Publicado por Paulo Sergio de Camargo
em Psicologia
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Não existe explicação que possa ser considerada absoluta.
Existem várias hipóteses, uma delas é a hereditariedade.
Outra que nos primeiros anos de vida a criança não tem preferência por uma das mãos e que ela pode ser influenciada ou treinada pelo ambiente que vive, ou seja; os pais canhotos influenciariam os filhos, a criança poderia aprender por imitação. Mas ao que consta isso não está confirmado cientificamente.
Existem estudos que mostram que se os pais são canhotos, as possibilidades de os filhos serem assim são maiores do que pais destros.
É verdade que as digitais dos canhotos nos polegares e nas mãos são parecidas, contudo nos destros são diferentes. Como as digitais são determinadas pelos genes, pode-se pensar que as causas de uma pessoa ser canhota são genéticas, mas isso não é totalmente provado.
O lado esquerdo do cérebro dos destros é maior que o direito e nos canhotos praticamente não existem diferenças, mas ainda não se sabe a causa exata disto. Não encontraram um gene que determine qual será o hemisfério dominante no cérebro; o lado direito ou o lado esquerdo. De acordo com o lado dominante será definida a mão que escreve. Nas pessoas que usam a mão direita as habilidades motoras estão situadas do lado esquerdo do cérebro.
Se você é canhoto as habilidades motoras estão divididas nos dois lados do cérebro. Então é natural que o canhoto utilize a mão direita em muitas de suas atividades normais: ou seja, escreve com a mão esquerda, mas toma café com a direita.
A utilização de um hemisfério cerebral recebe o nome de lateralidade; diz-se predominância lateral, ou esquerda ou direita.
A perfeita noção da mão diretora ou a definição da lateralidade só vai ser definida quando a criança tiver entre os 6 e os 8 anos. Antes disto a criança desde as primeiras semanas do nascimento troca de mão diretora por várias vezes.
Alguns neurocientistas dizem que ela começa a ser definida aos 5 anos. Antes disto é normal que ela utilize as duas mãos com a mesma intensidade.
E então, como fazer quando a criança começa a pegar o lápis, a caneca etc? Deixe que ela escolha a mão, tanto faz, a direita ou a esquerda. Também não se preocupe se ela variar na escolha, a dominância ainda não foi decidida.
Pesquisas também demonstraram que não podemos afirmar que os canhotos são mais inteligentes que os destros. Existem gênios como Einstein que escrevem com a mão esquerda, mas imbecis de todos os tipos que também escrevem assim.
A lateralidade esquerda é muito mais poderosa; os canhotos tendem a não ser completamente esquerdos, tanto quanto os destros são direitos.
Melhor explicando, quando falam, os canhotos usam ambas as mãos indiferentemente para gesticular; enquanto os destros principalmente a mão direita.
Ser canhoto ainda não é fácil em nosso país. Ainda hoje conheço várias pessoas que foram forçadas a escrever com a mão direta.
Não existem estudos conclusivos a respeito disto, mas pela experiência, além da natural revolta, a troca pode ocasionar problemas psicológicos e motores em outras fases da vida.
O mundo foi feito para os destros: tesouras, maçanetas, abridores de lata, instrumentos musicais etc. Pense também como uma criança de seis anos se sente na sala de aula sendo a única entre quase quarenta.
Caso deseje piorar a situação, em muitas salas de aula as cadeiras universitárias são feitas para os destros. A criança passa o ano todo escrevendo "torta". Isto influi de modo decisivo no rendimento escolar.
O fato de as roupas femininas serem abotoadas do lado contrário, tem alguma coisa com os canhotos? Quase... na época vitoriana a mulher era vestida pela empregada, normalmente destra, e com facilidade para abotoar da esquerda para direita. Os homens que se vestiam sozinhos não precisavam desta posição dos botões.
Continua...
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Sobre o autor
Paulo Sergio de Camargo é Escritor, grafólogo, especialista em Linguagem não verbal e RH, consultor de empresas nacionais e multinacionais. Palestrante internacional. Membro de Honra da "Agrupación Grafoanalistas Consultivos en Espanã" (Barcelona) e da SOBRAG, Sociedade Brasileira de Grafologia. Membro de Honra da Sociedade Espanhola de Grafologia e da Sociedade Mexicana de Grafologia Científica. Email: [email protected] Visite o Site do Autor
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