“Por um fio”, é o título de um dos melhores lançamentos literários deste ano, obra escrita por Drauzio Varella, médico oncologista que se tornou conhecido em todo o país graças à suas rotineiras participações num programa de TV.
No livro o médico relata lembranças sobre seus 32 anos de carreira dedicados a tratar doentes graves, com câncer e Aids. Um livro sobre a morte, sem dúvida, onde o autor observa as transformações que ocorrem no ser humano diante da constatação de que o fim está próximo.
Embora saibamos todos que a morte é inevitável, vivemos como se ela não existisse, pelo menos não para nós. Entretanto, ao nos depararmos com a realidade inexorável de uma doença que pode abreviar a chegada desse momento - que acreditamos sempre remoto - as conseqüências em nossa vida são profundamente transformadoras.
Segundo Drauzio Varella, de modo geral, ao ver-se diante da inevitabilidade da morte, as pessoas passam a dar valor a coisas às quais antes davam pouca ou nenhuma importância. Geralmente são coisas pequenas como admirar um pôr-do-sol, ouvir uma bela musica, estar com as pessoas queridas próximas.
Pessoas muitas vezes das quais nem se lembravam há muito tempo, mas que de repente ressurgem em sua consciência, pois deixaram uma marca importante em sua vida sem que elas houvessem se dado conta.
Em recente entrevista sobre o livro, o médico afirma que visa chamar a atenção das pessoas sobre a importância de valorizarmos as coisas que realmente tem valor em nossa vida e que não são dinheiro, poder, posição social, nada relacionado ao plano material da existência.
Para Drauzio Varella, é triste perceber que a maioria das pessoas só dá valor à vida quando a estão perdendo e que muitas, na hora de morrer, são tomadas por um sentimento de arrependimento por tudo o que deixaram de fazer ou dizer, sentindo uma grande frustração e a sensação de que desperdiçaram a existência.
É incrível como nos enredamos nos problemas cotidianos e nos esquecemos da necessidade de reconhecer o verdadeiro valor da vida, o quanto é saudável e fundamental vivenciar cada experiência, por menor que nos pareça, com toda a intensidade possível, focando-nos por inteiro em cada gesto, cada atitude e cada sentimento compartilhado com o mundo que nos rodeia.
Simplesmente flua... momento a momento.
Simplesmente viva, momento a momento,
tão intensamente quanto possível.
OSHO, ‘Be Realistic, Plan For a Miracle’
“A felicidade acontece quando a sua vida se encaixa com o que você é, quando se encaixa tão harmoniosamente que qualquer coisa que você fizer será pura alegria.
(...) Quando você se desvia de certas coisas, isso simplesmente demonstra que você não está realmente interessado naquelas coisas.
Nós temos nos desviado por motivos não naturais: dinheiro, prestígio, poder. Ouvir o pássaro cantar não vai lhe dar dinheiro. Ouvir o pássaro cantar não vai lhe dar poder e prestígio. Observar uma borboleta não irá ajudá-lo economicamente, politicamente, socialmente. Essas coisas não lhe trarão remuneração, mas essas coisas irão fazê-lo feliz. (...) Uma pessoa verdadeira tem coragem de se voltar para as coisas que a fazem feliz.
(…) Comigo, a felicidade vem primeiro, a alegria vem primeiro. A atitude celebrativa vem primeiro. Uma filosofia afirmativa de vida vem primeiro. Curta! E se você não puder curtir o seu trabalho, mude. Não espere! Porque todo o tempo que você está esperando, você está esperando por Godot. E Godot nunca vem. A pessoa simplesmente espera, e desperdiça sua própria vida. Por quem e por que você está esperando”? OSHO - A Sudden Clash of Thunder