Se você leu os artigos anteriores, já deve ter refletido sobre suas próprias expectativas. Mas vamos continuar. Já sabemos que elas estão relacionadas com nossas necessidades emocionais, e que quando adultos, apesar de esperarmos que o outro nos dê aquilo que não recebemos quando crianças, podemos aprender que nós mesmos podemos suprir cada uma de nossas necessidades emocionais, desde que saibamos quais são. Quais são suas necessidades emocionais? Pois é, não é tão simples identificar, eu sei! E sabe por que? Porque nos fazer reviver necessidades emocionais que não foram supridas na infância, e poderá nos levar a alguma dor que foi reprimida. E ninguém quer sentir dor. Mas quanto mais negamos uma dor, mais ela se fará presente.
Exercícios que podem te ajudar:
Por traz de algumas expectativas existe uma criança ferida. O que machucou sua criança? Pense um pouco sobre isso.
Observe e identifique situações em que você têm expectativas. As mais comuns são: receber atenção, elogio, aprovação, carinho, respeito, amor, ser reconhecido. Mas quais são as suas? Procure associar com necessidades emocionais que não foram supridas quando era criança e que provavelmente causaram dor, mas que pela pouca idade essa dor foi reprimida, deixando uma ferida.
Explore também sua reação diante de alguma situação que havia uma expectativa, ou seja, que você esperava uma reação que a pessoa não teve. Você sentiu raiva, culpa, exigiu outra atitude da pessoa ou negou e reprimiu o que sentiu de fato?
Quais são as pessoas que você mais espera receber algo? Se quiser se aprofundar mais, escreva sobre cada uma de suas expectativas e como se sentiu.
Lembre-se, por trás de cada expectativa há sempre uma necessidade emocional não suprida que causou dor. Quando somos crianças não conseguimos lidar com nada disso, pois não temos estrutura emocional. Mas na idade adulta podemos aprender que não podemos continuar esperando que outras pessoas supram nossas necessidades, e que o mais saudável sempre deve ser de dentro para fora, ou seja, nós mesmos podemos suprir. E nunca o contrário como a maioria busca, como aquela criança que foi um dia.
Explorar nossas expectativas não correspondidas pode nos ajudar a identificar as feridas causadas pelas necessidades emocionais não supridas. Requer atenção e percepção dos próprios sentimentos. Quando conseguimos identificá-la, ficamos tristes, decepcionados, mas em seguida virá um alívio, uma sensação de libertação, pois a expectativa, assim como a ilusão, nos aprisiona. E quando descobrimos que podemos suprir todas as necessidades emocionais com nossos próprios recursos, nos dando o devido reconhecimento por tudo que fazemos, celebrando cada conquista, mesmo que ninguém a perceba, e conseguimos nos dar o amor que merecemos, nos sentimos livres. Não precisaremos mais esperar que o outro, seja quem for, nos dê aquilo que podemos nos oferecer. Experimente! Mas caso sinta dificuldade, procure um psicólogo que te acompanhe e te acolha nesse processo.
Acesse os dois artigos anteriores sobre o assunto abaixo.
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Rosemeire Zago é psicóloga clínica CRP 06/36.933-0, com abordagem junguiana e especialização em Psicossomática. Estudiosa de Alice Miller e Jung, aprofundou-se no ensaio: `A Psicologia do Arquétipo da Criança Interior´ - 1940.
A base de seu trabalho no atendimento individual de adultos é o resgate da autoestima e amor-próprio, com experiência no processo de reencontrar e cuidar da criança que foi vítima de abuso físico, psicológico e/ou sexual, e ainda hoje contamina a vida do adulto com suas dores. Visite seu Site e minha Fan page no Facebook. Email: [email protected] Visite o Site do Autor