acontecerá quando o disco solar aparecer realmente na linha do horizonte. É esse efeito que estamos percebendo agora: a Era de Aquário está chegando!
Muito se escreveu e muito ainda se escreverá sobre a tal Era de Aquário. Do ponto de vista astrológico e místico, todos almejam que essa tal Era de Aquário venha modificar o mundo! Porém, enquanto atravessamos essa período de mudança, continuaremos com os pés, lá e cá, nas duas Eras, vivenciando essa enorme confusão que causa convulsões sociais de todo tipo.
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Publicado por Graziella Marraccini
em Astrologia
