Minha alma grita por um lugar desconhecido. Aonde desejo ir com todas as minhas células, mas ainda não sei para qual direção devo seguir...
Meu coração pulsa por uma aventura intensa que desestruture minhas duvidosas paredes, que zombe de minhas convicções limitadas, que me projete sem nenhuma compaixão a alguma desconstrução inesperada e absolutamente necessária.
Não peço que seja prazeroso. Se for, aceito o regozijo, embora considere pouco provável. Busco o que seja capaz de rasgar o conforto que insiste em me mentir.
Desejo a lucidez expandida que, ainda que provoque dores lancinantes, me coloque num patamar de arrebatamentos. Mas não sei por onde começar. Para onde ir. Por vezes, pressinto que já estou no caminho, e ao mesmo tempo me frustro com a normalidade do ritmo.
Não que eu considere minha vida monótona ou que não sinta por ela apreço e gratidão cada dia mais profundos. Não se trata desse tipo de pequenez ou irreverência.
Entretanto, há nos eruditos, nos poetas, nos artistas, nos apaixonados e até nos vagabundos um desprendimento que ainda me falta completamente. Um desapego às regras que ainda me remete ao submundo medíocre das culpas e julgamentos.
Sinto que há algo a ser rompido nas entranhas. Um desbloqueio a ser feito no estúpido encaixe das engrenagens do meu modus operandi.
Não. Não me infantilizo a ponto de insinuar que em minha maturidade não haja nada de elevado ou encantador. Tenho por quem me torno diariamente um apreço realmente considerável! E reconheço, sobretudo, que a casa de onde vim e a ancestralidade que me antecede preenchem lacunas de minha individualidade que muito me engrandecem e enternecem.
A questão, minha cara vida, é que anseio o que está para além do que já me basta, do que já me satisfaz. O que está para além do que reconheço ter realizado e conquistado.
Poderia sim viver sem esse abismo de pretensões, mas a cada passo que dou, suspiro desesperadamente por um voo que, sei e sinto, vai me elevar a um espaço dentro de mim inefavelmente transcendental!
Que a sabedoria de um coletivo místico me conduza, antes e sempre, ao vazio do vir a ser. E que a ousadia e a sensibilidade acordem em mim a humanidade imprescindível para essa viagem sem volta!
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Sobre o autor
Rosana Braga é Especialista em Relacionamento e Autoestima, Autora de 9 livros sobre o tema. Psicóloga e Coach. Busca através de seus artigos, ajudar pessoas a se sentirem verdadeiramente mais seguras e atraentes, além de mostrar que é possível viver relacionamentos maduros, saudáveis e prazerosos.
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