A História por trás da música Woman in Chains de Tears For Fears

Publicado por Rodolfo Fonseca em Autoconhecimento

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Em 1989, o mundo recebeu uma das canções mais poderosas e emocionalmente carregadas da história do pop: "Woman In Chains", do Tears for Fears. Por trás de sua melodia hipnótica e da voz soul de Oleta Adams, esconde-se um drama íntimo e universal, moldado pela experiência pessoal do compositor Roland Orzabal e por uma crítica contundente às estruturas patriarcais.
Esta é a história de como a dor de uma família se transformou em um hino pela libertação feminina.

A inspiração para "Woman In Chains" nasceu das memórias sombrias da infância de Roland Orzabal. Sua mãe, uma dançarina que trabalhou como stripper para sustentar a família, vivia sob o jugo de um marido violento e controlador. O pai de Roland, descrito como ciumento e agressivo, personificava a figura opressora que a canção denuncia. As cenas de humilhação e medo testemunhadas por Orzabal na infância ecoam na letra: "She'll always cope" (Ela sempre superará), uma referência à resiliência forçada de sua mãe em meio ao caos.



O videoclipe da música, filmado em preto e branco, retrata um casal em conflito: um boxeador (o homem) e uma dançarina (a mulher). A coreografia angustiante e as cenas de tensão simbolizam a dinâmica abusiva vivida pela mãe de Roland, enquanto a dança representa sua tentativa de manter a dignidade em um relacionamento tóxico.

Orzabal não se limitou a contar sua história familiar. Durante a composição, ele mergulhou em obras sobre sociedades matriarcais, descobrindo que culturas centradas nas mulheres eram menos violentas e mais equilibradas. Essa ideia permeia a música, que critica a hierarquia de gênero e a repressão do "feminino" nos homens. A frase "I will not accept the greatness of man" (Não aceitarei a grandeza do homem) é um golpe direto na glorificação da masculinidade tóxica.

Além disso, Roland explorou conceitos do psiquiatra Carl Jung. Para ele, a opressão das mulheres está ligada à negação desse aspecto, que gera homens incapazes de se conectar emocionalmente. "Canto sobre a repressão da anima feminina dentro de mim", declarou Orzabal em entrevista, revelando que a música também é um `mea culpa´ sobre a dificuldade dos homens em lidar com sua própria vulnerabilidade.

A alquimia musical: Colaborações que transformaram a dor em arte

A canção não seria a mesma sem a participação de Oleta Adams, cuja voz poderosa e emotiva dá vida à mulher acorrentada. Orzabal e Curt Smith a descobriram em um bar de Kansas City e, impressionados com sua interpretação, convidaram-na para o dueto. Sua performance não apenas elevou a música, mas também simbolizou a união de vozes masculinas e femininas na luta pela igualdade.
Outro destaque é a bateria de Phil Collins, que aceitou o desafio de criar uma batida complexa e visceral. Curiosamente, ele não aparece no clipe devido a conflitos contratuais, mas sua contribuição sonora foi essencial para a atmosfera dramática da faixa.

"Woman In Chains" tornou-se um hino feminista atemporal. Sua mensagem ressoou especialmente nos anos 90, quando discussões sobre violência doméstica e igualdade de gênero ganhavam força. A repetição obsessiva de "So free her" (Então liberte-a) no final da música é um apelo urgente, não apenas para a mãe de Roland, mas para todas as mulheres aprisionadas por relações abusivas ou estruturas sociais opressoras.
A canção também marcou a carreira do Tears for Fears, elevando-os de ícones do synthpop a artistas engajados. Seu sucesso nas paradas (como o 11º lugar no Canadá e o 36º nos EUA) comprovou que temas profundos e pessoais podem conquistar o público.

Mais de três décadas depois, "Woman In Chains" permanece relevante. Sua força está na capacidade de transformar uma história individual em um manifesto coletivo. Roland Orzabal não apenas expôs suas feridas familiares, mas iluminou a luta de milhões de mulheres.
A música é um lembrete de que, nas palavras do compositor, "um mundo enlouquecido mantém a mulher acorrentada" - e que a libertação começa quando enfrentamos as correntes visíveis e invisíveis que nos oprimem.
Para quem ouve atentamente, "Woman In Chains" não é apenas uma canção: é um convite à empatia, à reflexão e, acima de tudo, à ação.

...It's a world gone crazy
Keeps a woman in chains
Gone crazy, keeps woman in chains
So free her
So free her
So free her
So free her
So free her
So free her
So free her
So free her
So free her
So free her
So free her
So free her
So free her
So free her
So free her

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