Exercer o controle sobre as emoções negativas é um desafio permanente para quem busca equilíbrio e serenidade. Os acontecimentos de nossa vida muitas vezes nos tiram do eixo e fazem com que nos sintamos fracos e incapazes de exercer o domínio sobre nós mesmos.
Sempre que essa sensação de impotência nos invadir, devemos lembrar-nos de que as emoções são apenas uma parte de nós, não a nossa totalidade.
No tarô a carta O Diabo retrata esse nosso lado obscuro: medo, vergonha, culpa, inveja, desejo de vingança, bloqueios da sexualidade, e simboliza toda sorte de negatividade que somos capazes de cultivar.
O ditado popular nos diz “O diabo não é tão feio quanto o pintam”. Esta frase resume, de maneira muito simples, uma grande verdade: nós somos os senhores de nossa vida. Somente se permitirmos é que o diabo que habita em nós se tornará senhor de nossa vontade. Dizer que ele não é tão aterrorizante quanto supomos, significa que temos o poder de vencê-lo.
Reconhecer que o diabo constitui nosso eu inferior, a antítese de nosso Ser de Luz, é fundamental para que vençamos a luta contra o desequilíbrio.
Todos possuímos um Eu Superior, sábio, benevolente, harmonioso e justo que pode nos guiar sempre que a vida e os problemas se tornarem insuportáveis.
Como permitir isto? Através do desenvolvimento da consciência de que ele está ali à espera de que reconheçamos sua existência e lhe concedamos voz. A meditação é o meio mais eficaz para trazer à tona a energia divina que habita em nós.
Mas para isso, é necessário um trabalho interior a ser empreendido com esforço e perseverança. Nenhuma vitória resulta do acaso, e sim de uma firme decisão e de uma férrea disciplina para que seja alcançada.
“Muitos psicólogos concordam com que esse descaso do nosso lado diabólico é a causa principal de grande parte do pandemônio solto no mundo de hoje. Nosso emocionalismo, fanatismo, caráter vingativo, violência e confusão individuais (não reconhecidos nem manipulados em nossa vida pessoal) agora explodiram em escala maciça, em forma de guerras mundiais, tumultos, conflagração e destruição geral. Pois, segundo um truísmo da vida, quando os aspectos negativos de nós mesmos não são reconhecidos como nosso interior, parecem agir contra nós no exterior.
Em face dos acontecimentos mundiais contemporâneos, torna-se cada vez mais imperativo que cheguemos a um acordo com essa força satânica.
Diz Jung:
“As execráveis forças instintuais do homem civilizado são imensamente mais destrutivas e, portanto, mais perigosas do que os instintos do homem primitivo, o qual, num grau modesto, vive constantemente instintos negativos. Por conseguinte, nenhuma guerra do passado histórico poderá rivalizar com uma guerra entre nações civilizadas em sua escala colossal de horror”.
(Do livro “Jung e o Tarô”).