O sentimento de que para experienciar a verdadeira felicidade, é necessária a conquista de objetivos exteriores a nós, é comum à maioria dos seres humanos.
Isto acontece até que nos tornemos capazes de perceber a ilusão que essa atitude representa. Ocorre que, quanto mais itens acrescentarmos à lista de nossos desejos, mais difícil se torna alcançar a plenitude com que sonhamos.
Ainda que consigamos satisfazer todas ou pelo menos um bom número de nossas necessidades materiais, não há nenhuma garantia de que isso nos fará felizes.
Ao contrário, quando ainda não temos a consciência do que, de fato, nos garante a paz interior, um desejo é logo substituído por outro, pois ao alcançá-lo somos preenchidos pela sensação de vazio e incompletude.
O Ser não é algo que possa ser obtido, portanto, não há risco de que nos seja tirado. A plenitude que somente ele pode nos trazer, uma vez conquistada, se tornará nosso estado natural, independente das circunstâncias da vida.
Mas, como chegar a esse entendimento? O caminho exige uma total transformação nas expectativas que cultivamos em relação às metas exteriores. Não se trata de deixar de ter objetivos, eles devem estar presentes em nossa vida.
Mas, é fundamental termos claro que preencherão apenas uma parte de nossa existência, aquela que diz respeito à nossa expressão no mundo material, essencial para a sobrevivência.
A dimensão espiritual, esta sim, nos fará capazes de enfrentar os desafios que a vida trouxer, sem nos deixarmos dominar pelo medo e à desesperança.
O Ser já está em nós, ele é parte de nós, não exige, portanto, nenhum esforço gigantesco para ser conquistado, ele só precisa ser reconhecido.
E isto só pode acontecer através da prática da auto-observação e da percepção clara do que realmente necessitamos para estar em paz.