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Relacionamentos Difíceis

Publicado por Elisabeth Cavalcante em Espiritualidade

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Uma das questões que mais surgem durante as consultas que tenho realizado é a dificuldade nos relacionamentos amorosos. De modo geral, as pessoas costumam depositar num relacionamento grandes expectativas, e muitas até mesmo acreditam que um bom relacionamento afetivo é tudo o que necessitam para serem felizes.

Claro que amar e ser amado é - sem dúvida - uma das melhores coisas da vida. Compartilhar a existência com outra pessoa, na qual encontramos cumplicidade, amizade, apoio, compreensão e carinho, torna a vida muito mais leve.

Entretanto, cada um dos componentes do par precisa estar inteiro consigo mesmo, ter uma boa dose de autoconfiança e auto-estima para que não se deixe contaminar pelos obstáculos que certamente surgirão.

O problema é que nós, seres humanos, somos muito complexos. Quando carregamos dificuldades e bloqueios de natureza emocional, estes se tornam amplificados num relacionamento. Conviver com pessoas diferentes de nós não é nada fácil em qualquer situação da vida, mas é no relacionamento afetivo que as diferenças mais se fazem sentir.

Somos levados a interagir com o outro num nível tão profundo, que não há como mascarar nossas mazelas individuais por muito tempo, elas são postas em cheque a cada dia e, se não estivermos dispostos a reconhecer onde podemos melhorar a nós mesmos, para que a relação também cresça, nenhum progresso poderá ser alcançado e a parceria estará fadada ao fracasso.

Acusar o outro, enfatizar o tempo todo seus defeitos e limitações, sem reconhecer que também somos imperfeitos e necessitamos de apoio e compreensão diante de nossas próprias dificuldades, não ajuda em nada. Quando as coisas se tornam realmente difíceis, é preciso buscar uma saída individual ou em conjunto para vencer as dificuldades; são passos essenciais para quem quer construir um relacionamento profundo e verdadeiro.

Mas, essa é uma tarefa para se empreendida a dois, não adianta apenas um dos lados batalhar para consolidar um relacionamento, enquanto o outro se acomoda e se recusa a aceitar sua parcela de responsabilidade em manter o delicado equilíbrio dessa fantástica equação.

“Amar e ser amado é o que todos desejamos do berço à velhice, mas nem sempre o caminho está aberto para viver o mais básico dos sentimentos”. Segundo Bert Hellinger, teólogo e terapeuta alemão, há como desemaranhar os laços afetivos e refazer o fluxo do amor com mais consciência e menos ilusão.

”É suficiente ter um bom parceiro, não precisa ser perfeito, pois o que é perfeito não se desenvolve, já está pronto. A imperfeição é estimulante e permite às duas pessoas crescerem juntas”, defende Hellinger, 78 anos, autor do livro ‘Para que o Amor Dê Certo’ (recém-lançado pela ed. Cultrix).

Há mais de três décadas Bert desfaz qualquer imagem de amor baseada em ilusões, ele acredita que esse sentimento pode se expandir na medida em que reconhecemos e agradecemos o que cada relacionamento acrescentou à nossa vida.

Em paz com o passado
Segundo o terapeuta, a rejeição consciente ou inconsciente de amores passados bloqueia a força de um novo amor. “Se você amar alguém depois, não poderá agir como se não tivesse vivido outro amor antes. Se aceitar o que viveu, com respeito aos antigos parceiros, as próximas relações poderão ser mais enriquecedoras do que se você for vivê-las como se fosse a primeira”.

Individualidade
O respeito do espaço de cada um é outro aspecto fundamental para o sucesso de um relacionamento, assinala Hellinger. Não por acaso, ele diz que para amar é preciso aceitar duas solidões, a sua própria e a do outro. “Numa relação deve haver respeito por segredos. Só assim ela terá uma chance. É ridículo querer que se conte tudo ao outro. Se houver respeito pelos segredos, as pessoas acabarão revelando espontaneamente coisas importantes. Mas não se pode agir como um intruso na alma da outra pessoa, mesmo que o relacionamento seja duradouro”.

Ele conclui: “Não há um modelo a ser seguido para alcançar a felicidade. Existe a felicidade das crianças, que brincam esquecidas de si mesmas, ou dos apaixonados. Tudo isso é muito bonito. Mas, nesse sentido, realização não é felicidade. É estar em harmonia com a grandeza, mas também com o sofrimento e com a morte. Isso possibilita um reconhecimento profundo, dá peso e serenidade. É algo bem tranqüilo. É a felicidade como conquista. E não tem a ver com ficar esquecido. Tem a ver com a força interior”. (a entrevista completa com Bert Hellinger, criador da terapia das constelações familiares, foi publicada na revista Bons Fluidos – edição de Setembro/04).




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Sobre o autor
elisa
Elisabeth Cavalcante é Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral.
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